Arquitetura militar, para defesa da costa atlântica, seiscentista. Pequena fortificação de planta trapezoidal, protegida por cortinas inclinadas, com quatro guaritas pentagonais nos ângulos exteriores do recinto principal. Face NE., formada por dois meios-baluartes unidos por uma cortina onde se rasga a porta principal em arco de volta perfeita, encimada por pedra de armas. Na face voltada ao mar, apresenta três redentes, um em cada extremo e um terceiro ao centro, seguida por uma plataforma mais baixa, de planta trapezoidal, que une os redentes. Interiormente Alberga algumas construções de apoio à polícia marítima. A construção do primeiro forte de Leça da Palmeira inaugurou um novo modelo arquitetónico, de pequenas fortificações marítimas, que representaram um avanço no sistema de defesa e vigia da linha defensiva da costa atlântica no entre Douro e Minho, exercendo uma forte infuência sobre as posteriores construções marítimas, que se registaram no norte de Portugal.
Fortaleza de planta trapezoidal, rodeada por fosso exceto na face voltada ao mar. Panos em alvenaria de granito em fiadas regulares, em talude, rematados por friso torneado, sobrepostos por parapeito em aparelho irregular, tendo nos quatro ângulos guaritas facetas, pentagonais, rasgadas nas quatro faces por pequenas aberturas retangulares, rematadas por cornija arredondada e cobertura em cúpula, boleada no topo, assentes sobre mísulas de secção triangular, formadas por toros escalonadas, adossados aos cunhais. Face principal virada a NE., formada por dois meios-baluartes unidos por uma cortina onde se rasga a porta principal em arco de volta perfeita, inserida em moldura retangular, de aduelas regulares, fendidas, com impostas salientes, encimada por friso e cornija, coroada por cartela volutada, onde surge pedra de armas, ladeada por duas volutas laterais e pináculos paralelepipédicos boleados. Ladeiam os pináculos dois sulcos verticais reforçados por moldura de ferro, de onde pendem as correntes de sustentação da ponte levadiça que permite o acesso ao interior, vencendo o fosso seco. No flanco dos meios-baluartes, rasgam-se duas canhoeiras para proteção da zona da entrada. Na face voltada ao mar, apresenta três redentes, um em cada extremo e um terceiro ao centro, seguida por uma plataforma mais baixa, de planta trapezoidal, que une os redentes. É rasgada por por porta em arco abatido e janela de verga reta. INTERIOR: pela porta acede-se a pequeno túnel coberto por abóbada de berço, rasgado lateralmente por três seteiras de cada lado, que conduz ao recinto superior onde se distribuem algumas construções rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados, rasgadas por vãos de verga reta com molduras de granito.
Materiais
Estrutura em cantaria de granito aparelhado; pavimentos em lajes de pedra e madeira; paredes interiores rebocadas e pintadas de branco; tetos em madeira; coberturas em telha sobre vigamento de madeira; molduras de portas e janelas em granito; portas e caixilharias de janelas em madeira; janelas com vidro simples.
Observações
*1 - Foram construídas duas fortificações, relativamente próximas, num curto espaço de tempo, em Leça da Palmeira, tendo inclusive tido serventia militar as duas em simultâneo, e chegado até ao início do séc. 20 os vestígios do primeiro forte.