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Ruínas de Tróia

Ruínas de Tróia

O ponto de interesse Ruínas de Tróia encontra-se localizado na freguesia de Carvalhal no municipio de Grândola e no distrito de Setúbal.

Aglomerado urbano. Povoado romano cujo desenvolvimento esteve relacionado com a actividade conserveira da salga de peixe, integrando numerosas cetárias, além do equipamento urbano característico dos povoados luso-romanos: habitações, termas, necrópole, columbário, basílica de quatro naves, com frescos de inspiração paleo-cristã, que se aproximam de outros em igrejas asturianas (ALMEIDA, 1971). O columbário (sepultura familiar) é um exemplar raro em território português. Junto à basílica existia uma construção circular, a N. da actual capela, provavelmente um baptistério, entretanto desaparecido, descrito por Marques da Costa (1933), que ainda viu um "crismon" pintado nas paredes da basílica, por ele interpretada apenas como uma capela sepulcral.

As ruínas do agregado populacional compreendem uma área habitacional, um balneário, quatro zonas de enterramento, um núcleo religioso, além de vários núcleos industriais. Ruínas de edifícios de habitação, de um e dois pisos, formando quarteirões separados por ruelas, algumas luxuosas com mosaicos em opus vermiculatum, estuques com pintura a fresco; balneário - com vestíbulo, frigidarium, tepidarium e caldarium sobre hipocaustum, piscinas e sala de ginástica; vestígios de mosaicos em opus vermiculatum numa das piscinas; necrópoles de tipologia diversa: sepulturas sobrepostas numa altura de 7 m (margem da Caldeira), sepultura de incineração de Galla, mausoléu de planta quadrada com nichos abertos nas paredes, para guardar urnas cinerárias, sepulturas de superestrutura quadrangular (junto à basílica); basílica paleo-cristã - com duas partes distintas: a nave (22,5 x 13 m.), com vestígios de 8 bases de colunas e de arranques de arcadas transversais, a ábside, a O., com pavimento mais elevado, paredes estucadas e pintadas a fresco, com marmoreados, elementos geométricos e emblemáticos; cetárias - grande número de tanques de salga rectangulares e quadrangulares, contíguos, forrados em opus signinum e sem comunicação, com poços de boca circular nas proximidades, para fornecer água para a salmoura.

Materiais

Cantaria e alvenaria de pedra (calcário da Arrábida, grés, conglomerado vermelho do alto do Viso), tijolo, mosaico.

Observações

Junto à capela foi descoberto um baixo relevo figurando cenas do culto mitraico.