Arquitectura assistencial, do século 20. Colónia de férias construída na década de 1930 de acordo com uma linguagem arquitectónica que se pretendia aproximada da "casa típica portuguesa", com telhado de quatro águas, fachadas caiadas, com embasamento e cunhais em cantaria rusticada, gelosias pintadas de verde, caixilharia em madeira, de guilhotina, azulejos de figura avulsa no refeitório e tectos das camaratas em madeira, de dois planos sobre travejamento também de madeira. Apresenta planta em U, com as fachadas viradas ao pátio central ajardinado em arcada, de arcos abatidos sobre pilares rusticados, e rasgadas por janelas em arco, protegidas por gelosias; nas fachadas laterais e na posterior abrem-se regularmente vãos rectilíneos moldurados, alguns jacentes, e agrupados. Interiormente, tem organização espacial extremamente racional, com camaratas amplas, dispostas ao longo das alas laterais, com os topos ocupados pelas instalações sanitárias e os balneários, e o refeitório na ala central, sobre a cozinha e despensas dispostas ao nível do piso térreo, interligados por escada de serviço e elevador de copa.
Planta em U regular, disposta no sentido SE. / NO, com a ala que une os braços do U paralela e virada à costa e os topos das alas laterais formando corpo mais avançado para o exterior. Massa simples, disposta na horizontal, com cobertura em telhado de quatro águas, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas a branco, de um ou dois pisos, acompanhando o desnível do terreno, com embasamento, friso separador de pisos e cunhais em cantaria, de aparelho rusticado, terminadas em cornija de betão e rasgadas por vãos a ritmo regular, os rectilíneos com molduras simples, em cantaria, e caixilharia em madeira, de guilhotina ou de duas folhas, pintada a branco, e as de perfil curvo apenas com o peitoril e as jambas de cantaria. Fachada principal virada a NO., com um corpo central mais extenso e dois laterais, correspondentes às alas do U, tendo frontalmente e virado ao jardim corpo de arcadas, sensivelmente mais estreito. O topo da ala esquerda tem um só piso, rematado em empena e rasgado por cinco janelas rectangulares jacentes, duas de peitoril e, num plano superior, óculo circular, com moldura sobreposta por raios; no extremo direito, o corpo adossado, ligeiramente mais baixo, é rasgado por janela de peitoril em arco de volta perfeita sobre pés-direitos rusticados, protegida por gelosia pintada de verde. O topo da ala direita é mais largo e apresenta três panos, separados por pilastras em cantaria rusticada, os laterais mais avançados, sendo o esquerdo mais estreito, de dois pisos, o inferior, revestido a cantaria rusticada e rasgado por seis janelas jacentes e, no pano central uma porta descentrada; o superior é rasgado por oito janelas de peitoril, no pano esquerdo formando uma bífora. No pano central surge ainda mísula de cantaria para sustentação do mastro da bandeira e a inscrição pintada COLONIA BALNEAR; o corpo adossado é rasgado, no piso térreo por janela jacente e, no segundo, janela em arco de volta perfeita, igual à da ala oposta. As alas viradas ao jardim apresentam arcadas de arcos abatidos sobre pilares quadrangulares, em cantaria rusticada, assentes em murete, em alvenaria rebocada e pintada de branco, interrompido nas zonas centrais, de passagem, precedidas por três degraus em cantaria. A ala central tem sete arcos e na fachada recuada, alinhados, sete vãos, correspondendo a uma porta central e, lateralmente, uma janela de peitoril e duas outras portas. As alas laterais voltadas para o jardim são idênticas à anterior, mas têm oito arcos, o quinto de acesso à galeria, e, no alinhamento dos arcos, rasgam-se, alternadamente, janelas jacentes e portas; no extremo esquerdo, abrem-se ainda duas pequenas janelas de peitoril em arco de volta perfeita, formando bíforas, com gelosias pintadas de verde. As galerias têm pavimento em cimento pigmentado e tecto de madeira. Fachada lateral esquerda voltada a NO., com um piso, rasgada por doze janelas jacentes, agrupadas duas a duas, e duas janelas de peitoril, com caixilharia de guilhotina, no corpo avançado. Fachada lateral direita, voltada a SE., com dois pisos, ambos rasgados por treze vãos agrupados dois a dois, excepto nos extremos, onde surgem isolados, correspondendo a doze janelas de peitoril