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Parque Florestal de Monsanto

Parque Florestal de Monsanto

O ponto de interesse Parque Florestal de Monsanto encontra-se localizado na freguesia de Benfica no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Espaço verde de recreio / Espaço verde de saúde. Parque modernista, de estrutura predominantemente assente na sua vertente funcional, que tem como base o conceito romântico de pulmão verde dando resposta às preocupações ecológicas e urbanísticas de organizar a expansão da cidade e de fornecer à população urbana o indispensável contato com a natureza. Criado para ser o Parque da Cidade de Lisboa embora apresente um caráter modernista, manteve no entanto as características essenciais da arquitetura tradicional. Deu prioridade à função, criando um bosque natural com pontos de interesse e equipamentos destinados a todas as classes e faixas etárias.

Parque de planta irregular, resultante da topografia da Serra de Monsanto que possui um cume descentrado cuja altitude chega aos 226m, onde se localiza o Forte de Monsanto, gozando-se de vistas privilegiadas em todos os quadrantes. A serra é constituída por um núcleo central de calcário, envolvido por um manto basáltico. Os diversos espaços e equipamentos distribuem-se essencialmente a meia encosta e são ligados entre si por um percurso automóvel com alguns troços de acesso restrito*1. A sua situação e relevo possibilitam a existência de variados ambientes com o recato da floresta ou a abertura da clareira e do miradouro. O Parque é um espaço de lazer com diversos miradouros, zonas de estadia e contemplação da paisagem, mas também de recreio ativo, com várias zonas desportivas e uma rede de trilhos pedonais e ciclovias que percorrem todo o Parque. O Parque é atravessado pela A5 que o divide em duas zonas, N. e S. Na ZONA N. do Parque encontram-se o Parque de Campismo de Lisboa, o Miradouro da Luneta dos Quarteis, o Miradouro dos Moinhos do Mocho, o Centro de Interpretação de Monsanto, o Espaço Biodiversidade, a Mata de S. Domingos de Benfica, o Parque Recreativo do Alto da Serafina e o Parque da Pedra. Junto ao limite O., a S. do Bairro da Boavista, encontra-se o PARQUE DE CAMPISMO de Lisboa*2, único na cidade, ocupando uma área arborizada de 36 ha. Na encosta que envolve este parque encontram-se os bosquetes de zambujeiro*3. O MIRADOURO DA LUNETA DOS QUARTEIS situa-se na encosta O. do Parque e tem a planta de "meio hexágono", que se deve ao aproveitamento da estrutura do forte que ali existia, cujo centro é marcado por dois padrões em tijolo. Ao longo do miradouro estão dispostos bancos em madeira de onde se pode usufruir das vistas sobre a Serra de Sintra e o estuário do Tejo. Existe também um edifico de um piso, de momento sem utilização. Deste um caminho pedonal com cerca de 230m leva-nos a uma clareira onde se encontra o MIRADOURO DOS MOINHOS DO MOCHO, um espaço de estar confinado entre dois moinhos pré-existentes, que foram recuperados, com zonas de estadia recatadas com latadas que sombreiam bancos em tijolo e dois canteiros também em tijolo. Na extremidade N. do parque situa-se a MATA DE S. DOMINGOS DE BENFICA*4. Com 10 ha, esta mata é um espaço de vegetação diversificada que oferece uma enorme variedade de atividades, nomeadamente uma torre de escalada, um circuito de obstáculos, um campo de mini basquetebol, um circuito de manutenção, caminhos pedestres e um parque infantil. O CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DE MONSANTO situa-se na encosta N. da serra. É aqui que os utilizadores podem encontrar informação sobre o Parque, como as atividades disponíveis, os locais de interesse, folhetos informativos, entre outros. Possui também um espaço para exposições, um auditório, uma cafetaria e um parque infantil. Junto a este situa-se o ESPAÇO BIODIVERSIDADE que ocupa uma área de 16ha de floresta vedados que se dedica à proteção da flora e fauna do Parque. Aqui pode-se encontrar um viveiro, horta pedagógicos, a FITOETAR que trata as águas residuais do centro de Interpretação de Monsanto através da utilização de