Ponte pênsil em ferro, de construção oitocentista, a primeira ponte metálica sobre o rio Douro e construída por empresas estrangeiras, de que subsistem apenas os pilares de suporte numa das margens, tronco-piramidais, entre os quais se incorpora pano de muro, com varanda de sacada ao nível do segundo registo.
Da ponte pênsil subsistem apenas os pilares da margem N. do rio, tronco-piramidais, em aparelho isódomo, com 18 m de altura, rematados por cornija moldurada decorada inferiormente por denticulado e coroados por esferas de cobre sobre base quadrangular escalonada. Nas faces S., voltadas ao rio, sob a cornija, rasgam-se pequenos vãos retangulares jacentes, por onde passavam os cabos que se apoiavam na parte central das torres e que suportavam o tabuleiro da ponte. Entre os pilares, ligando-os, existe pano de muro correspondente à fachada da antiga casa da guarda, rematada em platibanda. Apresenta dois registos rasgados por vãos de verga reta, sendo os do segundo registo de sacada corrida, protegida por guarda em ferro. Na parte posterior deste, ligado por passadiço, servindo de miradouro, existe pilar-encontro de planta oval, em cantaria, com guarda também em cantaria, e com acesso pelos vãos térreos, através de escadaria e por escada que se desenvolve lateralmente ao pilar O..
Materiais
Estrutura em cantaria de granito; guarda da sacada em ferro; esferas de remate dos pilares em bronze.
Observações
*1 - DOF: 2 Pilares que sustentavam a Ponte Pênsil. *2 - Apesar da denominação oficial de Ponte D. Maria II, a ponte ficou conhecida como Ponte Pênsil, por estar suspensa de oito grossas correntes, feitas de fios de arame de ferro, queimado, e coberto de uma espessa crosta de verniz que o preservava da corrosão. A ponte elevava-se a 10 m de altura sobre o rio, tinha de comprimento 170,14 m e de largura 6 m, com passeios laterais, cada um deles com 1 m de largura. O tabuleiro era sustentado por quatro pilares de granito, dois em cada uma das margens, tendo os da margem S., em Vila Nova de Gaia, sido apeados e desconhecendo-se o seu destino. Entre os pilares, nas duas margens, estava incorporada uma casa de dois pisos, abrindo o inferior diretamente para a ponte por três portas, e o superior para uma varanda com balaustrada de ferro fundido. Na casa da margem do Porto, o nível inferior serviu de quartel da guarda militar. Estas casas, além de contraventarem as torres, contribuíam também para a estabilidade das escarpas marginais no local das ancoragens.