e uma jacente, num dos topos, e no piso térreo a mais duas portas, de verga recta. O corpo avançado é rasgado, ao nível do piso térreo, por uma porta e quatro ou duas janelas de peitoril, e, ao nível do piso superior, por cinco ou três janelas de peitoril. Fachada posterior virada a SE., com dois pisos e três panos, o central ligeiramente avançado e interrompido ao centro por chaminé saliente e sobrelevada, que arranca ao nível do peitoril das janelas do primeiro piso, e assenta sobre cornija e duas mísulas de alvenaria. Este pano é rasgado, no piso térreo, por três janelas de peitoril largas e uma porta, e, ao nível do segundo, por seis janelas de peitoril, mas mais estreitas. No pano esquerdo abrem-se, em cada um dos pisos, dois módulos de três janelas jacentes, agrupadas, uma janela de peitoril isolada, e uma porta protegida por alpendre, encimada, no segundo piso, por duas janelas jacentes agrupadas. O pano direito é rasgado, em cada um dos pisos, por um módulo de duas janelas jacentes agrupadas, uma janela de peitoril isolada e dois módulos de três janelas jacentes, agrupadas, sendo uma do piso térreo uma porta. INTERIOR de dois pisos, o inferior de menor área e planta em L, limitando-se à ala lateral direita e à ala central, interligados por duas escadas, situadas uma por em cada uma das na ala central e a outra, na ala lateral direita, junto à fachada principal. No piso rebaixado da ala direita do U desenvolve-se ampla camarata, com falsas divisórias, pavimento em tijoleira e tecto plano; no topo SE. desta ala, ao fundo da camarata, existem instalações sanitárias e balneários e, no outro topo, salas de arrumos, sala de jogos, instalações sanitárias, as antigas instalações do guarda e do motorista, actualmente adaptadas a oficinas, e escada de acesso ao piso superior; esta tem dois lanços paralelos e patamares intermédios, com degraus em cantaria, guarda em alvenaria capeado a cantaria e corrimão em ferro. No piso térreo da ala central, destinada a serviços, situa-se a cozinha, despensas e zonas de frigoríficos, com acesso pelo exterior, através das portas que se abrem na fachada posterior, e pelo interior, a partir do piso superior, através de escada de três lanços, com patamares intermédios; a cozinha tem pavimento em borracha pivotada, bancadas em mármore e tecto plano. O piso superior tem planta em U, simétrica, com camaratas nas alas laterais, rectangulares, seccionadas por divisórias, com pavimento revestido a linóleo e tecto de madeira, de dois planos com travejamento à vista. No topo SE. das alas laterais, ao fundo das camaratas, existem instalações sanitárias e balneários; no outro topo, na ala esquerda, gabinetes da administração, quartos dos monitores e respectivas instalações sanitárias e balneários; na ala direita, existe uma sala de convívio grande, amplamente iluminada, com pavimento em tijoleira e tecto de dois planos sobre travejamento, em betão; instalações sanitárias e escada de acesso ao piso rebaixado. No corpo central, ao centro, fica o refeitório, rectangular, com azulejos de figura avulsa, policromos, formando silhar, pavimento em tijoleira e tecto plano, em madeira; possui três portas viradas à galeria exterior da fachada principal e uma porta nas paredes laterais, a da esquerda de acesso à escada de comunicação com a cozinha, no piso rebaixado, e a do lado direito de acesso a uma sala pequena.
Materiais
Estrutura em alvenaria rebocada e pintada; embasamento, cunhais, molduras, pilares das colunas da galeria e escadas em cantaria; cornija de betão; pavimento em tijoleira, cimento e cobertos com linóleo; tectos em madeira, estuque e betão; silhar de azulejos policromos ou monocromos nas paredes do refeitório, cozinha, instalações sanitárias e balneários; cobertura de telha.
Observações
* 1 - Esta duna foi objecto de estudo em Abril de 2006 no âmbito do projecto de investigação "Dunas Carbonatadas como indicadores Paleoclimáticos no Litoral de Portugal", do Centro de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, subsidiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. *2 - Entre o período de actividade da DGEMN, de 27 de Abril de 1928 a 27 Abril de 1953, realizaram-se obras de beneficiação, comparticipadas pelo Estado, pelo Fundo de Desemprego, através da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização.