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VAGA DE CALOR EXTREMO - LEIA ESTAS RECOMENDAÇÕES

VAGA DE CALOR EXTREMO - LEIA ESTAS RECOMENDAÇÕES

Publicado em: 2019-05-27

Introdução

A exposição a períodos de calor intenso, durante vários dias consecutivos – ondas de calor – constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor, situação muito grave e que pode provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte.


São mais vulneráveis ao calor:

  • As crianças nos primeiros anos de vida;
  • As pessoas idosas;
  • Os portadores de doenças crónicas (nomeadamente doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo);
  • As pessoas obesas;
  • As pessoas acamadas;
  • As pessoas com problemas de saúde mental;
  • As pessoas a tomar alguns medicamentos, como anti-hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, anti-depressivos, neurolépticos, entre outros;
  • Os trabalhadores expostos ao sol e/ou ao calor;
  • As pessoas que vivem em más condições de habitação.

Para a prevenção dos efeitos do calor intenso recomendam-se as seguintes medidas:

  • Aumentar a ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede.
  • As pessoas que sofram de doença crónica, ou que estejam a fazer uma dieta com pouco sal, ou com restrição de líquidos, devem aconselhar-se com o seu médico, ou contactar a Linha Saúde 24: 808 24 24 24.
  • Evitar bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar.
  • Os recém-nascidos, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas doentes, podem não sentir, ou não manifestar sede, pelo que são particularmente vulneráveis - ofereça-lhes água e esteja atento e vigilante.
  • Devem fazer-se refeições leves e mais frequentes. São de evitar as refeições pesadas e muito condimentadas.
  • Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco, ou com ar condicionado, pode evitar as consequências nefastas do calor, particularmente no caso de crianças, pessoas idosas ou pessoas com doenças crónicas. Se não dispõe de ar condicionado, visite centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais de ambiente fresco. Evite as mudanças bruscas de temperatura. Informe-se sobre a existência de locais de "abrigo climatizados" perto de si.
  • No período de maior calor tome um duche de água tépida ou fria. Evite, no entanto, mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças).
  • Evitar a exposição directa ao sol, em especial entre as 11 e as 17 horas. Sempre que se expuser ao sol, ou andar ao ar livre, use um protector solar com um índice de protecção elevado (igual ou superior a 30) e renove a sua aplicação sempre que estiver exposto ao sol (de 2 em 2 horas) e se estiver molhado ou se transpirou bastante. Quando regressar da praia ou piscina volte a aplicar protector solar, principalmente nas horas de calor intenso e radiação ultravioleta elevada. 
  • Ao andar ao ar livre, usar roupas que evitem a exposição directa da pele ao sol, particularmente nas horas de maior incidência solar. Usar chapéu, de preferência, de abas largas e óculos que ofereçam protecção contra a radiação UVA e UVB.
  • Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor, sobretudo em filas de trânsito e parques de estacionamento. Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Levar água suficiente ou sumos de fruta naturais sem adição de açúcar, para a viagem e, parar para os beber. Sempre que possível viajar de noite.
  • Nunca deixar crianças, doentes ou pessoas idosas dentro de veículos expostos ao sol.
  • Sempre que possível, diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados. Evitar actividades que exijam esforço físico.
  • Usar roupa larga, leve e fresca, de preferência de algodão e em conformidade com a Circular Informativa n.º 23/DA de 02/07/2009.
  • Usar menos roupa na cama, sobretudo quando se tratar de bebés e de doentes acamados.
  • Evitar que o calor entre dentro das habitações. Correr as persianas, ou portadas e manter o ar circulante dentro de casa. Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação.
  • Não hesitar em pedir ajuda a um familiar ou a um vizinho no caso de se sentir mal com o calor.
  • Informar-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas isoladas, idosas, frágeis ou  com dependência que vivam perto de si e ajudá-as a protegerem-se do calor.
  • As pessoas idosas não devem ir à praia nos dias de grande calor. As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição directa de crianças com menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol; a água do mar e a areia da praia também reflectem os raios solares e estar dentro de água não evita as queimaduras solares das zonas expostas. As queimaduras solares diminuem a capacidade da pele para arrefecer.

