Santuário nacional formado por pequena capela construída num outeiro sobranceiro à vila, em meados do séc. 17, substituindo uma outra mais antiga, com planta centralizada, quadrangular, cobertura piramidal e interiormente com iluminação axial. Caracteriza-se pela sua grande simplicidade e despojamento artístico e possui as fachadas terminadas em cornija reta, a principal rasgada por portal de verga reta entre dois vãos quadrangulares. Na procissão realizada durante a festividade, a imagem da Nossa Senhora dos Montes Ermos é transportada até à vila e permanece na Igreja Paroquial três dias, antes de regressar à capela. Apesar de ser a Padroeira da vila, desde o séc. 18, a procissão integra uma imagem de São Brás, o orago da primitiva capela, bem como a do Beato Nuno, esta aludindo à tradicional procissão de Aljubarrota, que se fazia na vila ainda em 1721. A primitiva capela de São Brás surge representada com nave e capela-mor num dos desenhos de Duarte de Armas.
Planta centralizada, quadrangular, de massa simples e cobertura piramidal, pintada de branco, coroada por cruz latina. Fachadas rebocadas e pintadas de branco e terminadas em cornija reta. A fachada principal surge virada a S., rasgada por porta de verga reta, de moldura simples, ladeado por dois pequenos vãos quadrangulares, também moldurados. As fachadas laterais e a posterior são cegas. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, possuindo na parede testeira nicho com imagem de vestir, da Virgem com o Menino.
Materiais
Estrutura rebocada e caiada; molduras dos vãos em cantaria; porta envidraçada e janelas de ferro; cobertura de betão.
Observações
*1 - Segundo a lenda, depois de iniciadas as obras da capela da Senhora dos Montes Ermos, noutro local, São Brás, durante a noite, muda as ferramentas dos trabalhadores para o local onde ela se ergue atualmente, o que é interpretado como vontade divina e leva os trabalhadores e responsáveis da obra a ali construir a capela. Segundo Francisco A. Pintado, não deve ter havido uma mudança de lugar propriamente dito, mas apenas a deslocação do assento das paredes para um ou dois metros mais à frente da antiga Capela de São Brás, procedendo-se ao aproveitamento dos seus materiais (PINTADO: p. 46). *2 - O Inventário dos bens da freguesia ao referir-se à capela do Santo Cristo, na Fonte Seca, hoje desaparecida, regista que "Compõe-se de um altar com Cristo Crucificado em ponto grande e a imagem da Senhora dos Montes Ermos dentro de um retábulo envidraçado". *3 - A denominação da capela pode ter a ver com o local ermo ou deserto em que se ergue, com o nome "Hermes", antigo deus grego, conhecido por Mercúrio entre os romanos, ou porque simboliza muitas outras imagens de Nossa Senhora "depositadas" no cimo de montes ermos ou desertos, sem pessoas nem animais domésticos nas imediações.