Arquitectura de armazenamento, modernista. Edifício modernista, marcado pelos movimento racionalista. Grandes superfícies planas,curvas e envidraçadas. Contraponto entre formas puras com elementos decorativos expressos em frisos, platibandas, molduras e até trabalhos de baixo-relevo. Os baixos-relevo que ladeiam um dos portões voltado para o rio são alusivos ao pescador.
Planta rectangular. O edifício desenvolve-se em quatro pisos para a Avenida D. Pedro V e em três para a Alameda Basílio Teles. Volumes articulados, segundo coberturas em telhado e em terraço diferenciadas. O embasamento do imóvel é marcado fundamentalmente por grandes vãos: a entrada principal na esquina e dois grandes portões de entrada de mercadorias. Estes vãos são marcados ora por platibandas, ora por frisos, ora por superfícies decoradas com baixos relevos, ora por lâminas verticais. Sobre um dos portões de serviço, grandes superfícies envidraçadas. A esquina de planta curva, desenvolve-se no sentido vertical por uma sucessão de varandas. A fachada voltada para a Av. D. Pedro V, mais fechada apresenta rasgos horizontais.
Materiais
Paredes de alvenaria de tijolo rebocado pelo lado exterior e interior; Paredes interiores rebocadas com acabamento a areado fino e estanhado; Tectos com acabamento a areado fino e estuque; Pavimentos revestidos a betonilha; Caixilharias de ferro e madeira; Portão em chapa de ferro ondulado.
Observações
Por notícias da Imprensa da época, sabe-se que o edifício foi uma obra contestada pela linguagem arquitectónica, constituindo na altura uma obra polémica. Quando o edifício foi construído era propriedade da C. M. e destinava-se a frigorífico do Peixe, da sua organização constavam os seguintes espaços: salas de preparação e escolha do peixe, grande hall destinado à lota, salas frigoríficas, salas de secretaria e administração, duas habitações destinadas a funcionários deste Serviço e túnel de entrada de mercadoria, ligando as salas de escolha e preparação do peixe e um embarcadouro no rio.