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Forte da Lagarteira

Forte da Lagarteira

O ponto de interesse Forte da Lagarteira encontra-se localizado na freguesia de Vila Praia de Âncora no municipio de Caminha e no distrito de Viana do Castelo.

Arquitectura militar, seiscentista. Dada a sua planimetria, integra-se no grupo de fortes seiscentistas de planta estrelada, de pequenas dimensões e alçado simples. Cruzava fogo com o Forte de Santiago. Denota persistências de formas de carácter medieval, observável no balcão fechado, e sua conciliação com um concepção planimétrica e militar completamente distinta e de cariz seiscentista.

Planta estrelada formada por 4 baluartes laterais e bateria ressaltada, de 3 faces encimadas por eirado, na fachada posterior, voltado ao rio. Muros em talude, corridos em toda a sua extensão por moldura curva encimada por parapeito, interrompido nos cunhais por guaritas, facetadas e coroadas por bola sobre plinto, e por canhoeiras na bateria. No baluarte virado a N. sobressai da muralha balcão fechado sobre 3 modilhões e com bueiros. Ao centro da face recta do frontespício, portal de arco pleno, de aduelas marcadas e sobre pés direitos, encimada pelas armas de Portugal, coroadas e com volutões laterais. No interior, pequena praça de armas enquadrada por 3 construções com cobertura a 1 água e 2 rampas de acesso ao adarve e eirado. Quartéis abobadados e com lareira.

Materiais

Granito. Cobertura de telha.

Observações

Este imóvel foi classificado como Forte da Lagarteira pelo Despacho de Maio de 1973. Foi uma das fortalezas construídas no séc. 17, durante o reinado de D. Pedro II, para o reforço da costa portuguesa perante a ameaça espanhola, integrando-se na linha defensiva estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da Costa atlântica. A sua planta estrelada com baluartes faz deste imóvel uma verdadeira fortaleza, tornando-se, portanto, incorrecta a designação de forte. Segundo Nuñez (1987), este imóvel, bem como outras fortificações levantadas no século 17 na costa portuguesa entre Vila Praia de Âncora e Esposende, reúnem as mesmas características constituindo na prática um modelo, representam um avanço no sistema de defesa e vigia e possivelmente resultam da elaboração do mesmo arquitecto ou projectista. O autor não exclui a hipótese deste sistema se estender até ao Guadiana, como plano integrado de uma política de defesa da costa definida a partir da capital do reino.