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Palácio de Freixo

Palácio de Freixo

O ponto de interesse Palácio de Freixo encontra-se localizado na freguesia de Campanhã no municipio de Porto e no distrito de Porto.

Arquitectura civil privada, barroca. Palácio barroco de planta quadrada com torreões sensivelmemte salientes e mais altos nos cantos, numa concepção fechada e muito complexa, com todos os alçados de desenho diferente rica e cenograficamemte esculpidos. Na fachada E., a mais movimentada, o corpo central recorda a traça das Igrejas dos Clérigos ou da Misericórdia. Um dos mais significativos edifícios do barroco português e marco fundamental da arquitectura nasoniana. Nasoni consegue aqui tirar o maior partido do movimento barroco, o qual se traduz numa complexa articulação das fachadas, escadarias e passagens, jogando com planos diferentes que avançam e recuam e rematando todo o edifício com uma decoração em que os pináculos e as balaustradas, e sobretudo os frontões recortados e ondulados, as molduras das janelas e outros pormenores, movimentam todo o edifício, por vezes, de um modo palpitante. As pinturas murais do interior da autoria de Nasoni.

Palácio de planta quadrangular com torreões ligeiramente salientes nos cantos cobertos por telhados piramidais e rodeados de coruchéus menores. A unir os torreões, com alguns jarrões decorativos, uma platibanda. Decoram o palácio escadarias de lanços opostos, terraços em planos diferentes, de frontões invertidos e quebrados. Cada fachada apresenta um traçado diferente, em três níveis distintos. A fachada S. tem dois andares e meio; a de O. revela dois pisos enquanto a de E. parece possuir três. Na fachada O. figuram nichos chanfrados nas janelas superiores, sendo o central encimado por festões e volutas, semelhantes aos que sobrepujam o pórtico do palácio. A fachada S., voltada para o rio, ostenta no andar nobre três balcões de balaústres e é ritmada pela reentrância da janela central e pela projecção da escadaria. A fachada E. a mais imponente, com grande escada em plano destacado e a zona central mais recuada, cingida pelas torres, apresenta uma balaustrada com os patamares ornados (festões envolutados e golfinhos). Os portais do corpo central são cingidos por cunhais, terminando em frontões interrompidos, e sobrepujados pela pedra de armas do Barão do Freixo. Interior: pinturas murais em tons de azuis, castanhos, ocres, vermelhos e rosas em alçados e vergas de vãos; o interior encontra-se totalmente adulterado e descaracterizado, face às sucessivas alterações a esmo. No jardim O. existe um belvedere, típico dos jardins italianos da época que pelo andar térreo dá acesso ao Terreiro E. Este, em forma de hemiciclo, é flanqueado por dois pequenos pavilhões e ornamentado com tambores, elmos, escudos e bandeiras, canhões, bolas, etc.

Materiais

Granito aparente, granito rebocado, cal, cobertura de telhas, madeira.

Observações

*1 - O Palácio foi recuperado no âmbito do projecto Metropólis, no qual o governo participa com 10 milhões de contos. O projecto, confiado ao Arqº Fernando Távora, é polémico, visto que previa a transferência das antigas instalações da Fábrica Harmonia para jusante do palácio, onde seriam reconstruídas. Tal foi, no entanto, recusado pela autarquia em Janeiro de 1998, instruindo-se o arquitecto que deveria reformular o projecto neste aspecto. Os demais, como sejam a criação de uma pequena marina, o desvio da estrada marginal junto ao Freixo e a construção de um novo edifício, que será utilizado para as comemorações da viagem de Vasco da Gama ao Brasil e para o encerramento das celebrações dos Descobrimentos, devendo depois albergar o Museu da Imprensa e outros locatários, manter-se-ão. *2 - As armas dos Távora ostentavam-se em diversas partes do edifício, mais tarde destruídas pela alçada do Marquês de Pombal. Os jardins, de inspiração nasoniana, encontravam-se repartidos por arquitectónicas alamedas de balaústres e povoados de esculturas alegóricas. Ao longo do rio corria um varandim. No interior sobressaiam luxuosas decorações em estuque, frescos, espelhos e lustres.