Arquitectura agrícola, manuelina. Conjunto arquitectónico de carácter misto, com piso térreo destinado a moinho e o piso superior adaptado a zona de lazer, rasgado por 3 janelas geminadas, de verga golpeada manuelina e características mudéjares.
Planta longitudinal, composta; volumes articulados com cobertura em telhado e em terraço, adaptando-se à inclinação do terreno. A estrutura edificada, de 2 pisos, assenta num maciço de cantaria e de alvenaria de pedra, reforçado por 3 contrafortes, nos alçados virados ao leito da ribeira, a S. e a E.; a fachada S. é vazada por arco redondo no piso térreo, por janela de verga golpeada, outrora mainelada, abrindo para terraço; a fachada E. é rasgada a nível do piso superior por janela com o mesmo recorte, partida a meio por colunelo em mármore; na fachada N. uma janela idêntica; no ângulo formado pelas fachadas S. e O. um vão entaipado, assinalado por arco rebaixado sobre pilastras. INTERIOR: no piso térreo, várias divisões intercomunicantes, com arcos de suporte do piso superior, onde funcionaram os armazéns e a zona de moagem. No piso superior a zona residencial construída por 3 divisões intercomunicantes, rasgadas por janelas geminadas nos alçados S., E. e N.; nichos contínuos rasgam as paredes; uma imponente lareira no local da antiga cozinha.
Materiais
Estrutura em alvenaria de pedra e de tijolo; cobertura em telha cerâmica; mármore nos colunelos.
Observações
Funcionamento do moinho: a água, conduzida pela levada, passava por baixo de uma ponte e entrava, do lado N., por 2 seteiras que a injectavam nos rodizios de madeira; no piso dos engenhos (r/c) uma tremonha continha o cereal e as quelhas levavam-no aos 2 pares de mós. Recentemente foram instalados mecanismos adicionais de moagem no piso superior, visando a adaptação à moagem de ramas, mais económica, além de um motor eléctrico para accionar o moinho durante o verão.