Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, renascentista. Igreja tardo-gótica de planta em cruz latina com 3 naves de diferente altura e cabeceira tripla, com portal axial manuelino, muito semelhante ao da Igreja de Azuaga na Estremadura espanhola. Torre sineira renascentista. As paredes que formam a nave central e a capela-mor, em toda a sua extensão, estão coroadas por duas ordens de merlões. Grande torre sineira quadrangular, impondo-se à frontaria e a toda a igreja pelo volume e quase ausência de ornamentação, com excepção para o balcão de balaústres assente em mísulas. Pia manuelina. Capela lateral inteiramente forrada a azulejo do séc. 17. O janelão voltado a O. mostra uma cena de Cristo de fortes efeitos cromáticos. Vitrais do princípio deste século executados em Paris, representando a vida de S. João Baptista.
Planta composta em cruz latina com três naves, transepto e cabeceira salientes, sendo esta formada por ábside e dois absidíolos, e apresentando o transepto duas capelas. Volumes articulados com coberturas diferenciadas e telhados de uma, duas e quatro águas. As paredes que formam a nave central e a capela-mor, em toda a sua extensão, estão coroadas por duas ordens de merlões. Na fachada O., pórtico, de três arcos trilobados e um grande arco conopial, ornado de folhagem, limitado por finos botaréus acogulhados e fechado por um cordame entrançado que coincide com a ponta do arco de querena. No tímpano pode ver-se sob um grande dossel rendilhado uma escultura de pedra, figurando S. João Baptista, assente numa mísula esculpida e ladeada pelos símbolos dos evangelistas. No espaço que se sobrepoe ao último arco vemos esculpidos vários adereços: a N. as armas de D. Manuel ladeadas por duas esferas armilares, a S. o escudo de Vila do Conde. A N. grande torre sineira quadrangular, voltada para O.,e impondo-se à frontaria e a toda a igreja pelo volume e quase ausência de ornamentação, com excepção para o balcão de balaústres assente em mísulas. Portal lateral de arquivolta ogival, assente em colunas torsas de capitéis vegetalistas. No INTERIOR, três naves, sendo a central mais alta e mais larga que as laterais, e separadas por quatro arcos de volta inteira suportados por colunas oitavadas alternando faces planas e côncavas, com finos colunelos nos ângulos. Pavimento em soalho de madeira e tectos de madeira. Capela-mor coberta com abóbada de aresta ricamente artesoada. O absidíolo do lado do Evangelho, tem abóbada de pedra com lanternim, sendo o do lado da Epístola coberto por uma pequena abóbada de nervuras. Nesta notam-se alguns baixos relevos policromados. As duas capelas transeptais cobertas por abóbadas artesoadas firmadas por bocetes e abertas por arcos de volta perfeita recamados por folha de parreira são obra quinhentista. Conservam retábulos de talha dourada com colunas salomónicas enquadrando imagens. A Capela da direita, dedicada a Nª Sª da Boa Viagem (1542) é toda forrada a azulejo do séc. 17. A outra capela, dedicada a Nº Sª da Assunção, tem na parede do lado E. a imagem gótica de S. João Baptista. A figura que assenta numa mísula trabalhada ostenta um nimbo com um dístico em caracteres góticos. A iluminação do interior faz-se por um grande janelão de volta perfeita que se abre na frontaria e ainda por várias frestas rasgadas nos flancos e no clerestório.
Materiais
Estrutura de granito aparente; granito nos tectos das capelas da cabeceira, do transepto e em pavimentos; madeira na estrutura dos telhados e no tecto da nave, no coro, nos vãos de porta e janelas, pavimento interior, nos retábulos e no púlpito; azulejo no revestimento de uma capela transeptal, no roda-pé da capela-mor, e de uma capela lateral e na sacristia; telha cerâmica nas coberturas; cartão asfáltico como sub-telha; zinco em rufos e caleiros; chumbo no remate das empenas; bronze em pingadeiras; ferro em caixilharias; chumbo e vidro de vitral em caixilharias de janelas e de frestas.
Observações
A pedra para construção da igreja veio, em maior parte, das pedreiras da freguesia de Vairão, então da Maia e hoje do Concelho de Vila do Conde. A pedra da base da torre sineira foi a que se encontrava na nova igreja de São João, no cimo do castro. *1 - O novo risco, enviado por D. Manuel I, foi adoptado apenas parcialmente, tendo-lhe sido acrescentado capelas absidais e o transepto, também com duas capelas; *2 - os impostos não caducaram com a feitura da Matriz, continuaram por muitos, mercê de disposições régias que os concediam a pedido de Edilidade para acrescentos e reparação da igreja