Arquitectura religiosa, gótica, fortificada. Santuário com capela-fortaleza em cruz grega totalmente abobadada, evidenciando paralelismos com a igreja-fortaleza da Flor da Rosa no Crato (v. PT041206030003).
Um cruzeiro, pouco depois do cemitério, marca o início do arruamento que conduz ao santuário; a c. de metade do percurso, outro cruzeiro a partir do qual um alinhamento ténue de árvores marca o percurso até ao terreiro da capela; este apresenta ligeira pendente, sendo definido por murete com banco que em toda a sua extensão oferece locais de estadia em redor do santuário. Fronteiro à entrada da capela, aglomerado de construções e um alinhamento de palmeiras constituindo uma cortina. Capela em planta de cruz grega com braços desiguais totalmente abobadada no interior. Cobertura exterior em telhado de linhas radiadas. As quatro fachadas apresentam o mesmo aspecto. A fachada principal a O., a fachada N. e a fachada S. têm uma porta simples de arco quebrado sobrepujada por uma estreita fresta, sobre a qual há um balcão avançado do tipo de matacães. A fachada principal é encimada pelo campanário com um sino de bronze. No extradorso da capela-mor, fachada E., abre-se uma fresta, obstruida pela montagem interior do retábulo. O edifício é rematado em todo o redor por uma coroação de merlões e ameias de tipo claramente defensivo. Cobertura exterior em telhado de várias pendentes. Espaço interior diferenciado. A capela-mor ocupa totalmente o braço E. A abóbada tem uma composição mural que cobre totalmente o tecto em 20 quadros rectangulares com temas bíblicos do Apocalipse de São João e com representações de reis da primeira dinastia. Os restantes braços da igreja apresentam várias pinturas murais do início do século, representando figuras de santos, segundo cópias oitocentistas, enquadradas por molduras de estuque. Os altares colaterais têm retábulos em talha.
Materiais
Alvenaria de pedra argamassada, rebocada e caiada *1. Silharia dos cunhais em granito. Cobertura em telha com drenagem lateral em algeroz e saída em gárgulas de granito. Caixilharia em madeira pintada. Revestimentos interiores em reboco caiado ou com pinturas em fresco. Pavimentos interiores em tijoleira e lages de xisto. Exteriores em calçada de mármore. Vivos: Palmeiras e Eucaliptos. Inertes: muros de suporte e terra batida.
Observações
*1 - parte deste revestimento foi demolido; Afonso X, o Sábio, refere-se nas cantigas de Santa Maria, ao Templo de Terena.