Grândola, pequena aldeia do Baixo Alentejo, com cerca de 45 habitantes em meados de 1527, reunia na altura uma enorme diversidade de caça tendo desde logo cativado o príncipe D. Jorge de Lencastre, filho do Rei D João II.
Era tanta a sua adoração por Grândola que muito por sua influência, passou cerca de 20 anos depois, de aldeia a vila.
Naquela altura, a caça e a montada constituíam a verdadeira paixão do princípe que passava muito do seu tempo embrenhado no mato, exibindo orgulhosamente os seus feitos de caçador, no final do dia. Dada a sua predilecção pelo local, um palácio foi construído apenas para pernoitar quando lá fosse, no entanto, a sua preferência por Grândola era tal, que foi adoptando cada vez mais o dito palácio como sua residência na maior parte do tempo.
Ora um dia, contemplava D. Jorge a bonita vista do seu palácio, quando viu surgir um portentoso javali mesmo por baixo da sua janela.
Antecipando o belo manjar que daí adviría, D. Jorge convocou apressadamente os seus monteiros para que se desse início à perseguição ao animal, constatando porém que o seu mais fiel e competente caçador se encontrava ausente em Alcácer do Sal, numa audiência de justiça. Note-se que Grândola era bastante subdesenvolvida na altura, não reunindo quaisquer serviços, nem os de justiça.
Entretanto, o animal contemplado pela sorte ou destino, conseguiu escapar habilmente por entre o mato, deixando os seus perseguidores com uma enorme frustração.
D. Jorge ficou tão agastado que justificou a situação com a ausência do tal caçador: Se ele não tivesse de sair de Grândola, o javali não teria a mesma sorte, pensou.
Desta forma, para evitar que os seus homens tivessem de se ausentar futuramente da aldeia, solicitou a D. João II que concedesse foral de vila e justiças a Grândola, que viu o seu estatuto ser alterado em meados de 1544.
A vila sofreu então uma enorme evolução, com casas e serviços a serem construídos, atraindo nobres e familias ricas que a adoptaram também como sua residência.
Autoria:
PNMF
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