Arquitectura assistencial, do séc. 20. Cantina para escola primária de 4 salas de aula, independente da mesma, mas seguindo as mesmas linhas e características das escolas do Plano dos Centenários, com planta rectangular, composta por vários corpos térreos articulados. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria e terminadas em cornija. Fachada principal com alpendre revestido a cantaria, rasgado por arco de volta perfeita e o antigo refeitório por cinco janelas interligadas por friso e peitoril de cantaria e com nembos também de cantaria. Na fachada lateral esquerda abre-se vão recto para o alpendre e janelas com peitoril de cantaria, a lateral direita é cega com corpo avançado da chaminé.
Cantina de planta rectangular irregular, composta por vários corpos, com volumes articulados, de desenvolvimento horizontal, e coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, e terminadas em cornija de cantaria sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a NE., de dois panos, o da esquerda, correspondente ao alpendre, mais baixo, de perfil oblíquo, revestido a placas de cantaria, rasgado frontalmente por amplo arco de volta perfeita e de aduelas dispostas em cunha, actualmente envidraçado, flanqueado por duas vaseiras paralelepipédicas; o da direita, correspondente ao refeitório, é rasgado por cinco vãos rectangulares, de igual dimensão, interligados e enquadrados por moldura de cantaria, e tendo os nembos em cantaria de granito. Sobre as janelas surge painel de azulejos, inscrito. Fachada lateral esquerda rasgada por duas janelas, sem moldura, com peitoril de cantaria e portadas de madeira e, à direita, por amplo vão recto do alpendre, envidraçado. Fachada lateral direita cega possuindo corpo da chaminé, bastante elevado, revestido a placas de cantaria, com as juntas tomadas e pintadas de branco.
Materiais
Estrutura de alvenaria rebocada e pintada; placa de betão; embasamento, peitoril, frisos dos vãos, pilares, revestimento da chaminé e outros elementos em cantaria de granito; painel de azulejos; portas e caixilharia em madeira ou alumínio; vidro simples; cobertura de telha.
Observações
EM ESTUDO. *1 - O Estado construía alguns edifícios cantinas, mas, previamente, tinha de ser assegurada, em Títulos de Crédito Público, uma renda vitalícia que cobrisse todas as despesas inerentes à futura actividade da instituição (pelo Decreto-Lei nº. 23 865, de 17 de Maio de 1934, o Ministério das Finanças assegurava a não desvalorização das rendas vitalícias que suportavam o funcionamento das Cantinas). Eram necessários 150 a 250 contos para converter em Títulos, o que, na época, constituía uma quantia avultada, impossível de obter por colecta das populações ou para a capacidade financeira das Câmaras Municipais. Assim, só doações ou legados de pessoas abastadas tornavam possível a fundação de cantinas, número que se manteve limitado até à década de 1940.