Igreja paroquial de fundação medieval, bastante alterada nas épocas sequentes, de planta retangular, composta, por nave única e capela-mor mais estreita, com sacristia e torre sineira adossada à fachada lateral direita, com coberturas interiores diferenciadas, em falsa abóbada de berço de madeira em caixotões na nave e em abóbada de berço apontado, na capela-mor, iluminada através de rosáceas da fachada principal, de frestas e janelas rectilíneas rasgadas nas fachadas laterais e por óculo sobre o arco triunfal. Fachada principal em empena, elevada na zona central, rasgada por portal escavado, em arco apontado, composto por várias arquivoltas, assentes em colunelos, encimada por rosácea novecentista. Ostenta figuras humanas relevadas e existem vários silhares com siglas e duas cruzes de Malta marcadas na pedra, a ladear o portal principal, que devem ter sido lavradas durante o século XVI, pois a Ordem Religioso-Militar dos Hospitalários, da qual Barrô foi Comenda, só mudou o nome para Ordem de Malta em 1530. No que respeita à rosácea, efectuada no século 20, Carlos A. Ferreira de Almeida compara-a com a da Sé do Porto (v. PT011312140001) e com a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro (v. PT011303150001). Torre sineira maneirista, de três registos definidos por cornijas, o superior rasgado por ventanas de volta perfeita e rematado por platibanda, com cobertura em coruchéu. As fachadas rematam em cornija, assente em cachorrada simples, as laterais rasgadas por portas travessas de perfis apontados. Interior com coro-alto de madeira, tendo púlpito no lado do Evangelho. Arco triunfal em arco apontado, assente em colunas e impostas, flanqueado por retábulos colaterais dispostos em ângulo, de talha dourada do estilo nacional. Capela-mor profunda, de três tramos formados por colunas adossadas às paredes, contendo retábulo de talha policromad, dourados e marmoreados fingidos, do estilo barroco joanino.Os capitéis da capela-mor são semelhantes, segundo Jorge Rodrigues a um dos capitéis da desaparecida Igreja de Amorim e segundo a opinião de M. Gonçalves da Costa, pode incluir-se na linha das igrejas de Escamarão (v. PT011804140004) e São Cristóvão de Nogueira (v. PT011804130008).
Planta retangular, composta por nave, capela-mor mais estreita, sacristia e torre sineira adossadas à fachada lateral direita, de volumes articulados, disposição verticalista das massas, com coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas. Fachadas em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, rematadas em cornija, sustentada por cachorrada, com fenestrações protegidas por vidros do tipo catedral. Fachada principal voltada a O., em empena elevada na zona central, com embasamento em cantaria, saliente e demarcado por friso, rasgada por portal escavado, em arco apontado, formando quatro arquivoltas, assentes em impostas salientes e em seis colunelos, assentes em bases simples e com capitéis de decoração vegetalista; as impostas prolongam-se lateralmente em friso e, sobre elas, assenta o tímpano vazado por rosácea quadriolobulada. De ambos os lados do portal e, acima do arco quebrado, três rostos humanos saem do pano mural. Logo acima, corre uma cornija, sobre a qual se rasga rosácea escavada, de círculos radiantes, emoldurada por dois colunelos de fuste liso, capitelizados, de onde saem três arquivotas de arco de volta perfeita, estando a última apoiada em impostas. Ao lado direito, adossa-se torre sineira quadrangular, de três registos delimitados por cornija, tendo o primeiro um óculo na fachada O. e uma porta de acesso na E., o segundo um relógio no lado O. e, um óculo no S. e o terceiro ventanas de arco de volta perfeita, com sinos de bronze, em todas as fachadas. A torre é rematada nos ângulos por pináculos e ao centro da cobertura em coruchéu por bola, que serve de apoio ao cata-vento. Fachada lateral esquerda, virada a N., marcada por seis mísulas, onde assentava um