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Instituto de Investigação Científica Tropical

Instituto de Investigação Científica Tropical

O ponto de interesse Instituto de Investigação Científica Tropical encontra-se localizado na freguesia de Alcântara no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura científica, da segunda metade do século 20. Instalações laboratoriais. Inserido no contexto do modernismo português. Ao longo de todo o edifício está presente um sentido de escala humana que transmite a permanente sensação de ordem e tranquilidade. A figura humana, a forma como preenche, e se move no seu espaço surge como elemento preponderante na definição e concepção do mesmo.

Apresenta-se no espaço como um bloco constante de cinco pisos de disposição alongada cuja frontaria principal fica voltada a Sul e sobre a qual se procura estabelecer planos de simetria através da acentuação plástica de um eixo central que se materializa sob a forma de um corpo saliente cujas linhas externas ( volume seco ritmado por uma série de colunas correspondente a um pórtico que marca a principal zona de acesso ao grande edifício) imprimem uma feição capital dentro do conjunto arquitectónico. Na face anterior deste corpo, também no mesmo eixo, salienta-se um anexo, para correspondente à zona dos anfiteatros e, em cada extremidade do bloco alongado, insere-se uma pequena ala, com três pisos, torneante para as traseiras sendo possível observar assim uma organização estratificada por categorias com um corpo central dominante e as suas alas subordinadas. O edifício com cinco andares, sublinhados pela circunscrição de uma linha continua de fenestrações guarnecidas de cantaria e largos cunhais, apresenta pois um rigoroso controlo volumétrico e uma inteligente articulação de massas cúbicas distribuídas clássica e monumentalmente ao longo de um eixo axial. A disposição formal do edifício pressupõe assim uma certa ordem, não de simples arrumação mas de carácter hierárquico. A frontaria principal apresenta certa dignidade devido à ideal proporção das suas partes, como é o caso dos seus vários vãos, que revelam, através da sua composição e disposição, um ar familiar que dificilmente passa despercebido, bem como a acentuação dos largos cunhais que produz uma impressão de solidez que se coaduna com um natural e instintivo empenho de segurança e estabilidade. A própria concessão à moda dos pilotis, traduzidas aqui em simples esteios cilíndricos é discreta e despretensiosa. INTERIOR: apresenta uma organização que se aproxima da imagem de uma pequena comunidade com, serviços e espaços comuns, propondo, um sistema interno de circulação com galerias de acesso aos serviços e uns interiores com uma grande fluidez espacial e funcional, revelando uma atitude mental clássica e valorizando os espaços comuns, quer pela qualidade de certos detalhes, quer pelo emprego de obras escultóricas e pictóricas. A entrada efectua-se assim ao nível do corpo central do edifício e dá acesso a um átrio que, se repete através de uma desmultiplicação no sentido vertical apoiada por uma ampla escadaria, e constitui o núcleo do sistema de circulação e distribuição de todo o complexo. A circulação interior realiza-se assim, materialmente, através de um corredor que atravessa longitudinalmente todo o edifício á excepção do núcleo de distribuição em que adquire um carácter virtual, e faz a distribuição do átrio central pelos vários serviços, nos vários e sucessivos pisos. A distribuição dos serviços realiza-se pois do seguinte modo: na cave, encontram-se instaladas arrecadações e depósitos diversos, bem como alguns serviços dinâmicos, tal como a sala de desenho, de fotografia e catalogação, cujas funções aconselham, por similitude, tal localização; o rés-do-chão, constitui o andar nobre do edifício, e nele está instalada a direcção e todos os serviços em contacto com o público; a partir do primeiro andar aparecem então as instalações de estudo e investigação com laboratórios, gabinetes, salas e câmaras de diversos trabalhos especializados, tendo o segundo andar os anfiteatros comuns; no quarto andar estão instalados os insectários e jaulas para animais. No EXTERIOR em frente do pórtico da fachada principal, encontra-se um grande relvado com o formato de ferradura, delimitado pelas vias de acesso à portaria do edifício. Este relvado apresenta-se enquadrado bilateralmente por canteiros sobrelevados. Frente à fachada posterior do edifício encontra-se uma zona densamente arborizada *1 que se estende até ao extremo N. da propriedade, inscrevendo-se apenas no solo um arruamento alcatroado que conduz ao portão N. descrevendo um percurso em forma de S invertido, com início no extremo O. do edifício, terminando numa pequena rotunda que dá acesso ao pavilhão de medicina B do Hospital Egas Moniz, pré-fabricado, instalado junto ao referido portão N.

Materiais

Pedra - lioz (pavimentos), lioz Polido (escadas interiores), marmorite lavado (revestimento de paredes), várzea de Sintra (guarnecimento dos vãos, escadas exteriores), azulino (escadas exteriores); Cerâmica - mosaico cerâmico (pavimentos), tijolo (paredes); Vidro - simples, duplo; Estuque - estuque pintado (revestimento de tectos e paredes); Metal - alumínio (caixilharias de vãos exteriores), ferro...estrutura..., (gaiolas e portas do biotério); Alvenarias - tijolo (paredes); Betonilha - betonilha de regularização, betonilha esquartelada; Betão - betão armado ( estrutura do edifício); Produtos Sintéticos - tela asfáltica (cobertura), cushiontone acústico (revestimento de paredes); Madeira - pinho (vãos interiores, tacos de revestimento), carvalho (tacos de revestimento).

Observações

*1 - foram mantidas a maioria das oliveiras pré-existentes no terreno.