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Palácio do Conde de Óbidos

Palácio do Conde de Óbidos

O ponto de interesse Palácio do Conde de Óbidos encontra-se localizado na freguesia de Estrela no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura residencial, barroca e novecentista. Palácio de planta rectangular simples, formando um pequeno U sobre o Rio Tejo e ao nível do andar superior, com acesso por amplo vestíbulo central, que liga, através de corredores, às alas laterais e, através de escadas, implantadas em ambos os lados, ao piso superior, onde as salas são intercomunicantes. Fachada principal rectilínea e simétrica, flanqueada por pilastras toscanas colossais, rasgada por vãos rectilíneos, a partir de um eixo central, composto pelo portal, encimado por frontão interrompido pelas armas da família. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados colossais, rasgadas uniformemente por janelas rectilíneas. Interior composto por um corredor estreito que liga às salas viradas à fachada principal, sendo as opostas mais amplas e intercomunicantes, abertas para o Rio Tejo. Possuem tectos e pavimentos em madeira, com coberturas planas ou em gamela, algumas ostentando decoração. Os salões possuem silhares de azulejo, alguns setecentistas, outros reformados no séc. 20. A capela é de planta longitudinal, composta por nártex, nave, capela-mor, tendo adossados sacristia e baptistério, com coberturas em falsas abóbadas de berço pintadas e revestidas a azulejo de padrão seiscentista, no templo, e neoclássico e figurativo no baptistério. Edifício com uma situação geográfica excepcional, em destaque sobre morro calcário, com todos os salões nobres virados a S. e vista sobre o Rio Tejo. O edifício foi, na zona de acesso, muito alterada, pela construção de uma série de anexos, onde estão instalados os serviços centrais da Cruz Vermelha, com garagens, serviços administrativos, bar, refeitório e cozinha, dispostos em U, em torno de um terreiro desnivelado, possuindo fachadas simples, rasgadas por vãos rectilíneos, sem interferência na leitura geral do antigo palácio. Este adapta-se ao desnível do terreno e, na fachada principal, contrariando a tendência normal, tem as janelas do piso superior de menor dimensão, uma vez que o declive do terreno obriga a que o portal da entrada esteja ao nível do andar nobre. Na fachada principal, distinguem-se várias figuras de convite novecentistas, em azulejo azul e branco, com inscrições de boas-vindas, tendo de mais notável o pórtico setecentista, de moldura saliente e ladeado por pilastras, com frontão concheado, interrompido pela pedra de armas, ladeada por anjos tenentes. Na fachada oposta, surge interessante painel de azulejo, de figuração épica e histórica, com molduras neomanuelinas e alusivo à Descoberta do Brasil, constituindo um falso tríptico. O interior, apesar de restaurado profundamente no século XX, possui a estrutura dos salões intacta, onde se destacam alguns tectos pintados, silhares de azulejo, de composição figurativa, em várias salas do andar nobre, os dedicados a Diana, repintados no séc. 20, reflectindo a obra de Nuno de Montemor, sobre a deusa grega; surgem, ainda, painéis que reproduzem as tapeçarias de D. João de Castro, pertencentes à Áustria, e outros com cenas galantes, com referências do azulejo holandês; várias das salas possuem fogões de sala, em cantaria. De todo o conjunto, distingue-se a biblioteca, com dois pisos de estantes em talha pintada e dourada, divididos por pilastras e com o varandim sustentado por consolas; o tecto desta possui uma alusão à tradicional Batalha do Campo Grande, que não se chegou a concretizar pela interferência da Rainha Santa Isabel, que aplacou as tropas do rei D. Dinis e as do infante D. Afonso. A capela é um interessante exemplar, possuindo várias inscrições alusivas à sua construção, ao seu orago e à Cruz Vermelha, possuindo tectos pintados e paredes com azulejo de tapete, algum original, tendo interessante baptistério, com cobertura em falsa cúpula, onde esvoaça a pomba do Espírito Santo, revestido a azulejo neoclássico, com temas figurativos religiosos e alguns elementos decorativos lineares, típicos do período. Na Sala de Jantar, possui quatro pinturas, representando o Palácio em vários séculos, permitindo verificar a sua evolução arquitectónica, na fachada virada ao Tejo.

