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Escola Primária n.º 52 de Lisboa

Escola Primária n.º 52 de Lisboa

O ponto de interesse Escola Primária n.º 52 de Lisboa encontra-se localizado na freguesia de Estrela no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Casa residêncial, unifamiliar, projetada e construída na segunda metade do século 19, contemporânea da malha urbana em que se insere. Resulta da articulação de dois módulos, de um e dois pisos, com pequeno jardim murado, que foi posteriormente adaptada para o ensino. A este primeiro imóvel foi acrescido um segundo edifício na década de 1950, projetado e construído por Alberto Aires Braga de Sousa, ao abrigo da segunda fase do Plano dos Centenários, programa de construção em larga escala levado a cabo pelo Estado Novo a partir de 1941, em sucessivas fases, com o objetivo de constituir uma rede escolar de abrangência nacional. Nesta segunda fase do plano dos Centenários em Lisboa processa-se uma decisiva viragem para uma arquitetura moderna. Apesar de se tratar de um projeto do mesmo autor de três das cinco escolas construídas pela autarquia lisboeta ao abrigo da primeira fase do Plano dos Centenários (Alto de Santo Amaro, Rua Actor Vale e Praça do Ultramar / Novas Nações), o projeto para o segundo edifício da Rua da Bela Vista à Lapa, tal como o mais bem conseguido segundo edifício do Grupo Escolar da Calçada da Tapada, apresenta-se livre do historicismo representativo da primeira fase, e, não se apresentando também condicionado pela preexistência (como acontece com o projeto de Dário Vieira da Silva para o Arco do Cego), revela uma visão humanizada e funcional do edifício. Interiormente, o seu programa funcional segue as orientações iniciais do plano dos Centenários. A unidade de construção continua a ser a sala de aula, com uma capacidade máxima de 40 crianças (medindo 8 x 6 metros, com 3,5 metros de pé-direito, servidas por grandes janelas). Os grupos escolares deveriam desenvolver-se em número par, constituindo dois blocos idênticos, um destinado a alunas e outro a alunos. Neste caso foi construída apenas uma das secções, idêntica à anterior apenas no número de salas, acrescendo o edifício para o interior do lote, numa cota mais baixa, para o que aproveita o declive natural do terreno, terminando com um corpo perpendicular (cantina / refeirório e serviços especiais e uma sala de aula em cada piso) o primeiro recreio ao ar livre. O corpo letivo desenvolve-se maioritariamente perpendicularmente a este corpo, no sentido inverso do primeiro imóvel, procurando aproveitar ao máximo a orientação desejada para as salas de aula (sul / sudoeste), no entanto as preexistências de uma escola inserida na malha urbana e acrescento da anterior, condicionam o projeto, havendo uma sala de aula em cada piso orientada a sudeste.

