Santuário romano e paleocristão. A tipologia das estruturas estabelece paralelo com as que se conhecem nos santuários de Panóias (Portugal) e de Ulaca (Espanha-Avila). Trata-se das ruínas de um importante santuário de uma divindade pré latina, conhecida através de mais de 80 inscrições latinas recolhidas no local ao longo de 400 anos *2. D. Teodósio, duque de Bragança efectuou ali, no século 16, a primeira recolha epigráfica. André de Resende, Frei Bernardo de Brito, Leite de Vasconcellos e Scarlat Lambrino, entre outros, estudaram e recolheram materiais deste sítio. Na Igreja da Boa Nova de Terena existem duas epígrafes provenientes deste santuário reutilizadas na parede; no Mosteiro de Santo Agostinho em Vila Viçosa, sete epígrafes reutilizadas na frontaria; no Museu Nacional de Arqueologia e segundo Leite de Vasconcellos existem fragmentos de vasos de cerâmica e vidro e moedas de bronze do século 4. A posterior cristianização levou à mutilação de estátuas e inscrições.
Do lado E. do cabeço os socalcos existentes encerram provavelmente restos de estruturas *2. No topo do cabeço existe uma plataforma quadrangular onde deveria assentar o edifício do santuário, hoje inexistente. A superfície são visíveis vestígios de cerâmica, sobretudo romana. No topo da elevação, onde está implantado o marco geodésico, foram identificados elementos arquitectónicos e escultóricos em mármore, cerâmicas de construção e comuns, terra sigilata, ânforas, inscrições em bronze, aras votivas dedicadas a Endovélico e lápides funerárias.
Materiais
Xisto, mármore (bases de monumentos escultóricos ou epigráficos).
Observações
*1 - a provável existência de restos de estruturas foi interpretada por Leite de Vasconcelos como pertencendo a um hipotético povoado pré - romano. Não foram confirmadas até agora as hipóteses apontadas por Leite de Vasconcellos e veiculadas sistematicamente a partir da sua formulação de que se trataria de um povoado e santuário da Idade do Ferro mais tarde romanizados. As prospecções realizadas até agora não revelaram materiais atribuíveis com segurança à Idade do Ferro e a ideia de se tratar também de um povoado está cada vez mais abandonada pelos especialistas; *2 - D. Teodósio, duque de Bragança efectuou ali, no século 16, a primeira recolha epigráfica. André de Resende, Frei Bernardo de Brito, Leite de Vasconcellos e Scarlat Lambrino, entre outros, estudaram e recolheram materiais deste sítio. Na Igreja da Boa Nova de Terena existem duas epígrafes provenientes deste santuário reutilizadas na parede; no Mosteiro de Santo Agostinho em Vila Viçosa, sete epígrafes reutilizadas na frontaria; no Museu Nacional de Arqueologia e segundo Leite de Vasconcellos existem fragmentos de vasos de cerâmica e vidro e moedas de bronze do Séc. 4; a posterior cristianização levou à mutilação de estátuas e inscrições.