Arquitectura infraestrutural, novecentista e barroca. Chafariz do tipo nicho, composto por nicho em arco de volta perfeita, que alberga duas bicas em forma de golfinhos, que verte para taça concheada e tanque rectangular simples, de bordos simples.
Chafariz em cantaria de calcário lioz, de planta rectangular simples, inserido num nicho em arco de volta perfeita e moldura simples, ao qual se adossa um tanque rectangular, de bordos simples, acompanhando toda a largura do nicho. Este com cobertura em abóbada de berço e o fundo em cantaria possui duas bicas na forma de golfinhos entrelaçados, com escamas e as caudas abertas em concha, entre os quais surge uma pequena vieira. Estes vertiam para taça em forma de concha. No lado esquerdo, surge uma lápide em calcário lioz com a seguinte incrição incisa: "FONTE DO POETA NESTA / FONTE QUE FALA NA SURDINA / DE QUALQUER COISA QUE EU NÃO SEI OUVIR / MATEI AGORA MESMO A MINHA SEDE / E SENTEI-ME AO PÉ DELA A DESCANÇAR / NÃO HAVIA NO AR MAIS DO QUE A LUZ / FINÍSSIMA DA TARDE NUM ADEUS... / UMA LUZ MORIBUNDA E SOLITÁRIA / A DESPEDIR-SE FRÁGIL PELOS CÉUS / E À MEDIDA QUE A LUZ SE DILUIA / NAS SOMBRAS QUE NASCIAM LENTAMENTE / A FONTE NO SILÊNCIO MAIS SE OUVIA / MAIS LIMPA, MAIS PURA E MAIS PRESENTE... / ANOITECEU. NINGUÉM SÓ A VOZ DELA / SÓ ESSA VOZ... AO LONGE NUM DESMAIO / O TIMBRE VIVO E PÁLIDO DE UM GRITO / LEVANTEI-ME. DEIXEI-A. TRISTEMENTE / ACENDEU-SE UMA ESTRELA NO INFINITO / ANTONIO BOTO".
Materiais
Estrutura em cantaria de calcário lioz.
Observações