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Castelo de Leiria

Castelo de Leiria

O ponto de interesse Castelo de Leiria encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Leiria no municipio de Leiria e no distrito de Leiria.

Castelo românico e gótico, com ampla intervenção no séc. 20. É de planta poligonal, com forte sistema defensivo rodeando o reduto central onde se encontram o Paço Real, construção gótica, cuja "loggia" domina a cidade, a Igreja da Pena, de uma só nave e capela-mor com ábside poligonal e a Torre de Menagem, prismática, rematada por merlões quadrangulares e encimada por terraço. No início da sua edificação constítuia um castelo de penetração em território inimigo. A antiga cerca da vila, guarda, ainda, no seu interior vestígios da "primeira" cidade de Leiria e é visível em quase toda a sua extensão inicial.

CERCA - Para E. do castelo e respectiva cerca avançada está implantada a cortina de muralhas que cercava outrora a primitiva povoação, e onde hoje se ergue a Capela de São Pedro ( v. PT021009120001), os Paços Episcopais (hoje sede da PSP) (v. PT021009120081) e os Antigos Celeiros da Mitra (v. PT021009120153). Com implantação poligonal irregular, é acompanhada em quase toda a sua extensão por barbacã, sendo reforçada a intervalos regulares por torreões quadrangulares. 2 portas rasgavam a cerca, a Porta do Sol, a S., no local onde hoje está a Torre da Sé ( v. PT021009120042 ), a Porta dos Castelinhos, a N., entre 2 torres (*1). A porta de acesso à cerca avançada a N. do Castelo é também flanqueada por 2 torres. CASTELO de planta poligonal irregular com cortina de muralhas, rematada por merlões quadrangulares reforçada do lado vulnerável por uma barbacã, seguida por uma cerca avançada, a N. e a E.. Do lado E. estende-se a cerca muralhada da vila medieval. O acesso ao castelo faz-se a E., por arco de volta redonda aberto sob uma torre rematada por merlões chanfrados e rasgada por frestões, que funcionou como torre sineira da vizinha Igreja de Nossa Senhora da Pena. Do lado oposto, a O., abre-se na muralha exterior a "porta da traição", em arco quebrado. O último reduto, envolvido por cinta de muralha, situa-se numa plataforma mais elevada do lado NO., formado por um recinto muralhado em cujo extremo N. se ergue a TORRE DE MENAGEM, prismática, de espessos muros, 3 pisos, com 17 m de altura, rematada por merlões quadrangulares e encimada por terraço; à esquerda da porta de entrada, encastrada na parede, uma lápide epigrafada; no extremo oposto uma torre de reforço maciça até ao adarve. Contíguo ao último reduto erguem-se do lado S., sobre a muralha alcantilada, contrafortada por 3 esbarros, os PAÇOS REAIS, de planta rectangular, com um corpo central de 3 pisos, flanqueado por 2 corpos de 4 pisos, reforçados lateralmente por torres ameadas; uma logia de arcaria ogival rasga os últimos pisos dos 3 corpos da fachada S. do edifício, acima de uma fiada de frestas ogivais. CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PENA - Situada no interior da cortina de muralhas do castelo veio substituir uma primeira igreja com o mesmo orago, de que não restam vestígios. Capela orientada, tem nave única, rectangular, e capela-mor com ábside poligonal. O acesso faz-se pelo S., por portal em ogiva rasgado em alfiz, de 5 arquivoltas assentes em colunas lisas. Do lado N. fazia-se a comunicação com os edifícios da colegiada dos cónegos de Santa Cruz. A capela-mor, rematada por merlões, é contrafortada por esbarros de vários andares. Interiormente a nave já não tem cobertura, sendo ainda visíveis os arranques do coro-alto e do lado S. 2 janelas ogivais. Um arco manuelino, policêntrico, retirado da ermida de Santo António do Carrascal, foi aqui colocado nos anos 40. A capela-mor abre para a nave por arco quebrado. Coberta por abóbada de 7 panos, é iluminada por 5 altas frestas geminadas, com quadrifólios na parte superior. Dos 2 lados 2 arcossólios, o do lado da Epístola apresenta uma inscrição deteriorada, pensando-se ter sido reservada para Pedro Barba Alardo, alcaide no tempo de D. Manuel I e o da direita terá sido reservada para D. Isabel de Aragão. A torre anexa foi adaptada a sineira, tendo então sido rasgados frestões.

Materiais

Alvenaria de pedra, cantaria, tijolo, betão.

Observações

*1 - as Portas do N. marcam o início das muralhas românicas, composta por duas torres de vigia e uma barbacã cujo pórtico é encimadopor um brasão. Alguns destes restauros serão mais tarde desfeitos pela DGEMN. O projecto de restauro feito com base em inúmeros desenhos de Korrodi pecava por uma imaginação romântica, que não teve em linha de conta o perfil real do primitivo monumento, que se podia adivinhar através de fotografias antigas (Costa, 1985);