plantas e o LXCRAS que é responsável pela recolha, tratamento e devolução à natureza de animais pertencentes à fauna autóctone portuguesa. Nesta zona encontram-se os bosquetes de montado misto de sobreiro e azinheira*5. Na encosta E. da serra, a NO. do Bairro do Alto da Serafina (v. IPA.00029303) e do Bairro da Liberdade (v. IPA.00029724), situa-se o PARQUE RECREATIVO DO ALTO DA SERAFINA, também conhecido como Parque dos Índios. É um espaço amplo com inúmeras árvores, arbustos e zonas relvadas que oferece um conjunto de atrações para as várias faixas etárias. Nomeadamente dois parques infantis, um dos 0-5 anos e outro dos 6-12 anos, uma zona aventura com um labirinto e as tendas de índios, a escola e circuito de condução infantil, parques de merendas e um café e restaurante com esplanada. Na zona mais alta do parque encontra-se um miradouro com vista panorâmica sobre a cidade e o rio e uma zona de estadia que retrata o mercado de Belém. Na sua envolvente situa-se um bosquete de montado misto de sobreiro e azinheira*6. Nas proximidades, na encosta NE. encontram-se outros bosquetes de montado misto de sobreiro e azinheira*7. A S. deste encontra-se o PARQUE DA PEDRA que foi inserido no local de uma antiga pedreira. A sua integração com o espaço envolvente faz deste espaço um local particular com um ambiente distinto. Aqui encontramos, junto ao fundo deste espaço, paredes e blocos de escalada, escorregas, um circuito de obstáculos suspensos e também, já numa cota substancialmente superior, um parque de merendas. Na ZONA S. do Parque encontram-se o Forte do Alto do Duque, o Miradouro de Montes Claros, o Centro Equestre, o Miradouro do Moinho do Penedo, a Alameda e Anfiteatro Keil do Amaral, o Parque Recreativo do Alvito e o Clube de Ténis de Monsanto. No extremo SO. do Parque, a S. do Bairro de Caselas (v. IPA.00020848), situa-se o Forte do Alto do Duque (v. IPA.00000025) de planta pentagonal irregular, delimitado por um fosso de secção retangular com acesso por uma ponte em madeira. Numa área mais elevada, na zona SO. da Serra, a N. dos os Bairros do Caramão da Ajuda (v. IPA.00034471), da GNR (v. IPA.00034472) e dos Telheiros da Ajuda (v. IPA.00021145), situa-se o JARDIM DE MONTES CLAROS ,espaço de estadia onde se pode usufruir da vista sobre o estuário do Tejo. Junto a Montes Claros encontra-se o CENTRO EQUESTRE com dois picadeiros e cavalariças*8. A E. de Montes Claros, na encosta S. da Serra, encontra-se a ALAMEDA KEIL DO AMARAL*9, uma via pedonal e ciclável, com uma clareira a S. onde se encontra o ANFITEATRO com o mesmo nome. Ao longo da Alameda podem-se encontrar diversos equipamentos destinados a várias faixas etárias, desde um parque infantil, um parque de skate e um circuito de manutenção para idosos. Adjacente à Alameda situa-se o maciço de pinheiro-das-canárias*10. Este é um espaço para passear ou descansar usufruindo da vista sobre o rio e a margem Sul do Tejo. Junto à Alameda Keil do Amaral, a N. da mesma, encontra-se o MIRADOURO DO MOINHO DO PENEDO. Neste espaço assinalado por um moinho e com vista sobre o rio, encontra-se uma área dedicada ao basquete, zonas de estadia e uma zona de merendas. Entre a Alameda e o miradouro encontra-se o maciço de carvalho-cerquinho*11. O PARQUE RECREATIVO DO ALVITO situa-se na zona SE. da serra, a S. da Alameda. O Parque está estruturado em três níveis de cotas crescentes, ao longo das quais se distribuem os diversos equipamentos entre vegetação arbórea e canteiros de arbustos e herbáceas. Os equipamentos infantis encontram-se agrupados por faixa etária com uma área dos 0-5 anos no primeiro nível, outra dos 6-12 anos no segundo nível e uma zona aventura no terceiro e último nível. Existe ainda um campo de futebol, um Centro Cultural, várias zonas de estadia, um lago e um café com esplanada. Junto ao lago encontra-se um maciço de sobreiros*12. A SE. do Parque Recreativo do Alvito encontra-se o CLUBE DE TÉNIS DE MONSANTO*13. As instalações estão equipadas com vários campos, cobertos e descobertos e um restaurante. A S. destes dois equipamentos localiza-se o Bairro do Alvito (v. IPA.00012686).