 


Efeitos graves do calor intenso sobre a saúde – sintomas e medidas de prevenção

O nosso corpo esforça-se por manter uma temperatura corporal interna constante de 37ºC ao longo do tempo. Durante os períodos de calor intenso, o corpo produz suor, sendo esta a principal forma que permite o arrefecimento do corpo à medida que o suor produzido se evapora. Quando os níveis de humidade do ar aumentam, o suor não consegue evaporar tão depressa como seria aconselhável. A evaporação do suor pára completamente quando a humidade relativa atinge os 90%. Nestas circunstâncias, a temperatura do corpo aumenta e o consequente aumento da produção do suor pode levar à desidratação excessiva, podendo provocar danos irreversíveis no cérebro ou em outros órgãos, ou até mesmo à morte. 

Em situações extremas de exposição ao calor intenso, particularmente durante vários dias consecutivos, podem surgir doenças relacionadas com o calor, como as cãibras por calor, esgotamento devido ao calor e golpes de calor, situações que pela sua gravidade podem obrigar a cuidados médicos de emergência.

Golpe de Calor

Esta situação ocorre quando o sistema de controlo da temperatura do corpo do indivíduo deixa de trabalhar deixando de produzir suor para proporcionar o arrefecimento do corpo. A temperatura corporal pode, em 10-15 minutos, atingir os 39ºC provocando deficiências cerebrais ou até mesmo a morte se o indivíduo não for socorrido de forma rápida.

Sintomas
Os sintomas incluem febre alta, pele vermelha, quente, seca e sem produção de suor, pulso rápido e forte, dor de cabeça, náuseas, tonturas, confusão e perda parcial ou total de consciência.  

O que fazer?
Chamar de imediato um médico ou ligar para o número de emergência 112, seguindo os seguintes procedimentos até à sua chegada.

  • Mover o indivíduo para um local fresco ou para uma sala com ar condicionado;
  • Refrescar o indivíduo aplicando toalhas húmidas ou pulverizando com água fria o seu corpo;
  • Arejar o indivíduo agitando o ar vigorosamente ou com um ventilador;
  • Se não estiver consciente, não dar líquidos.
  • O golpe de calor requer ajuda médica imediata uma vez que o tratamento demorado pode resultar em complicações a nível do cérebro, rins e coração.
 
 

Esgotamento devido ao calor

Resulta da alteração do metabolismo hidro-electrolítico provocada pela perda excessiva de água e de electrólitos pela sudação. Esta situação pode ser especialmente grave nas pessoas idosas e nas pessoas com hipertensão arterial.

Sintomas
Os sintomas incluem sede intensa, grande sudação, palidez, cãibras musculares, cansaço e fraqueza, dor de cabeça, náuseas e vómitos e desmaio. A temperatura do corpo pode estar normal, abaixo do normal ou ligeiramente acima do normal. O pulso fica filiforme alterando entre fraco e rápido e a respiração torna-se rápida e superficial.

O que fazer?
Chamar de imediato o médico ou ligar para o número de emergência 112, seguindo os seguintes procedimentos até à sua chegada.

  • Mover o indivíduo para um local fresco ou para uma sala com ar condicionado;
  • Refrescar o indivíduo aplicando toalhas húmidas ou pulverizando com água fria o seu corpo;
  • Deitar o indivíduo e levantar-lhe as pernas;
  • Dar a beber sumos de fruta natural sem açúcar e/ou bebidas contendo electrólitos (bebidas para desportistas), se estiver consciente.

