Casa nobre, com núcleo original de construção seiscentista, mandado edificar por D. Gonçalo de Sousa Macedo, sofreu obras de reabilitação que em muito alteraram o seu interior, criando um condomínio de luxo distribuído por cinco prédios contíguos. Exteriormente foi recuperada a sua fachada principal que mantém características maneiristas visíveis na regularização da fachada, nas janelas de sacada com guarda de ferro a assinalar o piso nobre, e no portal de aparato, encimado por frontão triangular interrompido no vértice pela pedra de armas dos Sousa de Macedo, cuja localização é assinalada pelo alteamento da empena por cimalha curva sobre o portal. No seu interior, permanece o pátio seiscentista no qual se abrem portas coroadas de tímpanos e áticas, a capela, com entrada por uma varanda com alpendre sustentado por colunas, e com retábulo-mor de talha dourada; e os silhares de azulejos dos sécs. 17 (polícromos) e 18 (azuis e brancos) presentes em algumas salas.
Planta composta, de forma trapezoidal, resulta da articulação de vários volumes paralelepipédicos com coberturas diferenciadas de 2, 3 e 4 águas. A fachada principal (noroeste), de um, dois e três pisos, é constituída por cinco panos contíguos, delimitados por cunhais de cantaria, rasgados por janelas retilíneas com moldura de alvenaria simples, de sacada, com guardas de ferro forjado, no último piso, andar nobre, e de peito nos restantes. O primeiro pano de fachada é marcado por cimalha curva sobre o portal, de verga reta, com emolduramento de cantaria e encimado por frontão triangular interrompido no vértice pela presença da pedra de armas dos Sousa de Macedo, seguido de quatro janelas de peito; o segundo, de dois pisos, é rasgado por duas janelas de sacada com guarda em ferro, ao nível do segundo piso; os terceiro e quarto, idênticos, são também de dois pisos, apresentando quatro janelas em cada piso, de peito as do primeiro e de sacada as do segundo; o quinto pano, de três pisos, apresenta seis janelas em cada piso, de peito as dos dois primeiros pisos e de sacada as do terceiro piso. Na fachada oeste, articulada com a principal por meio de um cunhal de cantaria, que ostenta uma pedra de armas heraldicamente idêntica à já mencionada, distinguem-se três janelas de sacada. Acede-se ao interior pelo portal principal, a noroeste, no núcleo primitivo do palácio. No seu interior, há a destacar, para além do pátio no qual se abrem portas coroadas de tímpanos e áticas, a capela, localizada a poente, com entrada por uma varanda virada a sul, com alpendre sustentado por colunas, e com retábulo-mor de talha dourada; e algumas salas que ainda ostentam silhares de azulejos dos sécs. 17 (polícromos) e 18 (azuis e brancos) e tetos de tabuado à portuguesa. No restante interior do palácio, sobretudo nas suas alas mais a sul e sudeste, foram criados espaços habitacionais divididos em cinco edifícios, contendo sete "lofts" e 36 apartamentos de tipologias que variam de T1 a T4, para além de quatro espaços comerciais.
Materiais
Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, azulejos, madeira, estuque pintado.
Observações
*1 - Zona Especial de Proteção Conjunta do Bairro Alto e Imóveis Classificados na sua Área Envolvente.