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Câmara Municipal de Tomar

Câmara Municipal de Tomar

O ponto de interesse Câmara Municipal de Tomar encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais no municipio de Tomar e no distrito de Santarém.

Câmara municipal quinhentista, construída sobre o paço de D. Manuel executado no final do séc. 15, justificando a dimensão do edifício quando comparado com as suas congéneres da mesma data. Deste período restará a estrutura do edifício, com três corpos, cada um deles com a sua cobertura própria e os escudos na fachada principal. Foi remodelada em meados do séc. 17, tendo parte das verbas destinadas à Guerra da Restauração sido aplicados à finalização das obras. Desta data será a estrutura da fachada principal e a remodelação da posterior, que terá alguns arcos que poderão ser da primitiva construção quinhentista, talvez correspondente a uma loggia. Ao centro, os serviços e, nos corpos laterais, o açougue e a cadeia. Em 1740, foi remodelada internamente, com criação de várias divisórias. A sua dimensão levou a que, ao longo do tempo, estivessem nela vários serviços, nomeadamente no séc. 20, altura em que albergava, além dos serviços camarários, os tribunais, a cadeia, a Caixa Geral de Depósitos, Registos, tendo funcionando, no local, ainda outras dependências, como o açougue e a roda dos Expostos até 1873. De destacar a majestosidade da sua fachada principal, erudita, clássica, introduzindo um mezanino entre os dois pisos principais, a sua simetria perfeita, o recurso às janelas de sacada, as das fachadas laterais truncadas atualmente e transformadas em janelas de peitoril. Apresenta uma enorme zona de distribuição, iniciado no topo das estreitas escadas de acesso, com dois lanços divergentes a levar a uma ampla sala para onde abrem as portas das diversas dependências.

Planta retangular simples, de volume único, com cobertura homogénea em telhado de quatro águas, rematadas em beiradas simples, interrompido por chaminé. Evolui em dois pisos, com mezanino intermédio, definidos exteriormente por frisos de cantaria, com as fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais de cantaria, firmados por pináculos piramidais, a principal e a posterior dividida em três panos por pilastras, surgindo no topo das primeiras gárgulas de canhão, todas rematadas em frisos e cornijas. Os vãos possuem caixilharias de madeira e vidro simples, tendo portadas de madeira internas. Fachada principal virada a oriente, com o pano central marcado por três amplos arcos de volta perfeita, assentes em impostas salientes e emoldurados a cantaria, surgindo, nos panos entre cada um deles, apainelados retilíneos, correspondendo a antigos vãos entaipados, os inferiores encimados por lápides de cantaria com inscrições. Os três arcos acedem, através de três degraus, a uma galeria ampla, com coberturas em abóbadas de arestas, com arcos formeiros de volta perfeita, reforçadas por tirantes de ferro, tendo pavimento em cantaria de granito. Para esta, abrem quatro janelas retilíneas, do mezanino, e sete portas, as das ilhargas, de volta perfeita e, as demais, retilíneas, de acesso a dependências do piso inferior, a central de acesso ao mezanino, protegida por grades metálicas e encimada por lápide com inscrição; á segunda porta do lado direito, acede uma rampa. No piso superior, cinco janelas de sacada, com bacia em cantaria e guarda metálica, para onde abrem portas-janelas retilíneas, rematadas em frisos e cornijas, surgindo a encimar e a ladear a central, a Cruz de Cristo, o escudo de D. Manuel e a Esfera Armilar. Os panos laterais são semelhantes, cada um deles com janela de peitoril no registo inferior, surgindo duas no mezanino, todas retilíneas e com molduras simples; no topo, janelas de sacada, semelhantes às do pano central. Fachada lateral esquerda com três janelas de peitoril no piso inferior, uma de maiores dimensões, surgindo três no mezanino, a do lado esquerdo com pano de peito em cantaria, a que corresponde no piso superior, janelas de peitoril com remates em frisos e cornijas, possuindo pano de peito, que corresponderia aos vãos das antigas portas-janelas, de acesso às sacadas, entretanto entaipadas. Fachada lateral direita com três janelas retilíneas no piso inferior, a que correspondem duas no mezanino e, no topo, três semelhantes às da fachada oposta. Fachada posterior com três panos, o central com três pisos de sete arcadas de volta perfeita, assentes em impostas salientes, o do topo, entre dois registos cegos, definidos por frisos de cantaria. No piso inferior, as arcadas estão parcialmente entaipadas, com uma sequência de janela de peitoril e porta, duas de verga reta e a central ocupando todo o perfil do vão, protegidas por caixilharias metálicas. No registo correspondente ao mezanino, as duas arcadas de cada extremo estão entaipadas, surgindo as centrais protegidas por vidro. No topo as sete arcadas estão protegidas por vidro. Sobre o remate, sineira de volta perfeita, assente em impostas e rematada por cornija de perfil contracurvo, de inspiração borromínica. O pano do lado esquerdo, tem uma janela em cada piso, a do piso inferior, descentrada e, a do topo, semelhante às das fachadas laterais. O pano do lado direito é cego. INTERIOR com escadas centrais em cantaria, que acedem ao mezanino, criando um patamar, de onde saem dois vãos de circulação e dois lanços de escadas divergentes, de acesso ao piso superior. Esta galeria tem cobertura de madeira em masseira. O piso inferior tem, na fachada posterior, ampla sala de duas naves com abóbadas de arestas. Salão nobre com as paredes rebocadas e pintadas, teto em masseira e pavimento em soalho.

Materiais

Estrutura em alvenaria e cantaria, rebocada e pintada; modinaturas, cunhais, gárgulas, pináculos, pilastras, pia, escadas e pavimentos em cantaria de calcário; portas, portadas, coberturas e pavimentos de madeira; portas metálicas; caixilharias de madeira e alumínio lacado, com vidro simples; cobertura em telha cerâmica.

Observações