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Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

O ponto de interesse Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa encontra-se localizado na freguesia de Alvalade no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura educativa, do séc. 20. Edifício construído para instalar a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de planta rectangular irregular, desenvolvido em torno de quatro pátios. Fachadas principais destacadas por pórticos sem entablamento e composição geral baseada na simetria e regularidade dos seus elementos, jogando com as formas e os volumes, onde surgem paramentos lisos rasgados por vãos rectos, existindo, por vezes, o aproveitamento da estrutura, numa rede de pilares e vigas, com enchimento de paredes em planos recuados, particularmente visível no corpo E.. Distribuição espacial interna organizada em função de amplos espaços vestibulares, de duplo pé direito e de dois pátios interiores gerando uma compartimentação por pisos e alas funcionais, com os serviços de direcção e administrativos no piso nobre, com as reprografias e bares no piso inferior e salas de aulas no superior, onde ficava a biblioteca, fortemente iluminada lateral e frontalmente. Trata-se de uma edificação que integra o núcleo fundador da Cidade Universitária de Lisboa, que permitiu o início da fixação da UL na zona. É indissociável do conjunto no seio do qual foi projectado, que integra a Reitoria e a Faculdade de Direito, concebido por um dos arquitectos que mais laborou ao serviço das Obras Públicas do Estado Novo, todos derivados de um programa delineado pela Comissão Administrativa das Novas Instalações Universitárias, pelo ministro Duarte Pacheco e pelo atelier Pardal Monteiro. Neste âmbito, não são de descurar as obras de arte integradas da autoria de um conjunto de artistas representativos desse período, com encomendas a artistas consagrados como Almada Negreiros, Lino António e Leopoldo de Almeida. É um dos edifícios votados ao ensino superior universitário que foi levantado durante a vigência do regime, fora de Coimbra, o que o torna num elemento patrimonial e memorial que importa preservar e divulgar.

Complexo *2 composto por quatro edifícios, dois deles articulados: o principal e um núcleo de construção mais recente, surgindo, a N., o corpo da biblioteca e a O. o corpo do denominado Pavilhão Novo. CORPO PRINCIPAL forma planta rectangular irregular, pelo prolongamento de alguns dos seus volumes, desenvolvendo-se em volta de quatro pátios, os do lado E. abertos, estando o SE. fechado por muro de cantaria de calcário, sendo estes pátios as fontes de luz dos corredores de circulação, através de janelas ou de tijolo de vidro. Os frontais encontram-se fortemente arborizados, surgindo, no centro do situado no lado esquerdo, um pequeno lago. Os corpos têm disposição horizontal de massas, evoluindo em quatro pisos, com coberturas escalonadas e diferenciadas, planas e praticáveis. Composição geral das fachadas segundo o princípio da simetria e da regularidade, com elementos comuns, como os socos de pedra, seguido de paramentos rebocados e pintados, sobre os quais se abrem fenestrações regulares, de vãos rectos emoldurados a cantaria e com caixilharias de alumínio, sendo rematadas em frisos de cantaria pouco saliente. Na maior parte dos corpos apresentam uma composição de retículas de pilares e vigas, com panos ligeiramente recuados e rasgados por janelas, ou utilizando superfícies envidraçadas para marcar a presença de espaços fundamentais e mais amplos. A fachada principal, virada a S. recebe tratamento mais apurado, quer na concepção arquitectónica quer nos materiais e recursos decorativos utilizados, sendo antecedida por escadaria de cantaria, que acede ao pórtico, composto por pilares de secção rectangular revestidos a granito róseo, polido e com tecto em caixotões, tendo as paredes revestidas a cantaria de calcário que constituem suporte para composições figurativas policromas, segundo a técnica do desenho inciso. Porta de entrada centralizada, formando extensa superfície envidraçada, com piso superior sublinhado pelos vãos envidraçados da antiga biblioteca. INTERIOR com as áreas funcionais bem definidas, organizadas a partir de amplo vestíbulo central (Passos Perdidos), dividido em três naves por colunas cilíndricas, com pavimento em calcário de várias tonalidades e cobertura em caixotões amplos, rebocados e pintados de branco. As naves laterais abrem para os pátios e, a do lado esquerdo, para uma pequena escada que permite a ligação à Secretaria, dependências dos Concelhos Científico e Directivo e a escadas secundárias de acesso ao piso superior. A partir do corredor da Secretaria, acede-se a novas escadas e ao elevador de serviço. A nave central do vestíbulo liga a ampla escadaria de acesso ao corredor principal do edifício, a partir do qual se acede, novamente por escadaria, ao Anfiteatro I, e às alas laterais, situando-se, nos extremos, escadas de acesso aos demais pisos. No lado esquerdo, situa-se um terceiro pátio interno fechado. No piso inferior, situam-se os bares, os serviços de reprografia, a sala de audiovisuais e, nos extremos, várias salas de aula. No piso intermédio, os anfiteatros e grande parte dos departamentos e institutos da Faculdade, a Sala de Mestrados e de reuniões, bem como o acesso ao novo corpo situado a N.. Nos pisos superiores, salas de aula. O grande anfiteatro central (anfiteatro 1) mantém a sua estrutura com o palco de madeira ao centro. Sobre este encontra-se uma mesa e tem a particularidade o facto de possuir uma régie no piso superior. O inclinado anfiteatro mantém as bancadas de madeira com assentos para o público, que também se encontram no anfiteatro 2. A área deste último é consideravelmente menor, albergando uma audiência mais restrita. Difere também pelo facto de o chão estar coberto com tacos de madeira, estando as bancadas, à semelhança do grande anfiteatro, agrupadas em duas filas. CORPO NE. de planta rectangular, com um dos lados arredondados, evoluindo em dois pisos, com as fachadas revestidas a cantaria e marcado por amplas molduras que enquadram os vãos envidraçados. No INTERIOR, situam-se vários anfiteatros e salas de aula. Este corpo liga-se, através de uma parede ao corpo da BIBLIOTECA, de planta em U irregular, totalmente revestida a cantaria, excepto nos pisos inferiores, que marcam os espaços comuns, de trânsito e de leitura, e o pano das escadas, no extremo SE. do edifício. Alberga também a Mapoteca, anfiteatros e gabinetes diversos. Surge um quarto corpo, o PAVILHÃO NOVO, de planta rectangular, desenvolvido em torno de pátio interno.

Materiais

Estrutura em betão armado, com elementos em calcário, mármore e granito; coberturas, pavimentos, mobiliário em madeira; janelas em vidro com caixilharias de alumínio anodizado na cor natural; tectos em estuque e gesso.

Observações

*1 - Classificação conjunta do Edifício da Reitoria da Universidade de Lisboa (v. IPA.00007780), Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (v. IPA.00014260) e Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (v. IPA.00014259). *2 - esta ficha tem correspondência às fichas de inventário da Universidade de Lisboa (UL): UL_FL_IM001; UL_FL_IM002; UL_FL_OBJ001; UL_FL_OBJ002; UL_FL_OBJ003; UL_FL_OBJ004; UL_FL_OBJ005; UL_FL_OBJ006; UL_FL_OBJ007; UL_FL_OBJ008; UL_FL_OBJ009; UL_FL_COL001; UL_FL_COL002; UL_FL_COL003; UL_FL_COL004; UL_FL_COL005.