Planta poligonal, composta, resultante da articulação de dois edifícios justapostos, de um, dois e três pisos. EDIFÍCIO INICIAL: planta longitudinal, alongada, obtida pela articulação de dois módulos contíguos de um e três pisos. As suas coberturas são em telhado de quatro águas. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco e azul pálido, sendo a principal integralmente revestida a azulejo, rasgadas por janelas de peitoril, retilíneas, com moldura de verga reta, de dois batentes sob bandeira de caixilho envidraçado. O acesso ao edifício é feito a noroeste, para onde se encontra orientada a sua fachada principal, de um só pano, antecedida pelo corpo do portão, um muro alteado rasgado ao centro pelo vão formado por um arco pleno com pedra de fecho, sobre pilastras, que encerra um portão formado por dupla folha de ferro pintado de verde, encimado por um friso de cantaria e platibanda almofadada, e por um muro com gradeamento. O pano único da fachada principal, de um só piso, é integralmente revestido a azulejo estampilhado industrial, em monocromia, azul sobre fundo branco, com módulo de padrão 2x2 decorado com motivos geométricos e vegetalistas estilizados sobre fundo azul, rematados por corda e encimado por friso floral. O pano de fachada apresenta uma composição simétrica centralizada pela porta principal de dupla folha de madeira pintada de verde e com bandeira envidraçada inscrita num arco pleno de cantaria com pedra de fecho, ladeiam-no duas janelas peitoril. A fachada é percorrida por soco de alvenaria rasgado por quatro pequenas janelas retangulares com gradeamento de ferro, que deixam antever a existência de uma cave, e rematada por friso, cornija e platibanda plena, preenchidos por painéis de azulejo monocromático em dois tons de azul em que o centro é constituído por florão. A fachada esquerda deste edifício faz a ligação entre os dois módulos justapostos que o constituem. Assim, apresenta um primeiro pano, de três pisos, rasgado por cinco janelas de peitoril, uma primeira mais pequena isolada, uma segunda também isolada, ambas na primeira metade, e as restantes agrupadas, encimam-nas, nos dois restantes pisos, uma janela de peitoril e quatro de sacada, no segundo piso com guardas em ferro forjado pintado de verde, e, no terceiro piso com varandim com guardas metálicas. O pano é flanqueado por cunhais apilastrados em cantaria de calcário e rematado por friso, cornija e platibanda plena. O segundo pano corresponde à fachada lateral do módulo da entrada, de um só piso é rasgado por quatro janelas de peitoril, percorrido por soco de pedra flanqueada por cunhais apilastrados em cantaria de calcário e rematado por friso, cornija e platibanda plena. A fachada posterior, de três pisos, é rasgada no primeiro por três janelas de peitoril, no segundo por três janelas de sacada com guardas de ferro forjado pintado a verde, e no terceiro por três janelas de sacada antecedidas por varandim corrido protegido por guardas de ferro forjado pintado a verde. A fachada direita é geminada com o edifício contíguo. EDIFÍCIO DE ALBERTO BRAGA DE SOUSA: planta longitudinal, em forma de T, surge a sudeste do edifício anterior, numa cota inferior, desenvolvendo-se em dois e três pisos. A sua cobertura é plana. As suas fachadas são rebocadas e pintadas a beije, rasgadas por janelas retilíneas com peitoril e verga corridos, retos, de alvenaria simples. A fachada principal encontra-se orientada a sudeste, correspondendo à fachada principal do corpo de entrada, o topo do T, apresenta um pano de três pisos, no primeiro piso encontra-se a porta de dupla folha metálica e enquadrada por grelha envidraçada, os segundo e terceiro pisos são rasgados por um grupo de seis janelas retilíneas com moldura comum de alvenaria simples e separadas entre si por lâmina de alvenaria, correspondendo à fachada principal de uma sala de aula em cada piso. Este corpo é antecedido por uma estrutura de um só piso adossada às traseiras do edifício mais antigo, embora a cota inferior, que prolonga o topo do T para a esquerda, e que apresenta um pano rasgado por um grupo de quatro janelas retilíneas com moldura comum de alvenaria simples e separadas entre si por lâmina de alvenaria, uma cantina/refeitório. No fima do topo do T, à direita, este faz ângulo com o restante corpo letivo, orientado e sudoeste, de três pisos, sendo o primeiro correspondente ao recreio coberto, uma galeria aberta sobre pilotis. Os segundo e terceiro pisos são rasgados, cada, por dois grupos de seis janelas retilíneas com moldura comum e separadas entre si por lâmina de alvenaria, ladeados, à direita por um pano de parede cega. A fachada lateral direita deste corpo é rasgada por janela retilínea em cada piso. A fachada posterior é rasgada ao nível do primeiro piso pela galeria coberta sobre pilotis que serve o recreio coberto, sendo os dois pisos seguintes rasgados, no primeiro terço por um grupo seis janelas retilíneas com moldura comum de alvenaria simples e separadas entre si por lâmina de alvenaria, e nos restantes por pequenas janelas retilíneas junto ao teto de cada piso, antevendo tratar-se de espaços de circulação. INTERIOR: acede-se ao interior deste segundo edifício por um átrio de onde partem os espaços de circulação, à esquerda deste fica o espaço da cozinha e cantina/refeirório, para a direita o acesso aos espaços letivos, escadas e corredor dos segundo e terceiro pisos (ambos os corredores com iluminação unilateral orientada a nordeste), que dão acesso a oito salas de aula semelhantes entre si (com 8 x 6 metros e 3,50 metros de pé-direito), com iluminação unilateral a sudeste, a sudoeste e a nordeste. Pelo átrio acede-se igualmente à estrutura alpendrada que serve o recreio coberto. O recreio descoberto encontra-se hoje servido por um campo de jogos e por uma estrutura de construção mais recente, um pavilhão gimnodesportivo. Todo o recinto é vedado por cerca de arame.

Materiais

Estrutura em alvenaria de tijolo (edifício antigo) e em betão armado (edifício Alberto Aires braga de Sousa), rebocada e pintada; socos, revestimentos, degraus e pavimentos em cantaria de calcário; caixilharias em madeira, vidro e metal; azulejo.

Observações