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Forte de São Roque

Forte de São Roque

O ponto de interesse Forte de São Roque encontra-se localizado na freguesia de São Gonçalo de Lagos no municipio de Lagos e no distrito de Faro.

Forte marítimo construído na segunda metade do séc. 17, durante o reinado de D. Afonso VI, integrado na linha defensiva da costa Algarvia, para defesa da baía de Lagos, seguindo a tipologia das pequenas fortificações costeiras, tendo sido reformado no séc. 18 e bastante adulterado no 19. Apresenta planta poligonal de predominante retangular, composta por bateria retangular, virada ao mar, e, no lado oposto, por uma tenalha formada por dois meios baluartes, onde se localizavam os aquartelamentos, unidos por cortina. Tem paramentos em talude, com remate em cordão e parapeito liso, com as baterias, de tiro a barbete, interligadas, no interior da frente terrestre, por adarve sobre o portal. Este, atualmente já sem a lápide superior alusiva à construção, tem verga reta. No interior possui pátio retangular, com poço e ampla rampa com escadas de acesso à bateria nascente. Arruinado parcialmente pelo terramoto de 1 de novembro de 1755, só em 1796 se inicia a sua reconstrução, possivelmente alterando parte da organização espacial interior, visto que, segundo o desenho de José de Sande Vasconcelos, em 1790, ainda tinha uma capela no pátio, no enfiamento da entrada, mas que já não é representada na planta de 1881, de Henrique dos Santos Rosa. Abandonado em 1822, o forte é cedido, na década de 70 da mesma centúria, à Alfândega de Lagos e, depois, à Guarda Fiscal, a qual acaba por adulterá-lo, com a construção de um edifício de aquartelamento sobre a bateria nascente e parte do adarve, não só pela sua cércea mais elevada, mas também pela interrupção do circuito de circulação e comunicação interna, entre as baterias e o adarve. O abandono a que o imóvel esteve votado e a falta de obras de recuperação das zonas mais danificadas, conduziu igualmente à adulteração de alguns setores, nomeadamente da bateria virada ao mar e da falta de comunicação com as laterais. O forte cruzava fogo com o de alguns baluartes da praça de Lagos.

Planta poligonal composta, na face voltada a terra, por uma tenalha formada por dois meios baluartes desiguais, unidos por uma cortina, rasgada a meio pela porta, e, na face voltada ao mar, por uma bateria retilínea, definindo pátio retangular, descoberto. Apresenta paramentos em talude, em alvenaria de pedra rebocada, com cerca de 5 m de altura, rematados em cordão e parapeito liso, mais largo na frente virada ao mar, possuindo várias fendas e troço derruído a sudoeste. Na frente norte, virada a terra, abre-se portal de verga reta, na cortina central e, nos meios baluartes, duas frestas de tiro retilíneas nas faces e nos flancos. Sobre o meio baluarte de nordeste e recuado do parapeito, eleva-se edifício com dois corpos retangulares, onde esteve instalada a Guarda Fiscal, com cobertura diferenciada em telhados de uma e duas águas, e fachadas rebocadas e pintadas de branco. O corpo maior é rasgado a norte, a nascente e a poente por janela retilínea; o corpo mais pequeno, sobre parte do adarve, correspondente às instalações sanitárias, possui pequena janela a norte e a cobertura sobrepujada por depósito de água. INTERIOR: o portal, com pequeno transito em arco abatido, acede ao pátio, atualmente com pavimento cerâmico, canteiros e poço, possuindo ao fundo ampla rampa, com degraus centrais, de acesso às baterias. A cortina norte é percorrida por adarve, sobre a entrada, interligando inicialmente as baterias dos meios baluartes, tendo parapeito na face sul. Do lado nascente abre-se, junto à rampa, porta de verga reta, e a norte uma outra em arco, para os compartimentos existentes sob as baterias, tal como existem dois outros, de verga reta, a poente, para os compartimentos desse lado. As baterias, de tiro a barbete, apresentam diferentes níveis, sendo as do lado nascente e poente pavimentadas a alvenaria cimentada, a primeira dando acesso ao edifício da Guarda Fiscal sobre o meio baluarte, onde se rasga porta de verga reta.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra, rebocada; cordão em cantaria; rampa em tijoleira; argamassa de cimento; edifício de aquartelamento rebocado e pintado, com portas e caixilharia de madeira, vidros simples e cobertura em telha de aba e canudo.

Observações

*1 - A lápide que, em 1945 existia sobre o portal, tinha a inscrição: "GOVERNAmdo este REINO Nuno DA CVNHA DE / [ATHAIDE CON DE PONTEVE] (...) DE cerra DE / (...) ESTE FOR / (...) [MEIA] PRIA e e / (...) MÃO AQUI F.".