Materiais

INERTES: alvenaria: muros e sinalética; pedra calcária: muros, muretes e muros de suporte; tijolo: muretes, muros de suporte e bancos; madeira: bancos e papeleiras; metal: equipamentos e bebedouros; PVC: papeleiras; acrílico: sinalética. VEGETAIS: árvores - abrunheiro (Prunus spinosa), acácia-da-austrália (Acacia melanoxylon), aderno (Phillyrea latifólia), alfarrobeira (Ceratonia síliqua), ameixoeira-de-jardim (Prunus cerasifera var. pissardii), amendoeira (Prunus dulcis), amieiro (Alnus glutinosa), azereiro (Prunus lusitanica), azinheira (Quercus rotundifolia), bôrdo-comum (Acer campestres), bôrdo-da-noruega (Acer platanoides "Crimson King"), bôrdo-negundo (Acer negundo), carrasco (Quercus coccifera), carvalho-americano (Quercus rubra), carvalho-cerquinho (Quercus faginea), carvalho-da-argélia (Quercus canariensis), carvalho-da-turquia (Quercus cerris), carvalho-roble (Quercus robur), casuarina (Casuarina equisetifolia), cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica), choupo-negro (Populus nigra), choupo-branco (Populus alba), cipreste (Cupressus sempervirens), cipreste-da-califórnia (Cupressus macrocarpa), cipreste-do-arizona (Cupressus arizonica), criptoméria (Cryptomeria japónica), espinheiro-da-virgínia (Gleditsia triacanthos), eucalipto (Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus globulus e Eucalyptus saligna), franco (Pseudotsuga menziezii), freixo (Fraxinus angustifolia), jacarandá (Jacaranda ovalifolia), liquidambar (Liquidambar styraciflua), lodão-bastardo (Celtis australis), loureiro (Laurus nobilis), magnólia (Magnolia soulangeana), olaia (Cercis siliquastrum), pinheiro-das-canarias (Pinus canariensis), pinheiro-de-alepo (Pinus halepensis), pinheiro-manso (Pinus pinea), pitósporo (Pittosporum undulatum), plátano (Platanus orientalis), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus), sequoia (Sequoia sempervirens), sequoia-gigante (Sequoidendron giganteum), sobreiro (Quercus suber), tamareira (Phoenix dactylifera), tília-de-folhas-pequenas (Tilia cordata), ulmeiro-de-montanha (Ulmus glabra), ulmeiro-comum (Ulmus minor), wash

Observações

*1 - O projeto inicial de Keil do Amaral para o Parque Florestal de Monsanto consistia em três avenidas circulares uma no limite do parque e que serviria de ligação entre o Parque e a cidade, outra a meia encosta ligando os diferentes espaços e equipamentos e uma terceira avenida na zona mais elevada da Serra onde se situavam os principais miradouros e restaurantes, um grande lago e áreas verdes de recreio na envolvência do forte de Monsanto que seria desafetado. Com a ocupação do alto de Monsanto pelos serviços prisionais e pela Força Aérea foi excluído o núcleo central de recreio do Parque e a transformação da avenida periférica em vias rápidas (Av. de Ceuta, Av. da ponte 25 de Abril e Radial de Benfica) impediu a ligação do Parque à cidade; *2 - sendo um cemitério desativado por razoes técnicas, foi adaptado pelo Arquiteto Paisagista Edgar Fontes a parque de campismo; *3 - bosquetes classificados correspondentes às manchas 4 e 5 do Parque Florestal de Monsanto; *4 - A mata de S. Domingos de Benfica era uma das poucas áreas de arvoredo existentes quando se iniciou a plantação do Parque; *5 - bosquetes classificados correspondentes às manchas 1, 2 e 7 do Parque Florestal de Monsanto; *6 - bosquete classificado correspondente à mancha 6 do Parque Florestal de Monsanto; *7 - bosquetes classificados correspondentes às manchas 3 e 8 do Parque Florestal de Monsanto; *8 - o Centro Equestre oferece ao público volteio e visitas às cavalariças; *9 - antiga Estrada de Montes Claros; *10 - maciço classificado correspondente à mancha 10 do Parque Florestal de Monsanto; *11 - maciço classificado correspondente à mancha 11 do Parque Florestal de Monsanto; *12 - maciço classificado correspondente à mancha 9 do Parque Florestal de Monsanto; *13 - sede da Associação de Ténis de Lisboa; *14 - "Relatório acerca da arborização geral do país apresentado a Sua Exª. o Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria em resposta aos requesitos do artigo 1º do Decreto de 21 de Setembro de 1867 - Carlos Ribeiro e Nery Delgado - Lisboa, Tipografia da Academia Real das Ciências, 1868. Na página 191 - Referindo-se à arborização do solo nas vizinhanças da capital, o engenheiro João Maria de Magalhães diz: "...Poderia mesmo lembrar a V. as imediações de Lisboa, toda a Serra de Monsanto, que muito conviria arborizar, para mais tarde abastecer a capital de lenhas e madeiras amenizando ao mesmo tempo a aridez que nota o viajante quando entra no Tejo vendo de um e outro lado montanhas escalvadas. Seria mesmo para desejar que dentro de Lisboa se fizessem plantações, como são a Costa do Castelo, o Monte, a cerca do quartel da Graça onde algumas enfezadas oliveiras poderiam ser substituídas por maciços de arvoredo, que dariam à cidade um aspeto mais risonho e modificariam provavelmente o clima, contribuindo eficazmente para a saúde pública."; *15 - Seria no entanto necessária a forte vontade do Eng.º. Duarte Pacheco (Ministro da Obras Públicas em 1932 e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa em 1938), para que o Parque Florestal se tornasse uma realidade.