Núcleo construído, composto pelo edifício principal, na zona mais baixa e vários anexos fronteiros, de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, situados em cotas distintas do terreno, vencidas por escadaria de um lanço, criando três pátios, um fronteiro ao edifício principal, com pavimento em lajeado e pequeno passeio em calçada de calcário, onde se ergue uma oliveira. O EDIFÍCIO PRINCIPAL é de planta rectangular simples, em U no piso superior, com os braços virados a S., tendo coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco *1, algumas delas percorridas por embasamento saliente, em cantaria de calcário, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas em friso, cornija e beirada simples, rasgadas, uniformemente, por vãos rectilíneos, excepto na fachada S., em arco de volta perfeita, com caixilharias de madeira ou alumínio e vidro simples e portas do mesmo material. Fachada principal virada a N., de dois pisos, composta por dois panos, o do lado direito mais alto e o do lado esquerdo, correspondente à zona nobre da entrada; possui os vãos em disposição simétrica, a partir de um eixo central, composto pelo portal. O piso inferior é rasgado pelo portal, de verga recta e moldura almofadada, flanqueado por duas pilastras toscanas, que sustentam friso almofadado, possuindo mísulas laterais, em forma de pequena consola, com lacrimais na base, onde se apoia o frontão interrompido do remate, com parte do tímpano ornado por concheados e cartela enrolada, formando uma carranca, onde surge a pedra de armas dos Condes de Óbidos, rodeado por acantos, com coronel de nobreza e sustentada por tenentes, na forma de figuras infantis. O portal é flanqueado por duas janelas de peitoril de cada lado, com molduras recortadas e rematadas por friso e cornija. Ocupando o espaço entre as janelas, surgem seis painéis de azulejo, com 21 azulejos de altura na parte mais alta, formando silhar recortado, em monocromia azul de cobalto em fundo branco, imitando os painéis do séc. 18, representando cavaleiros, albardeiros, e figuras de convite, assentes em plintos galbados, com guarnição composta por motivos arquitectónicos, como quarteirões, pináculos, volutas e apainelados com festões de flores e carrancas. No segundo piso, quatro janelas de peitoril e molduras recortadas. O pano do lado direito tem, no primeiro piso, três portas de serviço, três janelas de peitoril, todas com molduras recortadas e, em posição descentrada, o portal de acesso à Capela, de verga recta e moldura recortada, rematado por friso e por frontão triangular interrompido por cruz latina, flanqueada por dois pináculos piramidais. No lado esquerdo, um painel de azulejos de 11x10, em monocromia, azul sobre fundo branco, representando o orago, Nossa Senhora da Conceição, em glória de anjos, rodeada por moldura de volutas, enrolamentos e acantos. No lado direito, estrutura em ferro, pintada de verde, sustentando uma sineta. No segundo piso, seis janelas de peitoril com molduras recortadas, surgindo, sobre os telhados três trapeiras, com janelas rectilíneas. Fachada lateral esquerda, virada a E., de três panos divididos por pilastras colossais, com o piso inferior a imitar silharia fendida, dando um ar rústico; o pano do lado esquerdo é rasgado por porta e janela de peitoril, no primeiro piso, surgindo, no segundo, duas janelas de sacada, com guarda em ferro forjado, rematadas por friso e cornija. O pano intermédio possui duas janelas de peitoril correspondentes, sendo o do lado direito cego. Fachada lateral direita adossada ao edifício imediato. Fachada posterior, virada a S., de três pisos, devido ao declive do terreno, marcada pelos dois braços do U, no piso superior, criando dois pequenos corpos torreados, de dois pisos, o inferior seccionado por friso de cantaria, surgindo, na zona superior, duas janelas de peitoril, tendo, no piso superior, duas janelas de varandim, com guardas de ferro e rematadas por friso e cornija. As faces internas possuem portas-janelas, que abrem para um amplo terraço, pavimentado a lajes de calcário, protegido por guarda metálica, dividida por seis acrotérios de cantaria. A face frontal do segundo piso tem quatro portas-janelas, rematadas por friso e cornija, que centram um painel de azulejo policromo, de 21x37, alusivo à Descoberta do Brasil. No piso inferior, cinco arcadas cegas, assentes