Praça de touros oitocentista, de primeira categoria, em planta circular com interior distribuido por galerias circulares e cobertura em pala. São elementos constitutivos da praça de touros a arena, estribos, a trincheira, a teia, os burladeros e o curro - local onde se prepara o animal para a lide. Construção de expressão plástica tendencialmente geométrica, de acentuada verticalidade. Capacidade para 6611 espectadores. Alguns dos portões existentes têm bandeiras abertas por óculo onde se inscreve uma flor em ferro forjado tendo os olhais vazados por palavras indicadoras das diferentes entradas: - CAMAROTE / SOMBRA (duas entradas).
Planta circular centrada por arena e composta por dois corpos adossados, um rectangular a N. e do lado oposto, outro surgindo saliente mas acompanhando o perfil do principal. Massas dispostas verticalmente com cobertura diferenciada em pala no corpo circular da praça que se prolonga em aba corrida no corpo rectangular. Fachadas rebocadas e pintadas a amarelo ocre; remates em friso e beiral no corpo rectangular, com o propIongamento da pala no corpo circular e em merlões no corpo adossado a S.. Fachada principal voltada a SE. rasgada por portão de arco conopial encimado por duas janelões rectangulares e entre os quais está inscrito "1895 - Coliseu Figueirense" sob a imagem imponente de um touro; contornando a fachada para a esquerda um corpo saliente que acompanha o perfil do principal, dividido a nível do segundo piso em três corpos formando uma varanda com guarda em ferro e integrando ao centro um corpo rectangular das instalações sanitárias; a nível do primeiro piso abrem-se neste corpo quatro portas com moldura em cantaria em arco apontado e dois vão em arco pleno para as bilheteiras; no piso superior seis janelões, três em cada corpo, dois de arco quebrado e um em arco de volta perfeita. As restantes fenestrações que se distribuem pelas paredes apresentam diferentes modinaturas. Na fachada posterior, o corpo rectangular adossado abre-se no primeiro piso por dois portões opostos, um dando acesso a pátio e outro a um corredor por onde entram os animais que são conduzidos ao curro; o segundo piso aberto por janelas rectangulares funcionava como residência do zelador da praça. INTERIOR: o acesso é feito pelas entradas descritas directamente para as galerias inferiores, de espaço diferenciado com pavimento em calçada portuguesa, formadas por aneis concêntricos ligados por arcos radiais com cobertura em falsa abóbada de meio berço e acesso aos diversos serviços: capela, gabinete da direcção, museu, bares, WC e enfermaria. Do lado SE. com pavimento em terra batiada situa-se a zona dos cavaleiros e os estábulos. Os acessos aos diferentes sectores da praça são feitos por onze entradas diferenciadas, em escadas de alvenaria, distribuídas pelas galerias e os dos camarotes por dois lances de escadas simétricas adossadas interiormente à parede da fachada principal, junto à entrada. Sobre estas galerias ergue-se o anfiteatro do primeiro piso que se desenvolve em torno da arena vedada por uma trincheira de madeira com estribo, aberturas protegidas por burladeros, separada das bancadas pela teia. As bancadas circundam a praça a nível dos dois pisos, sendo intercaladas pelas plataformas para o director da corrida, médico, corneteiro, direcção do Coliseu e convidados. Os músicos situam-se a NE.. Sobre as bancadas dispõem-se a galeria superior e os camarotes. O piso da galeria superior assenta em vigas de betão armado. As coberturas estão assentes em colunas lisas de ferro fundido, formando no segundo piso uma arcaria protegida por guarda em ferro. Os animais acedem ao interior da praça através do touril, situado na fachada posterior, com passagem directa, através de uma manga, à zona de pesagem e ao embolador para corte das pontas dos chifres e colocação de protecção.
Materiais
Alvenaria de tijolo e pedra; pedra; madeira; mosaico cerâmico; azulejo industrial; ferro; betão armado; betão simples; cortiça.
Observações
*1 - Situa-se a Garagem Auto Touril que ocupa todo o espaço exterior, junto ao touril, com viaturas, tornando-o um local pouco aprazível. No relatório da CMFF relativo ao projecto apresentado para a intervenção na Praça de Touros escreve-se: "Todas as dependências a criar deverão possuir pé direito regulamentar de acordo com o disposto na al.) c), artº 4, secção, cap. II do Dec.-Lei 243/86.