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Jardim do Palácio Nacional de Ajuda

Jardim do Palácio Nacional de Ajuda

O ponto de interesse Jardim do Palácio Nacional de Ajuda encontra-se localizado na freguesia de Ajuda no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Espaço verde de recreio. Jardim de estilo barroco patente na geometria e simetria presentes tanto no traçado do jardim como na forma e disposição da vegetação. O desenho desenvolve-se a partir de eixos que definem canteiros de formas geométricas, marcados por sebes talhadas de buxo, entre os quais se destaca a presença de diversas peças de água. Localizado numa zona intimamente ligada à história da cidade e do país, o Jardim das Damas é um espaço de valor arquitectónico e histórico indiscutível. A sua relação com o Palácio Nacional da Ajuda e os elementos que o compõem fazem deste jardim um local com uma ambiência única, ao mesmo tempo que permite desfrutar de uma vista excepcional sobre o palácio, o rio e a cidade.

Jardim de planta irregular, implantado numa encosta orientada a SE. a N. do Palácio da Ajuda, murado a O., N. e E., ficando toda parte S. exposta ao palácio. O jardim desenvolve-se à cota do andar nobre do palácio, estruturando-se em duas plataformas pavimentadas em saibro com canteiros de traçado geométrico, marcadas por um mirante situado no extremo NO., o seu ponto mais alto. Além do acesso a partir do palácio, o jardim é também acessível a pela Calçada do Mirante, onde existe uma porta situada no muro N. e um portão no limite E., e pela Calçada da Ajuda onde existe outra porta e outro portão. A ligação entre as diferentes plataformas e o mirante é feita por caminhos de degraus rampeados em tijolo com canteiros rebaixados, que se desenvolvem adjacentemente aos muros limítrofes N. e O., revestidos por rosa-banksia (Rosa banksia lutea e Rosa banksia banksia) e vinha virgem (Parthenocissus quinquefolia e Parthenocissus tricuspidata). O caminho N. liga a plataforma superior, cota à qual se desenvolve o piso térreo do mirante, de onde se pode desfrutar da vista sobre o rio. O caminho O. estende-se ao longo de todo o limite O. do jardim, fazendo a ligação entre as duas plataformas e o piso do palácio que lhe da acesso. A PLATAFORMA SUPERIOR ocupa a zona NO. do jardim, adotando uma forma aproximadamente triangular, destacando-se no canto NO. o MIRANTE. O seu centro é marcado por um lago de planta circular com uma fonte ao centro, em torno do qual se desenvolvem canteiros delimitados por sebes de buxo (Buxus sempervirens). No canto E. desta plataforma umas escadas em pedra calcária dão também acesso à plataforma inferior e de frente destas encontra-se uma pequena cascata revestida por pedra irregular. Com exceção do limite N., que é definido pelo muro que suporta o caminho de acesso ao 1º piso do mirante, os seus limites são definidos por muro coroado por laje de pedra calcária, que envolve a plataforma inferior a N. e O. A PLATAFORMA INFERIOR apresenta uma forma retangular que se desenvolve paralelamente à fachada N. do palácio, adoptando no extremo O., uma forma aproximadamente triangular que se desenvolve para S. paralelamente á fachada O. Esta é confinada por muro a N., E. e O., sendo todo o limite S. delimitado por muro com balaustrada em pedra calcária. O tabuleiro retangular é estruturado por três caminhos paralelos de direção O.- E. que se interligam transversalmente. Um percurso central que termina a O. num tanque de forma oval e a E. em escadas de modo a acompanhar o declive do terreno e dois percursos periféricos, um junto ao muro N. e outro junto à balaustrada. Entre eles encontram-se canteiros delimitados por dupla sebe de buxo (Buxus sempervirens), cujos cantos são marcados por exemplares de murta (Myrtus communis), com dois alinhamentos de magnólias (Magnolia grandiflora) e plátanos (Platanus sp.) junto aos caminhos periféricos. Junto à balaustrada, alinhada centralmente com a fachada do palácio, destaca-se a CASCATA em pedra irregular, de planta aproximadamente semicircular, ladeada por duas escadarias em pedra calcária, que se desenvolvem contiguamente à balaustrada, com jaulas no patamar inferior. Estas dão acesso à base do muro que suporta o jardim e ao talude de declive acentuado que faz a transição entre o palácio e o jardim*2. No tabuleiro triangular, entre dois canteiros delimitados por sebe de buxo (Buxus sempervirens) com olaia (Cercis siliquastrum) e romãzeira (Punica granatum), encontra-se um lago de planta semicircular com paredes revestidas por mosaico em pedra travertina. Este situa-se à cota da base do muro de suporte, elevando-se o seu repuxo até à cota da plataforma inferior.*3.

Materiais

INERTES: pavimento em saibro; escadas e pavimento em tijolo burro; delimitação de canteiros em lancil de pedra calcária; muros e tanque em alvenaria; painéis de azulejos; lagos, coroamento de muros, cantarias, balaustrada e elementos escultóricos em pedra calcária; mosaico em pedra travertina; revestimento das cascatas em pedra calcária irregular. VEGETAIS: árvores - magnólia (Magnolia grandiflora), olaia (Cercis siliquastrum), plátano (Platanus sp.), romãzeira (Punica granatum); arbustos - buxo (Buxus sempervirens), murta (Myrtus communis); trepadeiras - rosa-banksia (Rosa banksia lutea e Rosa banksia banksia), vinha virgem (Parthenocissus quinquefolia e Parthenocissus tricuspidata).

Observações

*1 - DOF: "Zona circundante do Palácio Nacional da Ajuda a saber: 1) o Jardim das Damas, com o seu mirante e outras obras arquitectónicas, único recinto ao ar livre que terá acesso direto do andar nobre do Palácio; 2) Sala de Física, pavilhão independente, do séc. 18, com obra de pintura, estuques, talha, etc.; 3) torre sineira, do séc. 18; 4) o chamado Paço Velho, ao N. do Jardim Botânico e com a frontaria para a Calçada da Ajuda. Contém quatro interessantes tectos, ricamente decorados, com pinturas e dourados que precisam de restauro; 5) o Jardim Botânico da Ajuda, com casas anexas ao S. (onde morou Brotero) e outra no ângulo SE." *2 - estava prevista a criação de acessos ao palácio, situado a cotas inferiores, mas estes nunca foram resolvidos. *3 - o jardim não se encontra aberto ao público. *4 - "Da "Real Barraca" apenas nos ficou o lugar dos seus jardins, o das Damas com o belo mirante que supomos delineado pelo arquitecto Manuel Caetano e decorado com graciosos azulejos da fábrica do Rato. Este mirante, embora desprezado, ainda existe; mas há alguns anos atrás, se não fosse o nosso grito de indignação talvez tivesse ido abaixo para endireitar a calçada... o traçado do jardim com a sua balaustrada, um lago e uma cascata, ainda o podemos apreciar numa planta exposta do palácio. Hoje apenas resta um campo para criar galinhas, nabos e hortaliças e também algumas ervas daninhas.".