Adega de inspiração vernacular e decoração eclética, projetada e construída no final do primeiro quartel do século 20 por encomenda do proprietário, o visconde de Salreu, ao arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior. Apresenta planta retangular regular, alongada, desenvolvida por dois e três pisos, acompanhando o declive do terreno. A sua fachada principal, virada à rua, encontra-se dividida em três panos, sendo o central o elemento caracterizador do edifício. Delimitado por cunhais apilastrados de cantaria, é rasgado, ao nível do piso térreo, por dois portais com folha de madeira, que lembram pipas de vinho, inscritas em moldura em arco de volta perfeita de cantaria no piso térreo, encimados por painel de azulejo com tema de vindima, executado pela Fábrica de Cerâmica Constância Lda., entrecortado, ao centro, por um círculo com a inscrição "CAVES / VISCONDE DE SALREU / MCMXX" ao estilo de um tonel de madeira decorado com listas amarelas alternadas por castanhas. Apresenta ainda empena alteada e recortada, decorada com grinalda e brasão coroado. Os panos laterais, de ampla extensão, são rasgados nos extremos por duas portas inscritas em arco de volta perfeita de cantaria, apresentando ainda, junto ao teto do piso térreo e no piso superior, vãos compostos por janelas triplas com moldura retangular de alvenaria simples, sendo as do piso superior percorridas por friso de azulejo que se estende ao longo de toda a fachada principal.
Planta retangular regular, alongada, desenvolvida no sentido sudeste-noroeste, por dois e três pisos, tendo o piso térreo um pé direito de maior dimensão mas irregular, devido à inclinação do terreno cujo desnível acompanha. Cobertura telhada a duas águas segmentada em três. Paredes rebocadas e pintadas de branco, rasgadas por vãos retilíneos com molduras de alvenaria simples. Fachada principal orientada a nordeste, dividida em três panos de dois e três pisos, sendo o central delimitado por cunhais apilastrados de cantaria, rasgado, ao nível do piso térreo, por dois portais com folha de madeira, lembrando pipas de vinho, inscritas em moldura em arco de volta perfeita de cantaria saliente no piso térreo. Ao nível do piso superior, este pano é centralizado por círculo com a inscrição "CAVES / VISCONDE DE SALREU / MCMXX" ao estilo de um tonel de madeira decorado com listas amarelas alternadas por castanhas *1, que interrompe ao centro um painel de azulejo com tema de vindima, executado pela Fábrica de Cerâmica Constância Lda. Apresenta ainda empena alteada e recortada, decorada com grinalda e brasão coroado. Os panos laterais, de ampla extensão, são rasgados nos extremos por duas portas com folhas de madeira inscritas em molduras de cantaria em arco de volta perfeita, sendo a do primeiro pano precedida por pequena escadaria resguardada por murete caiado de branco (local de maior desnível do terreno), apresentando ainda aberturas de vãos junto ao teto do piso térreo e no piso superior, compostas por janelas triplas com moldura retangular de alvenaria simples, sendo, as do piso superior, percorridas por friso de azulejo que se estende ao longo de toda a fachada principal.
Materiais
Cantaria, azulejo, vidro, telha e madeira
Observações
EM ESTUDO. *1 O Visconde de Salreu, Domingos Joaquim da Silva, a quem foi entregue o título de Visconde em 1907 pelo rei D. Carlos, foi empresário no Brasil e grande empreendedor em Portugal. Constrói um hospital em Aveiro, com projeto também de Norte Júnior, e decide depois construir uma escola e esta adega em Colares. *2 Decreto Regulamentar nº 8/94, de 11 de março.