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Pousada do Desagravo

Pousada do Desagravo

O ponto de interesse Pousada do Desagravo encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira no municipio de Oliveira do Hospital e no distrito de Coimbra.

Igreja setecentista com portal principal na fachada lateral como convinha a um convento feminino. Torre sineira adossada ao lado esquerdo da capela-mor do tipo barroco rural. portal rocócó. Interior com cobertura em falsa abóbada de madeira e retábulos neoclássicos. O local escolhido para erguer esta nova casa conventual, cuja invocação foi muito difundida na centúria de setecentos, tinha já uma tradição religiosa pois aí se levantava uma pequena capela dedicada a São José. Arquitectura erudita do núcleo conventual. A história mais recente, à semelhança das restantes casas conventuais do país, revela que as suas instalações foram sucessivamente ocupadas pelos mais diversos serviços e organizações. Com a intervenção do Prof. Bissaya Barreto, as amplas remodelações conferiram-lhe um cariz arquitectónico "Estado Novo", visível em várias fachadas. Actualmente é um estabelecimento de hotelaria inserido na rede Pousadas de Portugal, integrando o grupo das Pousadas Históricas.

Conjunto formado pela Quinta que engloba a igreja, hospedaria, dependências conventuais, propriamente ditas, e três cercas muradas. A IGREJA de planta longitudinal, com portal principal na fachada lateral, voltado a E./O.onde todos os panos são marcados por pilastras encimadas por pináculos e abertos por janelas de verga abatida. Portal de linhas rectas e ladeado por pilastras, é encimado por uma ampla janela que, por sua vez, é flanqueada por dois nichos. Assinala a entrada principal do templo uma ampla cruz, já sobre a linha do telhado. A torre sineira localiza-se no extremo E. da fachada com cobertura bolbosa e pináculos firmando os cunhais. INTERIOR: nave única com cobertura abobadada de madeira assente em sanca de cantaria. Capela-mor reentrante e abobadada tem retábulo-mor com tribuna e trono do Santíssimo Sacramento, em talha de estilo neoclássico com frontões de coroamento com resplendores como motivo decorativo central; arco cruzeiro ladeado por 2 altares colaterais neoclássicos, em talha branca e dourada. Numa das paredes laterais o púlpito com acesso por abertura aberta no paramentoque divide o coro da nave; ao coro acedia-se por escada, cujo vão está actualmente entaipado. A sacristia localiza-se atrás do altar-mor, de planta rectangular, apresentando ainda o arcaz; o acesso à torre sineira faz-se a partir deste compartimento. CONVENTO: planta quadrangular que se articula à volta do claustro, formado por tramos de quatro arcos, e em função deste as restantes dependências conventuais. PORTARIA: emoldurada por portal pétreo de verga curva, dava acesso ao espaço conventual que compreendia refeitório, cozinhas, cartório, enfermaria, botica, dormitórios, sala do capítulo, casa do noviciado e outras dependências. A portaria possuia uma roda (*1). CLAUSTRO: de 2 pisos, sendo o piso inferior de cinco tramos com coberturas abobadadas, em arcarias de grossos pilares, actualemnte envidraçados; 2º piso com entablamento recto sobre pequenas colunas, assentes em balaustrada. REFEITÓRIO: actualmente sala de jantar é contiguo à cozinha marcada pela grande chaminé. HOSPEDARIA: edifício separado das dependências conventuais, que se ligava por muro e portão ao alinhamento da igreja, formando o largo interior da torre da igreja, onde ainda existe um tanque rectangular (*2).

Materiais

Observações

EM ESTUDO. *1 - A Roda, normalmente designada por parlatório ou grades, era destinada à conversação das freiras com familiares (...). *2 - Na hospedaria alojava-se o padre e os criados da lavoura, recebiam-se convidados e pernoitava o bispo de Coimbra quando das suas deslocações. *4 - Ordem fundada e aprovada no séc. XIII por Santa Clara de Assis, conselheira de S. Francisco. Para o Convento do Desagravo vieram freiras do Convento do Santíssimo Sacramento do Louriçal. Os elementos existentes nesta ficha foram retirados do processo de classificação do IPPAR e assinado pelas técnicas superiores Lígia Inês Gambini e Maria José Travassos Bento (arq.).