em pilastras toscanas, com altos plintos, cada uma com janelas em arco de volta perfeita, na zona superior, possuindo dois pequenos panos laterais, com janelas rectilíneas. INTERIOR com dois pisos de serviços, divididos em gabinetes, destacando-se o andar nobre, com acesso por VESTÍBULO amplo, percorrido por lambril de cantaria, rebocado e pintado de branco e tecto plano com as mesmas características, com acesso frontal a um corredor, que atravessa todo o piso e dá acesso às dependências, através de portas de verga recta, todas elas intercomunicantes e com pavimentos em soalho; do vestíbulo acede-se a duas portas laterais, que levam a duas salas com as paredes pintadas a imitar adamascado, tendo silhares de azulejo de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, criando motivos fitomórficos e com tecto de caixotões de madeira, de onde partem escadas de madeira, de perfil curvo e guarda de balaústres, que acedem ao piso superior. A primeira sala é a BIBLIOTECA, rectangular, composta por dois pisos de estantes de talha policroma, com cada armário dividido por pilastras toscanas, pintadas de marmoreados fingidos, corrida, superiormente, por varandim com guarda balaustrada, assente em consolas, todas pintadas de marmoreados azuis, verdes e vermelhos. O acesso ao piso superior processa-se por um corpo torreado e convexo, existente no lado esquerdo, com duas portas, a inferior mais aparatosa, de moldura recortada e decorada por frontão alteado, com cornija contracurva, de inspiração borromínica, ornada por festões, sobre a qual surge relógio circular; a do piso superior possui uma simples cornija contracurva. Tem cobertura em gamela, possuindo, na sanca, a representação das Artes Liberais, na forma de "putti", que seguram vários atributos, assentes em plintos, flanqueados por açafates e albarradas, encimados por festões de flores, que centram, no lado direito, uma cartela com inscrição; no tecto, o "Episódio de Alvalade", em que a Rainha Isabel aplacou uma batalha que se iria travar entre D. Dinis e o príncipe D. Afonso; do tecto, pende um lustre de cristal. As portas janelas possuem azulejos policromos, formando silhar, compondo festões de drapeados, de onde pendem ramos de flores, rodeados por moldura de pedra torta, sendo a zona superior pintada com apainelados de marmoreados fingidos, centrados por florão. As salas que se sucedem têm nos enxalços das portas-janelas, painéis com 11 azulejos de altura, policromos, representando cariátides com cestos de flores à cabeça. Sucede-se a SALA DO CONSELHO SUPREMO ou Sala de Diana, com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por 10 painéis de azulejo, com 11 de altura, de composição figurativa mitológica, formando silhares, em monocromia de azul de cobalto sobre fundo branco, representando cenas da vida de Diana, envolvidos por uma barra de grotescos, acantos, "putti" e concheados *2; nos enxalços das portas-janelas, azulejos de enchimento, meramente decorativos. A SALA DAS PARÁBOLAS semelhante à anterior, possui 10 painéis de azulejo, com 11 de altura, de composição figurativa formando silhares, em monocromia de azul de cobalto sobre fundo branco, representando Parábolas bíblicas, envolvidos por molduras com grotescos, figuras infantis aladas, enrolamentos de folhagem e carrancas, elaborados no séc. 20. A SALA D. JOÃO DE CASTRO possui tecto de caixotões de madeira, assentes e consolas de estuque decorativo, que também surge a emoldurar os azulejos e portas de acesso, formando um moldura corrida, tendo, nas sobreportas, sobre azulejos figurando "putti", cartelas, medalhões, frontão curvo sem retorno, com o tímpano decorado por cartela recortada, envolvida por rosas e acantos. É envolvida por sete painéis de azulejo, de 10 de altura, de composição figurativa formando silhares, em monocromia de azul de cobalto sobre fundo branco, reproduzindo as campanhas militares de D. João de Castro, envolvidos por molduras de grotescos, enrolamentos de flores, folhas e frutos, medalhões de folhagem, bustos, figuras infantis, carranca, esfera armilar, tendo, na barra, inscrição invocativa, surgindo, no topo da sala, dois painéis com inscrição, a explicar a origem da temática, tudo executado no séc. 20. A SALA DAS GRINALDAS está pintada de bege, possuindo, sobre as portas, moldura de madeira, que percorre todo o espaço, delimitando um lambril; as portas têm molduras de mármore, uma delas com letras gravadas, impossíveis de identificar; tem tecto curvo, pintado, ao centro, por cartela enrolada e florão, rodeado por festões de flores; lateralmente, corre friso de acantos, de figuras híbridas femininas e, nos ângulos, naginas a sustentar açafates de flores; do tecto, pende lustre de cristal. Adossada a esta, a SALA DA MITOLOGIA, com paredes rebocadas e pintadas de branco, corridas por moldura de madeira pintada de bege, tendo tecto em apainelados geométricos, formando pendentes e mantendo 5 painéis de azulejo do 1.