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SARS-CoV-2 – O rei dos vírus? - 2 parte

SARS-CoV-2 – O rei dos vírus? - 2 parte

Publicado em: 2020-04-02

Na publicação anterior descrevemos as características principais dos vírus, quais os mecanismos causadores da doença COVID-19 e alguns dos sintomas que habitualmente provoca.

Em aberto, para esta nova redação, ficaram temas tais como os meios de transmissão, as medidas preventivas e alguns outros dados sobre a doença ou, em alguns casos, a ausência aparente da mesma… parece confuso? Vamos tentar clarificá-lo nos tópicos abaixo.

 

Meios de transmissão

Este vírus pode invadir o nosso organismo através da boca, nariz ou olhos. A transmissão ocorre, principalmente, através de gotículas provenientes das vias respiratórias da pessoa infetada, quando esta tosse, espirra ou fala. Estas gotículas podem ser projetadas diretamente para as “portas de entrada”, atrás referidas, ou então serem enviadas para superfícies, tais como mesas, maçanetas, etc., onde ficam acessíveis para chegarem a esses mesmos lugares de forma indireta, principalmente através das nossas mãos. As mãos constituem, portanto, um veículo importante na transmissão da doença, sendo que, apesar de não serem a “porta de entrada”, funcionam no fundo, muitas das vezes, como chave que “abre as portas” à entrada do vírus!

Alguns dados atualmente disponíveis, embora não consensuais, referem que estas gotículas podem atingir pelo menos 2 metros de distância. Contudo esta distância não é definitiva, o que nos deve deixar de sobreaviso, e manter cuidados para além dessa presumível margem de segurança.

 

Medidas preventivas

Acreditamos que a pedra basilar da prevenção é a informação fidedigna sobre a doença COVID-19, pelo que os profissionais de saúde têm o dever de a divulgar aos doentes e público em geral.

Indivíduos que apresentem tosse persistente, febre ou falta de ar devem, em primeiro lugar, procurar ajuda médica através de contacto telefónico, seguindo as orientações, sendo que, se for necessária deslocação, devem usar máscara por forma a conter as gotículas que, eventualmente, possam projetar.

Mesmo no que diz respeito à população em geral, não suspeita de possuir a doença, deve privilegiar-se o distanciamento social, o que contribui para diminuir a probabilidade de ser contraída infeção. No caso particular de conviventes, estes devem evitar permanecer em espaços comuns, os quais devem manter-se bem ventilados. Este cuidado deve ser particularmente rigoroso no caso de grávidas, doentes crónicos ou imunodeprimidos.

Quando um individuo tosse ou espirra, é fundamental a utilização de lenços descartáveis, procedendo-se à respetiva inutilização posterior. A lavagem das mãos deve ser realizada de forma regular usando água e sabão, evitando, ainda assim, sempre que possível, o contacto das mesmas com a face, nomeadamente olhos, nariz e boca. Deve, ainda, a ser evitada a partilha de utensílios domésticos e recomendada a limpeza de superfícies com água e sabão, seguida da aplicação de lixívia, na proporção de 1 parte para 49 de água. Note-se que no caso de superfícies contendo sangue ou secreções a proporção de lixívia é maior (1 parte para 9 de água). A desinfeção de equipamentos como comandos ou telemóveis pode ser realizada com toalhetes humedecidos com desinfetante ou álcool a 70%.

 

Espectro de gravidade

Apesar de poder ocorrer o contágio após o contacto do vírus com as portas de entrada, atrás referidas, a evolução da doença a partir deste ponto não é totalmente previsível a nível individual. Está descrita uma distribuição populacional em função da gravidade da doença da seguinte forma:

Sem sintomas ou quadro clínico moderado, que ocorre em cerca de 80% dos infetados

Presença de sintomas graves, em aproximadamente 15% dos infetados

Quadro crítico em 5% dos infetados

Note-se que o grupo maioritário (sem sintomas ou com quadro clínico moderado) inclui um subgrupo com uma dimensão não completamente estabelecida, que não apresenta quaisquer sintomas, conquanto, mesmo estes poderão transmitir a doença, facto que acrescenta complexidade a esta patologia.

Independentemente da gravidade, a doença afeta maioritariamente indivíduos entre os 30 e os 69 anos.

Por outro lado, a idade avançada e as doenças crónicas de base são fatores com influência negativa na gravidade da doença. Entre as patologias crónicas que aumentam a possibilidade de ocorrer doença grave, destacam-se: diabetes, doença pulmonar crónica, hipertensão, doença renal crónica e neoplasias.

 

Por esta edição ficamos por aqui. Esperamos ter contribuído para o esclarecimento de mais algumas dúvidas!

Autoria:

Em colaboração com Dr. David Nóbrega e Dr. Fernando Queirós
Médicos Internos de Medicina Geral e Familiar




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