Espaço verde de recreio. Jardim romântico com canteiros morfologicamente inspirados no "jardim inglês", inicialmente inserido em quinta. A remodelação do espaço no séc. 20, substituiu a área de produção, por área de lazer constituída por relvados polivalentes e jardim formal.
Jardim de planta irregular junto à casa, evoluindo para uma planta ortogonal a O..O jardim encontra-se dividido em três zonas de diferente carácter, separadas entre si por caminhos rectilíneos, que se cruzam num poço oitavado revestido por rosinhas de trepar. Junto à fachada principal, orientada a N. encontram-se canteiros de plantas do género "Rhododendron" junto ao muro e à fachada, separados entre si por um caminho pedonal com cerca de 2,5m de largura. Junto à fachada E. estas plantas são substituídas por arbustos da espécie "Hydrangea macrophylla" e espécies arbóreas de pequeno porte. Entre a fachada lateral S. e as antigas cocheiras encontra-se um páteo com duas espécies arbóreas de grande porte, plantadas em caldeiras isoladas, uma "Fénix canariensis" e uma "Ginkgo biloba". Deste pátio, a partir de escadaria, encontra-se uma zona de jardim informal inspirado no "jardim inglês" que se prolonga para a fachada O., apresentando percursos que delimitam canteiros curvilíneos onde se encontram espécies arbóreas de grande porte, entre as quais elementos notáveis de "Cedrus atlantica", "Liriodendron tulipifera" e "Platanus occidentalis L.". A 10 m do extremo SO. da casa tem início um eixo longitudinal que se prolonga até ao limite O. da propriedade. Percorrendo este eixo no sentido E-O, à direita, até ao ponto em que este è interceptado por um eixo transversal de menores dimensões, vamos encontrar parte do jardim informal. À esquerda localiza-se uma zona constituída por dois grandes relvados, ladeados de árvores de grande porte. No relvado situado junto ao extremo da propriedade está instalada uma tenda destinada à celebração de eventos, que ocupa uma grande parte da sua área. À direita do eixo longitudinal, ainda no mesmo sentido, a seguir à referida intercepção com o eixo transversal encontra-se a antiga zona de serviço, com estufa de plantas ornamentais, estufins, canteiros delimitados a buxo e 2 lavadouros com o respectivo telheiro e condutas de água a céu aberto, um poço coberto por pérgula circular e um roseiral, com canteiros de buxo, e no seu interior roseiras, assumindo um carácter de jardim formal. Junto aos seus limites N. E. e O. encontram-se canteiros aduçados aos muros.
Materiais
INERTES: pavimento em cubos no acesso da rua à fachada principal da casa e ao páteo em calcáreo, lavadouro e condutas de água adjacentes e poço oitavado em granito, pavimentos de caminhos em saibro, estrutura da estufa, estufim, e pérgula em ferro, estruturas laterais e da cobertura do lavadouro em madeira, estufa e estufim em vidro. VEGETAIS: árvores - cameleira (Camellia japónica), cedro do atlas (Cedrus atlântica), plátano (Platanus occidentalis) e tulípio (Liriodendron tulipifera".
Observações
O jardim foi alvo de um levantamento botânico muito promenorizado para que o projecto de recuperação de Francisco Caldeira Cabral utilizasse esta informação, o mais detalhada possível. *1 - O programa previa a conversão de uma casa particular de finais do século XIX e recuperação do jardim, com vista à instalação de um clube de professores. Numa primeira abordagem o plano geral do jardim reflecte a concentração de esforços na recuperação propriamente dita do jardim. Numa segunda alternativa, atendendo a um pedido da universidade, este plano geral prevê, a implantação de um court de ténis e de uma piscina, que Caldeira Cabral localizou na zona da horta"...Julgamos que do existente se deveria conservar todo o jardim com o seu traçado de caminhos e o seu relevo caraterístico, mas pensamos que a zona actual da horta poderia ser aproveitada para a instalação de áreas complementares de lazer e construção de equipamentos..." (2001. Andresen.T). Estes equipamentos nunca chegaram a ser instalados.