º quartel do séc. 18, com 11 de altura, composição figurativa mitológica, em monocromia de azul de cobalto sobre fundo branco, representando episódios das Metamorfoses de Ovídio, envolvido por moldura de grotescos, enrolamentos vegetalistas, volutas de acanto, grinaldas de flores e folhas. Ao lado desta, a SALA DE JANTAR com pavimento em cantaria de calcário, paredes pintadas a imitar adamascado, com moldura dourada, que corre todo o espaço, servindo de divisão a 8 painéis de azulejo, de 11 de altura, de composição figurativa formando silhares, em monocromia de azul de cobalto em fundo branco, representando cenas galantes, cenas pastoris, cavalos e cavaleiros, jogo de cartas, todos envolvidos por barra de acantos enrolados, grinaldas de flores e volutas, possuindo, lateralmente, cariátides, executados no séc. 20, segundo modelos do 17 e 18 *3, tendo fogão de sala, em cantaria de calcário vermelho, rematado em friso e cornija, com guarda-fogo metálico e envolvido por painel do mesmo material, flanqueado por dois nichos dourados e vazios, que se repetem na parede oposta. O tecto forma painel octogonal, pintado com grotesco, pássaros, festões e duas cartelas enroladas, uma delas representando uma ponte, talvez a de Alcântara; nos lados, forma painéis com o mesmo tipo decorativo, surgindo, em quatro cartelas,a representação do palácio nos secs. 17, 18, 19 e 20, conforme inscrição nos mesmos *3. A CAPELA é de planta longitudinal simples, composta por pequeno nártex, nave e capela-mor com as mesmas dimensões, separadas por um degrau e pelo arco triunfal, de volta perfeita e assente em pilastras toscanas, de fustes almofadados. Tem pavimento em mármore, formando elementos geométricos de várias tonalidades e coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço, ambas com as zonas laterais marcadas por falsa balaustrada, onde surge, sobre acrotérios, pequenos anjos músicos, a da nave com o escudo português e a da cabeceira com a pomba do Espírito Santo. As paredes encontram-se revestidas a azulejo do tipo tapete, com padrão 2x2, possuindo silhar de azulejo de padrão de maçaroca, possuindo várias lápides com inscrições. Na parede testeira, altar em cantaria e um nicho com uma cruz latina. O nártex, com cobertura crucífera, pintada de várias tonalidades e florão central, está revestido a azulejo de figura avulsa, tendo, na parede fronteira à entrada, um painel policromo, composto por enrolamentos, cartelas e festões, que centram um medalhão em monocromia, azul sobre fundo branco, a representar a Imaculada Conceição, e, sobre a porta de entrada na Capela tem a inscrição "CAPELLA DA PADROEIRA". No lado do Evangelho, a sacristia e o baptistério, a primeira com cobertura em gamela, com a zona plana formando caixotões de formas diferentes, com almofadados, pendentes ou cartelas fitomórficas de talha dourada, intercalados com grinaldas ramos de flores, surgindo, na sanca, nos ângulos, "putti" de vulto, e painéis com açafates de flores, estando sobre falsos drapeados, em estuque pintado, tendo as paredes pintadas, a imitar adamascado e silhares de azulejo de padrão monocromo, azul sobre fundo branco. Possui lavabo de cantaria, composto por um espaldar rectilíneo com depósito em arco de volta perfeita, onde se inscreve torneira de bronze, que verte para taça rectilínea, com concavidade na zona superior. O baptistério está pintado a imitar papel adamascado, possuindo lambril de azulejo policromo, a representar uma "Fuga para o Egipto", o "Baptismo de Cristo" e "Cristo e a samaritana", em medalhões envolvidos por elementos fitomórficos sinuosos e festões, que também surgem nos painéis de enchimento. Tem cobertura em falsa cúpula oitavada, assente em cornija e frisos, tendo, nos ângulos, pombas brancas, surgindo, na zona central da