Paço medieval de planta rectangular acrescido de 2 corpos, seiscentista / setecentista, formando um conjunto de planta em U, com o frontespício para a ala direita do mesmo. Carga histórica do paço, ligado à estirpe de Egas Moniz.
Planta longitudinal em U, composta por corpos cronologicamente distintos, fechado para o lado direito com um muro de granito aparelhado, formando um pátio interior. Coberturas diferenciadas de 4 águas no paço primitivo e inexistentes nos edifícios adossados. Anexos ao flanco SO e a NO do edifício inicial, encontram-se 2 edifícios de época posterior, formando 2 alas articuladas. O paço primitivo, a SE, organiza-se em 2 níveis, com o frontespício delimitado por vãos de ritmia irregular. Existência de 9 cachorros desnivelados que indiciam 2 épocas de construção. No piso térreo, a meio da fachada, encontra-se a entrada principal, um portal em arco de volta quebrada biselado, ladeado à direita por um vão de porta e à esquerda por uma janela, ambos rectangulares e com as arestas chanfradas. No 2º piso, de realçar a janela de sacada rectangular com base da varanda em granito e gradeamento em ferro. A fachada posterior deste conjunto, correspondente ao edifício situado a NO., tem um só piso (devido à diferença de cota do terreno), denotando-se ainda a existência de um vão de porta *1. A NE., existem 2 corpos semelhantes, correspondentes às fachadas laterais do paço primitivo e do edifício adossado a NO., com 2 pisos e ligados pelo muro que fecha o U da planta. A SO. e contígua à estrada, a fachada lateral esquerda do paço, ainda se vendo 2 janelas rectangulares, uma delas horizontal e gradeada, outra cavada num bloco de granito. No pátio interior localizam-se os acessos aos segundos pisos dos corpos. De acesso ao 2º piso do paço primitivo, uma escada exterior de um lance em granito. De acesso ao 2º piso dos corpos anexos, uma escada alpendrada, de 2 lances e patim de espera, também de granito. No interior do paço primitivo registam-se no piso térreo paredes divisórias de granito aparelhado, com portas rectangulares. No 2º piso, vêm-se conversadeiras junto às janelas, alguns nichos e uma parede, de época posterior, em tabique. O pavimento é composto por vigamento e tabuado em madeira.
Materiais
Granito aparelhado (paredes exteriores, algumas interiores, escadas), madeira (pavimentos, tectos e tabique), ferro fundido (varandim, grades), telha de capa e caleira (telhado), telha de marselha (telhado), alvenaria de pedra miúda e argamassa (tabique).
Observações
*1 - Terá aí existido um lagar. *2 - O "porto", a passagem do rio Barosa, local depois chamado as Poldras (limite do couto de Argeriz, dos monges cistercienses de Salzedas, criado por carta de D. Afonso I, e dado a D. Teresa de Afonso. *3 - Esta "honra", de pais para filhos, é passada para seu neto paterno Egas Mendes (filho de Mem Viegas), Gonçalo Viegas, Gonçalo Gonçalves, Teresa Gonçalves e Rodrigo Anes. *4 - Ver a explicação do termo "quintã" por A. de Almeida Fernandes em "As Dez Freguesias de Tarouca" (Dalvares). *5 - Cf Monarquia Lusitana, I, V15, t. IV, f 220 V e 221. *6 - Nesta altura a estirpe era já secundária, por força da alienação dos bens a mosteiros e igrejas; *7 - séc. 16 / 17 - Dalvares é erigida em paróquia ou freguesia e o título ou orago ficou a ser o do Divino Espírito Santo; 1748 - Dalvares torna-se freguesia (antes estava anexa ao concelho de Tarouca); 6 de Junho de 1896 - extinção do concelho de Tarouca, Dalvares é anexada ao concelho de Lamego; 13 de Janeiro de 1898 - restauração do concelho de Tarouca, fixam-se as actuais freguesias (entre elas Dalvares). *8 - Bibliografia existente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.