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Convento de Nossa Senhora da Piedade

Convento de Nossa Senhora da Piedade

O ponto de interesse Convento de Nossa Senhora da Piedade encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Cascais e Estoril no municipio de Cascais e no distrito de Lisboa.

Arquitectura religiosa, seiscentista. Convento carmelita composto por igreja e zona conventual no lado esquerdo, desenvolvido em torno de claustro quadrangular com cinco arcadas de volta perfeita. A igreja tem planta em cruz latina, com fachada principal em frontão triangular, marcada inferiormente pelo acesso à galilé, composto por três arcos de volta perfeita, encimada por nicho e pelo janelão do coro. O interior tem coberturas em abóbadas de lunetas, provavelmente de construção pós-terramoto. Tem nave marcada por capela lateral e pelos confessionários embutidos na parede, no lado do Evangelho. O cruzeiro do transepto tem falsa cúpula, tipicamente maneirista, abrindo para capela-mor pouco profunda, com retábulo-mor do estilo barroco nacional, hoje desaparecido. No lado do Evangelho, o acesso à zona conventual. No piso superior, a enfermaria.

Planta rectangular irregular, composta por vários corpos construídos em datas distintas, com coberturas diferenciadas em duas e quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas. Fachada principal virada a E., composta por dois corpos pintados de rosa, percorridos por soco cinza, a ladear a fachada da primitiva igreja, o do lado esquerdo de maiores dimensões. Este possui seis empenas sucessivas, a do extremo esquerdo de maiores dimensões e ladeada por duas chaminés em tijolo. Possui porta e janela em arco de volta perfeita, encimados por duas janelas de peitoril com o mesmo perfil. No topo da empena duas janelas de varandim em arco de volta perfeita e com guarda metálica. Os panos imediatos possuem quatro portas em arco de volta perfeita, a do lado direito de maiores dimensões, encimadas por duas linhas de cinco janelas de peitoril, as superiores integradas nas empenas. A igreja, rebocada e pintada de amarelo, remata em frontão triangular simples, ladeado por cunhais em cantaria, de ordem colossal. Inferiormente, três arcos de volta perfeita acedem à galilé, tendo ao centro, nicho em abóbada de concha, encimado por janelão rectilíneo. No lado direito, um pano de pequenas dimensões, composto por porta e janela em arco de volta perfeita, encimado por duas janelas de peitoril com o mesmo perfil; o remate é interrompido por duas trapeiras rectilíneas, cada uma delas com janela de peitoril. Fachada lateral esquerda, virada a S., com três panos rematados em empena. A do extremo esquerdo é rasgada por porta em arco de volta perfeita, encimada por duas janelas de peitoril rectilíneas e por trífora. O corpo intermédio, de maiores dimensões, possui uma porta e duas janelas de peitoril em arco de volta perfeita, encimadas por sacada corrida, para onde abrem cinco portas janelas em arco de volta perfeita, sustentadas por pilastras toscanas e totalmente envolvidas por cantaria e rematadas por cornija; tem guarda metálica vazada, pintada de verde. No terceiro piso, duas janelas de peitoril rectilíneas. O pano do lado direito tem três vãos em cada piso, compondo portas de volta perfeita no primeiro, janelas de peitoril rectilíneas no intermédio e janelas de varandim, com guardas metálicas vazadas no superior. Fachada lateral direita, virada a N., com dois pisos, o inferior com quatro janelas de peitoril rectilíneas e porta em arco de volta perfeita, encimadas por sete janelas de peitoril, surgindo, ainda, três trapeiras, semelhantes às da fachada principal. INTERIOR com acesso pelo extremo esquerdo, que leva a um vestíbulo amplo, o qual serve de distribuição para as salas de exposição, as quais integram alguns elementos do primitivo espaço conventual, para uma zona de restauração e para o auditório, a antiga igreja. No extremo direito, os gabinetes de trabalho. Organizam-se em torno de um pátio interno, o antigo claustro, com cobertura envidraçada, permitindo a iluminação directa do espaço, para onde abrem várias portas e janelas rectilíneas. A antiga igreja é rebocada e pintada de branco, com pavimento de madeira, tendo a nave dividida em quatro tramos definidos por pilastras toscanas, que se prolongam em arcos formeiros na abóbada de lunetas. O coro-alto ocupa todo o primeiro tramo, assente em arco abatido, com acesso pelo lado da Epístola, tendo várias filas de cadeiras de madeira. No lado do Evangelho, no sub-coro, amplo vão de volta perfeita, de acesso a uma capela paralela ao templo, surgindo, ainda, quatro vãos rectilíneos, os antigos confessionários. No lado da Epístola, uma antiga capela lateral, com amplo arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas. O transepto é marcado por duas arcadas, que acedem aos braços, totalmente revestidos a azulejo de padrão e com coberturas em abóbadas de lunetas, actualmente entaipadas, envolvido por enxaquetado *1, contendo várias filas de cadeiras de madeira. No topo do lado da Epístola, sacrário de cantaria embutido na estrutura da parede. Sobre o cruzeiro, cobertura em falsa cúpula. Capela-mor pouco profunda, com cobertura em abóbadas de lunetas e com silhar de azulejos enxaquetados, verde e branco. Nela, está instalado o palco.

Materiais

Estrutura em alvenaria rebocada e pintada; pilastras, nichos, pavimentos, cornijas, nichos, guardas em cantaria de calcário; portas, caixilharias, escadas, pavimentos, mobiliário de madeira; estrutura das coberturas metálica; guardas em ferro forjado; janelas e portas com vidro simples; cobertura em telha.

Observações

*1 - a nave e cruzeiro eram revestidos a azulejo e a cerca era murada, confinando com o jardim de D. Diogo de Meneses, a N., onde se erguia a Capela de Nossa Senhora do Rosário, ligando a S. com Santa Marta; este terreno fazia parte da Quinta de Regalo, vendida por D. Catarina Saraiva e o seu enteado, Manuel de Roma, que o vendeu aos religiosos; a igreja tinha cinco altares e o claustro com 20 arcos de cantaria, com cruz no centro e varanda com cinco arcos de pedra, com vista para o mar.