alpendre, rasgada por porta travessa em arco apontado, assente em impostas salientes e formando tímpano cego, envolvido por moldura axadrezada. É ladeado por duas frestas estreitas; no corpo da capela-mor, surge um contraforte e uma janela rectilínea, protegida por grades de ferro. Fachada lateral direita, virada a S., com porta travessa em arco apontado, assente em impostas salientes, com tímpano sem decoração, ladeado por duas estreitas frestas No corpo da capela-mor, janela rectilínea com gradeamento de ferro, encontrando-se do seu lado direito um contraforte. O corpo da sacristia adossa-se ao da capela-mor e, é constituído por janela em capialço, com gradeamento de ferro, e porta de verga recta, protegida por duas folhas de madeira. Fachada posterior, virada a E., cega, em empena coroada por cruz pátea, com um nicho, de arco de volta perfeita, assente em pilastras almofadadas e mísulas, contendo uma imagem da Virgem. Em plano mais recuado e elevado, é visível o corpo da nave, em empena, com cruz pátea, rasgado por um óculo. INTERIOR em cantaria de granito aparente, com cobertura em falsa abóbada de berço de madeira de castanho, em caixotões, com pavimento em lajeado de granito. Coro-alto de madeira, assente em mísulas de cantaria, com guarda de madeira torneada, a que se tem acesso através da torre. Sob este, no lado do Evangelho, pia baptismal em cantaria, com taça hemisférica, ornada por caneluras e assente em pequena coluna; no lado oposto, confessionário de madeira pintada. No lado do Evangelho. púlpito quadrangular, com bacia em cantaria e guarda vazada de madeira, ornada por balaústres, ao qual se tem acesso por escada do lado esquerdo, no mesmo material. À esquerda do púlpito, confessionário volante, existindo outros dois no lado oposto. Arco triunfal apontado, formado por três arquivoltas, a exterior ornada por quadrícula, assentes em impostas e em colunas adossadas à parede, a do lado da Epístola sobre plinto decorado, nos ângulos, por cabeças antropomórficas; são coroadas por capitéis historiados, o do lado do Evangelho com dois carnívoros e o do lado oposto uma cena de caça ou guerra; está ladeado por dois altares com retábulos em talha dourada, colocados em ângulo, dedicados a Nossa Senhora da Piedade (Evangelho) e a São José (Epístola). Ascende-se à capela-mor por três degraus, a qual se divide em três tramos, definidos por arcos formeiros, assentes em colunas adossadas, que sustentam cobertura em abóbada de berço, levemente apontado. No lado da Epístola, porta de acesso à sacristia. Sobre supedâneo de cinco degraus, retábulo de talha policroma, com dourados e marmoreados fingidos, de planta côncava e três eixos definidos por quatro colunas espiraladas, percorridas por espira fitomórfica, assentes em consolas com anjos atlantes. Ao centro, tribuna de volta perfeita, rematada por sanefa de lambrequins, de onde pendem drapeados fingidos a abrir em boca de cena, contendo o fundo pintado com enorme resplendor e trono expositivo de cinco degraus; na base, sacrário com cruz na porta, flanqueado por querubins. Os eixos laterais possuem mísulas, encimadas por baldaquinos com falsos drapeados a abrir em boca de cena. Remate em quarteirões, fragmentos de frontão invertidos, sobre os quais surgem anjos de vulto, e resplendor. Altar paralelepipédico, ladeado por portas de acesso à tribuna.
Materiais
Estrutura colunas, capitéis, cornijas, cachorros, modinaturas, pavimento em cantaria de granito; cobertura das naves em madeira de carvalho; guarda do púlpito, guarda do coro alto e portas em madeira; cobertura exterior em telha do tipo nacional; retábulos em talha; suporte dos sinos em metal; sinos em bronze; grades, fechos e lemes das portas em ferro; janelas com vidro tipo catedral.
Observações
*1 - segundo um dos autores consultados (COSTA, 1977), posteriormente a paróquia e a igreja foram doadas aos beneditinos do Paço de Sousa por D. Egas Moniz e confirmadas pelos seus herdeiros