Convento maneirista com igreja cruciforme, de nave única precedida por galilé, capelas colaterais intercomunicantes e abóbada de berço em caixotões, e dois claustros. Capelas com retábulos de talha dourada de estilo nacional e joanino. O claustro principal tem motivo serliano. O cadeiral, de estilo nacional, com relevos narrativos da vida de São Bento de grande qualidade, é um dos melhores do estilo. O retábulo-mor constitui o mais grandioso exemplar do tipo de retábulo com tribuna de estilo nacional na variante em que as colunas alternam com pilastras. Retábulos de estilo joanino de vários andares e sanefa do arco triunfal também joanino, de forma tradicional.
Planta composta por igreja cruciforme, de nave única e transepto saliente, dois claustros, um quadrangular e outro rectangular, e dependências conventuais desenvolvidas à esquerda. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro águas. A fachada principal da igreja, toda de cantaria, possui três registos separados por cornijas salientes e vários corpos ritmados por pilastras sobre embasamento moldurado. No primeiro registo abrem-se cinco vãos de arcos plenos, sendo o central maior, fechados por gradeamentos. Sobrepôem-se-lhes, ao nível do segundo registo, duas janelas com frontão circular, e, ao centro, três nichos com frontões triangulares e um circular, com imagens de Santa Escolástica, São Bento e Santa Gertrudes Magna. O terceiro registo, mais estreito e com remate lateral curvo, é rasgado por um grande janelão semicircular; sobre uma cornija, frontão circular com nicho e imagem de Nossa Senhora da Vitória. No alinhamento das pilastras, dispõem-se frontal e superiormente no terceiro registo pináculos. Mais recuada à fachada, organizam-se duas torres sineiras quadradas, também de cantaria, com duplas pilastras nos cunhais e coroadas por cúpulas. O edifício conventual, de alvenaria rebocada, com pilastras nos cunhais encimados por pináculos, possui quatro pisos, rasgados regularmente por janelas, tendo os dois pisos superiores bandeiras. Interior: galilé com abóbada de tijolo. Nave com seis capelas colaterais intercomunicantes, de arco pleno, com retábulos de talha e encimadas por tribunas, ambas com sanefas de talha; cada capela é fechada por balaustrada de jacarandá. Coro-alto com cadeiral em U, de duas filas e espaldar ricamente decorado com cenas da vida de São Bento. Do lado do Evangelho, encosta-se-lhe órgão de tubos em talha. No topo da nave, dois púlpitos quadrados com baldaquino. Os braços do transepto têm no topo retábulos de talha ladeados por portas e janelas e encimadas por janelão semicircular, todos com sanefas de talha; ladeando o arco triunfal, capela com retábulo e janela. Nave e transepto coberta por abóbada de canhão em caixotões e de aresta no cruzeiro. Arco triunfal pleno sobre pilastras sobrepujado por sanefa. Capela-mor rasgada colateralmente por seis janelas com sanefas de talha encimando cadeiral; amplo retábulo de talha e cobertura em abóbada de canhão formando caixotões. Ante-sacristia abobadada, com lambril de azulejos, grande lavatório e várias imagens. Sacristia rectangular com abóbada de berço, retábulo de talha dourada, contadores embutidos na parede e grande arcaz. O claustro contíguo à portaria, todo em cantaria, possui dois pisos separados por cornija e ritmados por duplas pilastras com vãos rectangulares entre elas. Em cada ala, abre-se no 1º piso três arcos plenos e no 2º janelas de sacada com bandeira, balustrada de cantaria e frontões triangulares e circular. Sobrepujando as coberturas, bolas sobre plintos no alinhamento das pilastras e cartelas com enrolamentos ao centro. O outro claustro, de três pisos separados por frisos, têm apenas duas alas com arcos plenos sobre pilares e janelas de guilhotina nos pisos superiores.
Materiais
Cantaria de granito, betão, ferro fundido, madeira (pau preto, jacarandá, outras), azulejos, talha. Cobertura de telha.
Observações
*1 - A Orquestra Clássica do Porto ficou instalada na parte do claustro nobre e adjacências, o Arquivo Distrital do Porto na área do claustro dos carros e ala transversal e a cela dos Padres Beneditinos na zona da igreja, ala N. e 3º piso da ala O.. *2 - Enquanto foram vivos os monges beneditinos de São Bento da Vitória, reuniam-se anualmente na igreja para a celebração litúrgica do dia do seu Patriarca. Após a morte do último monge, a celebração deixou de se realizar. *3 - O interior da igreja esteve revestido a azulejos seiscentistas, dos quais restam apenas alguns no Museu Municipal e nas casas adjacentes ao convento.