Necrópole de inumação individual em sepultura plana, em cista, contendo um recipiente do tipo largo bordo horizontal comum a outros contextos funerários com distribuição na área do Minho e Douro Litoral datáveis da primeira etapa da Idade do Bronze Final (séc. 13 - 12 a.C.). O concelho de Esposende apresenta um conjunto de 4 necrópoles datadas da Idade do Bronze Final mostrando uma clara uniformidade morfológica dos seus enterramentos.
Sepulturas de inumação individual em cista do Bronze Final, que forneceram vasos do tipo largo bordo horizontal.
Materiais
Observações
O núcleo mais importante da Necrópole do lugar do Monte apareceu em 1939, na Agra de Antas. Era constituído por um número indeterminado de sepulturas de inumação com caixas de lousas. Alfredo Ataíde e Carlos Teixeira noticiaram amplamente o achado, com particular minúcia para o estudo dos restos osteológicos, sempre raros no Norte de Portugal. Segundo os autores devem ter sido abertas mais de 12 sepulturas trapezoidais, algumas de pequenas dimensões. Estavam espalhadas, aparentemente sem orientação uniforme a 20/30 cm de profundidade, o que facilitou a destruição de algumas. Por fotografias, e como é ainda hoje confirmado pela memória das pessoas que presenciaram o acontecimento, sabemos que os enterramentos estavam cobertos ora por uma ora por várias lousas, pousadas sobre outras semelhantes que formavam as paredes laterais da caixa. Estes materiais vêem-se hoje nas paredes das casas do local. O fundo era coberto por areia de praia, sobre ela foi colocado o morto em decúbito dorsal, acompanhado por um vaso cerâmico pousado ao lado da cabeça e, caso houvesse outros, estes aos lados dos pés. As dimensões de uma das sepulturas trapezoidais eram 1,87 m de comprimento, por 0,45 m de largura na cabeceira e 0,36 m nos pés, e 0,36 m de altura. Os vasos cerâmicos recolhidos deram entrada no Instituto de Antropologia Dr. Mendes Correia (Porto), mas não se encontram identificados por enterramentos, o que impede hoje a reconstituição de conjuntos. São feitos à mão, têm superfícies acastanhadas e, na maioria dos casos, com vestígios de fuligem. A forma é do tipo largo bordo, chapéu invertido ou largo bordo horizontal, isto é, de copa esférica ou hemisférica com ou sem asa e aba, quando decorada, com motivos metopados ou em espinha obtidos por incisão ou brunimento. Apenas um vaso tem a forma de um copo alto de pequena aba e fundo plano.