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Teatro Portalegrense

Teatro Portalegrense

O ponto de interesse Teatro Portalegrense encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias da Sé e São Lourenço no municipio de Portalegre e no distrito de Portalegre.

Arquitectura cultural e recreativa, oitocentista. Teatro. A inauguração do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, no ano de 1846, introduz em Portugal um modelo de construção de teatros, que inspirará outras construções, como é o caso do Teatro Portalegrense. Constitui o primeiro edifício a ser construído para teatro na cidade de Portalegre e é, actualmente, o sexto teatro mais antigo, que conhecemos, ainda subsistente em Portugal, a par dos casos nacionais, tecnicamente complexos e de grandes dimensões, como o Teatro Nacional de São Carlos (v. PT031106200042) e o Teatro Nacional Dona Maria II (apesar da reconstrução que conheceu após o incêndio de 1964), (v. PT031106310043), e dos casos dimensionados à escala regional, promovidos por associações locais e de menor capacidade, como são os exemplos do Teatro Lethes, em Faro (v. PT050805050012) e do Teatro Penafidelense, em Penafiel (v. PT011311 0079). Incluiu-se ainda neste grupo o singular Teatro Tália, construído pelo Conde de Farrobo na sua Quinta nas Laranjeiras (v. PT031106390086). * 3

Observações

* 1 - Elementos retirados de uma descrição da sala após as obras, inclusa num artigo do jornal O Districto e que vem transcrita na obra de José Martins Santos Conde, Teatro em Portalegre, 1989: "Foram aumentadas três frisas, resumida a geral, alargada a plateia, que ficou dividida assim: 1ª fila, com 50 fauteils; 2ª fila, com 50 lugares superiores; 3ª, com 80 inferiores. A geral ficou a comportar 30 lugares. Os fauteils eram de nogueira polida e foram executados na oficina de José Maria dos Santos, segundo um modelo copiado de um teatro de Lisboa. Os camarotes foram retocados e forrados a papel, de lindíssimo efeito, e a varanda que guarnecia a 1.ª ordem, estofada a veludinho carmesim. Nas portas foram colocados reposteiros de ramagem, com a competente galeria. A pintura do tecto foi quase toda reformada e substituída por uma linda estampa em forma de crochet, contendo ornatos e flores em branco, sobre fundo cinzento, que produziam à vista um efeito surpreendente" (p.36); * 2 - Esta a imagem do teatro veiculada em alguns artigos da imprensa local, como nos dá conta a notícia, coligida por José Conde, do jornal Distrito de Portalegre: "falta de asseio, carência quase absoluta de cenário [...] inteira falta de mobília decorativa, excessivo preço do aluguer e pessoal porteiro pouco escrupuloso na entrada de espectadores" (CONDE, 1989, 41); * 3 - Veja-se o estudo desenvolvido por Luís Soares Carneiro, sobre a construção de Teatros Portugueses de Raiz Italiana, Porto, 2002, em especial o capítulo 10 "O Meio Século: na esteira do Teatro de D. Maria II (II, 433-443); * 4 - "As asnas do palco e do tecto da plateia ameaçavam ruína (...), as extremidades de todas as madeiras redondas do telhado que olha para o lado oriental, estavam profundamente atacadas pela humidade (...), o telhado propriamente dito achava-se em péssimo estado e no palco chovia constantemente" (CONDE, 1989, 44).