Cãibras por calor

As cãibras podem resultar da simples exposição a calor intenso, quando se transpira muito após períodos de exercício físico intenso e de uma hidratação inadequada só com água sem substituição dos electrólitos perdidos na transpiração. Embora menos grave que as anteriores, esta situação pode também necessitar de tratamento médico. As cãibras são especialmente perigosas em pessoas com problemas cardíacos ou com dietas hipossalinas (pobres em sal).

Sintomas
Manifestam-se por espasmos musculares dolorosos do abdómen e das extremidades do corpo (pernas e braços), provocados pela perda de sais e electrólitos.

O que fazer?

  • Parar o exercício, se for o caso, e descansar num local fresco e calmo;
  • Esticar os músculos e massajar suavemente;
  • Beber sumos de fruta natural sem adição de açúcar e/ou bebidas contendo electrólitos (bebidas para desportistas);
  • Procurar ajuda médica se as cãibras persistirem.

Para evitar todas estas situações provocadas pela exposição ao calor intenso proteja-se da exposição solar e procure locais frescos, ou com ar condicionado, durante o período de maior calor, em

 

Efeitos do calor na saúde

A exposição ao calor intenso pode produzir efeitos negativos na saúde. As crianças, os doentes crónicos e as pessoas idosas são particularmente vulneráveis. 

O Ministério da Saúde, através da Direção-Geral da Saúde, ativa desde 2004, em períodos de calor intenso um Plano de Contingência para as temperaturas extremas adversas. 

Em 2016, este Plano passa a integrar a Plataforma Saúde Sazonal - Verão & Saúde. Do modelo anterior, baseado numa abordagem predominantemente ambiental, transita-se para um modelo baseado nos efeitos de fatores ambientais na saúde. O Plano apresenta orientações estratégicas que permitem comunicar o risco e a gestão desse risco à população e aos parceiros do setor da saúde, e capacitar os cidadãos para a sua proteção individual (literacia) e a prontidão dos serviços de saúde para a resposta ao aumento da procura ou a uma procura diferente da esperada. 

Como complemento ao Plano, a Direção-Geral da Saúde divulga ainda um conjunto de Recomendações Gerais e emite Normas e Orientações sobre diversos aspetos relevantes relacionados com o calor.

 
SE VAI VIAJAR TENHA EM ATENÇÃO:

Antes da partida

No Férias e Viagens encontra recomendações gerais que deve ter em conta, informação sobre as vacinas que poderão ser necessárias quando se deslocar para fora do país, tudo o que deve colocar no seu estojo de viagens ou o tipo de repelente mais adequado para se proteger dos mosquitos e outros insetos. 

Quando se deslocar, em viagem de férias ou de trabalho, lembre-se que no destino as condições climáticas, a alimentação e os costumes podem ser diferentes daqueles a que está habituado, o que pode levar a um aumento dos riscos para a saúde.

A circulação nas estrada, ou a participação em grandes eventos como os festivais de música com a eventual propagação de doenças transmissíveis, são outros aspetos que podem implicar a necessidade de cuidados acrescidos com a saúde.

Sabia que os afogamentos são uma das principais causas de morte entre as crianças e jovens? Veja o que pode fazer para prevenir acidentes em atividades aquáticas ou que medidas pode tomar para se proteger do sol e do frio. 

Viaje pelos vários temas e descubra ainda como evitar ingerir água ou alimentos contaminados quando se desloca a países estrangeiros. Viagens de carro, de barco, de avião ou a pé, confira os cuidados a ter. Os conselhos são simples mas podem fazer a diferença. E, no regresso, conheça os sintomas a que deve estar atento. 

Boas férias e boas viagens!


Mantenha-se atento aos avisos das Autoridades de Saúde, do Instituto do Mar e da Atmosfera e da Autoridade Nacional de Proteção Civil. 

  • Para mais informações ligue para a Saúde 24: 808 24 24 24
  • Em caso de emergência ligue o 112 
  • E-mail: calor@dgs.pt

 

Estas recomendações são apenas informativas e não dispensam a consulta de detalhes junto das entidades competentes e oficiais.



Autoria:

PNMF




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