Cromeleque típico de um universo que caracteriza a arquitectura megalítica da região de Évora, que encontramos em alguns outros conhecidos cromeleques regionais (Portela de Mogos, em Montemor o Novo) e em outros recém descobertos (Vale de Maria do Meio, em Évora). A cronologia relativa dos monumentos deste universo, cromeleques e menires, é extremamente complexa, podendo cobrir uma extensa faixa, desde o Eneolítico à Idade do Ferro plena. Este monumento tem o privilégio de poder, na óptica dos trabalhos que Mário Varela Gomes tem levado a cabo na região, ser associado a um pequeno povoado calcolítico nas imediações. Os vestígios de implantação romana na Herdade dos Almendres, nomeadamente os restos de aras que rolam pelo pátio da área residencial, testemunham que a sacralidade ou venerabilidade do lugar teve grande resistência e âmbito cronológico. Estrutura complexa, sai fora dos cânones dos monumentos similares da Península, com paralelo apenas em um pequeno universo no termo de Évora. A par do Cromeleque de Vale de Maria do Meio (v. IPA.00034014) e do Cromeleque da Portela de Mogos (v. IPA.00004457), constitui um dos grandes recintos megalíticos do aro eborense.
CROMELEQUE: Recinto de planta sensivelmente circular, definido por floresta de c. de 95 monólitos de granito, dispostos em pequenos aglomerados que aparentam definir pequenos micro-universos. As estacas têm uma forma almendrada; algumas são de grandes proporções, com c. de dois metros e meio de altura, predominando todavia os aglomerados de pequenos fitos baixos e largos. O conjunto dissemina-se por uma vasta área de c. 70X40 metros nas extensões máximas, com orientação axial NO. - SE. Os fitos apresentam sintomas de profunda erosão, sobretudo nas superfícies mais expostas aos elementos, mas vários ostentam vestígios de decoração ou ornamentação, com covinhas ou linhas sinuosas e radiais; dois, pelo menos, são no que a isso diz respeito inequívocos e assinaláveis: um com um universo de covinhas a definir claramente uma intenção esquemática e outro com uma banda de linhas sinuosas paralelas disposta verticalmente. Estes dois e c. de mais meia dezena, que não parecem ter pertencido a nenhum dos aglomerados, assumem posição de destaque na ordenação global do conjunto, assumindo-se como menires - estelas. MENIR: com c. de 3,5 metros de altura e 0,90 de diâmetro máximo; tem forma fálica e porte majestoso, com um pequeno e já muito difuso registo ornamental, em forma que pode interpretar-se como de báculo ou enxó.
Materiais
Granito de gão grosseiro
Observações