Arquitectura residencial, modernista. Casa de férias, funcionalista, organicista e moderna; exemplo do compromisso, entre as correntes modernas e as propostas de tendência regionalista da arquitectura portuguesa. A conjugação dos três volumes da casa, com uma pequena inflexão do corpo principal, imprime um movimento geral à casa, acompanhado pela parede exterior da casa que dobra nos extremos, marcando o ponto central da composição - o vestíbulo - que articula a disposição dos três corpos. Internamente, destaca-se a organização dos espaços, com a aceitação do "living room", valorizando este espaço através de uma área maior, de acordo com as emergentes vivências familiares.
Planta em T composta por três corpos rectangulares que se articulam a partir de um vestíbulo que marca o centro da casa. Volumes horizontais, com coberturas em telhados de uma, duas águas e cobertura plana. Fachadas rebocadas e pintadas a branco, com excepção da chaminé pintada a amarelo, com embasamento em cantaria, rasgadas por grandes vãos rectilíneos, janelas em banda e frestas, em várias disposições e diferentes tamanhos. INTERIOR com três áreas bem definidas: o corpo principal destinado à área de comer e de estar, possuindo um recanto com lareira a uma cota mais alta; um segundo corpo para a zona de serviço, com espaços bem organizados e quarto da criada; e um terceiro corpo, como a zona de quartos, constituído por quarto de casal e cinco quartos com duas camas.
Materiais
Paredes, embasamento, chaminé e outros elementos de alvenaria de granito, vigas em betão; asnas, vigas, estruturas, caixilharias, portadas e portas em madeira; paredes rebocadas e pintadas; vidros simples; pavimentos em tijoleira, em madeira, em granito; pátio em lajeado granítico; tectos forrados por placas de aglomerado de aparas de madeira e cimento; cobertura exterior em telha.
Observações
Para além do edifício propriamente dito, a grande parte dos móveis, sobretudo, os armários, os apoios de cabeceira e as mesa de estudo foram construídos em função dos espaços a que se destinavam, assim como os candeeiros e a fonte foram objectos desenhados pelo arquitecto, num conceito amplo de casa. A casa de Ofir é o exemplo da revisão crítica ao Movimento Moderno em Portugal, o empenhamento, do arquitecto Fernando Távora, na modernidade e no apego pelas tradições portuguesas, e a experiência em torno do Inquérito à Arquitectura Regional, convergiram para a criação desta casa.