cúpula, a pomba do Espírito Santo. Ao centro, pia baptismal de cantaria, oitavada, com taça, coluna e pé almofadados, possuindo janela conversadeira com inscrições. A escada de acesso ao segundo piso, tem cobertura de gamela, com a zona central alteada, formando um falso lanternim, decorada com motivos fitomórficos e com albarradas na sanca; a escada, de tiro, está revestida a azulejo de figura avulsa policromo, alternando com um liso, possuindo corrimão de cantaria, embutido na parede. No segundo piso, muito descaracterizado por obras de adaptação às novas funções, mantém-se o GABINETE DO PRESIDENTE, com tecto de caixotões, ornados por elementos vegetalistas em estuque, sendo revestido a azulejo de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, formando um enxaquetado de flores. Os ANEXOS situados a N., criam um L invertido, de volumes articulados e coberturas diferenciadas a quatro águas. Fachadas pintadas de branco, rematadas em cornija e beirada simples, rasgadas por vãos, maioritariamente rectilíneos, com molduras simples de cantaria. Fachada principal virada à via pública, a N., de dois pisos e dois panos divididos por pilastra colossal, tendo, no do lado esquerdo, três janelas de peitoril em arco abatido no primeiro piso e três no segundo, surgindo, no pano da direita, uma porta, a que se sucedem cinco janelas protegidas por grades metálicas, encimadas por seis janelas, as dos extremos de sacada, em cantaria e com guarda vazada de metal, formando elementos geométricos. Fachada lateral esquerda, virada a E., composta por dois grandes vãos no piso inferior e três janelas de peitoril no superior, surgindo, sob elas, uma réplica do painel de azulejos da Sala de D. João de Castro. Fachada lateral direita adossada ao edifício anexo. Fachada posterior tem, na face N., quatro janelas em cada piso, surgindo, no extremo direito, uma porta em cada andar, a superior com acesso por escadas com guarda de alvenaria, rebocada e pintada e capeadas a mármore. A face virada a E. tem, no primeiro piso, três portas, uma de menores dimensões, e três janelas, surgindo, no segundo, seis janelas de peitoril. A face S. de um dos braços tem duas portas no piso térreo e três janelas de peitoril no segundo, possuido, ao centro, um nicho de volta perfeita, assente em pilastras, contendo a imagem de São Cristóvão. Sob o portão de acesso e aproveitando o desnível do terreno, fronteiro ao edifício principal, surge uma ampla garagem, com porta de verga recta, flanqueada por janelas jacentes, sendo rematada por platibanda plana, entrecortada por três grupos de balaústres; anexo a esta, para o lado poente, surgem vários gabinetes e um bar. INTERIOR não observado.

Materiais

Estrutura do edifício principal em alvenaria mista, rebocada e pintada, sendo a dos anexos em betão e alvenaria de tijolo, igualmente rebocada e pintada; pilastras, cornijas, embasamento, modinaturas, pavimentos, pedra de armas, pia baptismal, balaustradas, escadarias em cantaria de calcário; guardas, portões em ferro forjado; pavimentos, bancos, lápides, altar em mármore; estantes da biblioteca, tectos, portas e caixilhos de madeira; salas com decoração em estuque pintado; silhares e painéis de azulejo tradicional e industrial; janelas com vidro simples; cobertura exterior em telha de canudo.

Observações

*1 - Palácio do Conde de Óbidos, actualmente sede nacional da Cruz Vermelha Portuguesa. *1 - encontrava-se pintado de vermelho no final do séc. 20. *2 - os azulejos da sala de Diana foram restaurados e muitos deles são modernos: a barra do painel 7, o painel 8 e os painéis que representam uma cariátide com folha de acanto à cabeça são do séc. 20, mais precisamente dos anos 40. *3 - os azulejos da Sala de Jantar que se encontram entre as conversadeiras, bem como o painel dos cavaleiros, são também do séc. 20, imitando os azulejos do séc. 18. *3 - as representações antigas do palácio não o mostram com grandes alterações, existindo, no terraço cinco portas-janelas, em vez das actuais quatro, significando, que, após o séc. 18, talvez, depois do terramoto de 1755, a central foi entaipada. *4 - segundo outras fontes (Nobreza de Portugal e do Brasil, vol.III, Lisboa 1989, pp. 61-62) o palácio teria sido fundado por D. Vasco de Mascarenhas, 1º Conde de Óbidos, Alcaide-mor de Óbidos, 27º vice-rei da Índia, 2º vice-rei do Brasil (morre em 1678).