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Elevador do Carmo

Elevador do Carmo

O ponto de interesse Elevador do Carmo encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura de transportes, revivalista. Ascensor vertical composto por torres verticais e provida de viaduto com decoração neogótica. Coloca-se em confronto com a cabeceira da Igreja do Carmo. Destaca-se da construção da área envolvente não só pela sua verticalidade, mas também pela cor, e material: o ferro. Sendo uma obra relevante da arquitectura deste novo material em Portugal, reune técnica e memória, engenharia e arquitectura, o elevador representa a cultura de 1900, quando a máquina era entendida como algo mágico e sinal dos novos tempos. Tem ainda a particularidade de possuir uma gramática ornamental neogótica, patente nas peças que compõem os painéis, variando no entanto as formas dos arcos: arcos plenos, arcos de querena, arcos quebrados ou polilobados. É também de salientar a panorâmica que o elevador oferece sobre a cidade de Lisboa. De um lado o castelo de São Jorge (v. PT031106120023), a Sé (v. PT031106520004), o rio Tejo e, para o outro lado, além da Baixa lisboeta, o teatro D. Maria II (v. PT031106310043) e o Rossio. A entrada do Lg. do Carmo permite ver as ruínas do antigo Mosteiro de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo (v. PT031106270007).

Elevador de estrutura vertical, desenvolvido no sentido da Rua de Santa Justa, constituído por duas torres metálicas interligadas entre si, resultando num rectângulo. Base constituída por quatro vigas verticais, compostas cada uma por dois pilares, com contraventos horizontais. A sua maior dimensão é paralela à Rua de Santa Justa e a implantação foi feita no eixo da mesma. Com 45 m de altura, é nas torres que trabalham as cabines. Com interiores revestidos a madeira e espelhos, organizam-se em sete andares, com capacidade para 24 passageiros, e equilibradas entre si por meio de um cabo em aço. Viaduto de passagem sobre a Rua do Carmo e pilar. Estrutura composta por doze travessas com os devidos contraventamentos, formando uma dupla consola, apoiada no painel central com fundações no topo das Escadinhas de Santa Justa. Do lado do elevador, o tabuleiro do passadiço é articulado por meio de rótulas, bem como sobre o pilar, o qual é articulado na base. Pilar de betão armado. No último piso existe um quiosque com esplanada e miradouro sobre a cidade. A ligação aos pisos inferiores é feita por intermédio de duas escadas helicoidais. No piso intermédio foi colocada a maquinaria e no piso da saída para o Largo do Carmo existe uma varanda de circulação. Corredor que passa por cima da cobertura do prédio, foi transformado em terraço, e desemboca no Largo do Carmo, por um portão de ferro. O espaço destinado à electrificação fica localizado debaixo das Escadinhas, em instalação própria para o efeito, sob galeria abobadada. Decoração do elevador com uma gramática ornamental neo-gótica. O painel do piso do lado da Rua do Ouro, é precisamente igual ao do piso da saída para o Largo da Rua do Carmo, o qual consta de maior número de elementos decorativos. Os motivos decorativos são díspares para cada piso.

Materiais

Ferro, betão, madeira, vidro.

Observações

Torres metálicas de 3,5m x 7,5 m; viaduto com largura de 3,20 m e um comprimento variável entre 21,35 e 22,42 m; diferença de nível que vence o pilar, entre a Rua do Carmo até ao pavimento do viaduto de 23,090 m, contando a altura do viaduto 2,20 m; da R. do Ouro até ao pavimento de saída 31,955 m; altura do último piso de 41,085 m (DELGADO, Maria Helena, A decoração do Elevador de Santa Justa na obra do Engenheiro Raul Mesnier de Ponsard, dissertação de mestrado, Univ. Lusíada, Lisboa, 1997).