Fonte de espaldar, barroca, inserida em espaço fechado, desnivelado, com dois outros tanques de recepção e condução da água. A fonte própriamente dita, tem parte central de arco pleno elevado e remate ondulado interrompido. Panos laterais simétricos, rematados por espaldares elevados com volutas e frontão curvo ondulado. Vão central destacando o conjunto, tanque bica e nicho. Bica-carranca, decorada com formas curvas e vegetalistas. Tanque adossado em forma de vieira de bordo curvo.
Fonte de espaldar, em cantaria, orientada a S., delimitada por muros perpendiculares rebocados e pintados de amarelo, com bancos de cantaria adossados apoiados em cachorros com volutas. O espaldar com cornija saliente subdividido em três panos separados por pilastras é interrompido ao centro por um vão elevado de arco pleno e remate ondulado interrompido. Os panos laterais, simétricos, são rematados por espaldares elevados, com volutas e frontão curvo ondulado. A ladear cada um destes espaldares plintos paralélipipédicos. Inserido no vão central, ao eixo, ligeiramente destacado o conjunto do tanque, bica e nicho. A bica- carranca, com uma imagem de referências orientais, decorada com formas curvas e vegetalistas, ladeada por volutas onduladas brota água para um tanque adossado em forma de vieira, de bordo curvo. A superfície exterior do tanque, estriada, apoia num cubo em cantaria. Superiormente um peitoril saliente de bordo curvo serve de apoio a um pequeno nicho sem imagem ladeado por pilastras, onde se sobrepõem lateralmente volutas relevadas. A cobertura do nicho em forma de cúpula é encimado por frontão curvo contracurvado. Nos dois panos laterais destaca-se ao eixo, a meia altura e inserido num plano ligeiramente reentrante uma mísula de granito tipo peanha. Numa cota inferior desenvolve-se um outro espaço limitado por muros de alvenaria de granito aparente onde se destacam dois tanques, com água proveniente da fonte espaldar. O primeiro tanque adossado a um muro ladeado por duas escadarias, constitui-se numa pia de forma rectangular, de bordo liso com água proveniente de uma bica saliente em granito. No mesmo alinhamente adossado a um desnível de dois degraus insere-se o segundo tanque rectangular de maiores dimensões embutido no terreno. Mais à frente a limitar este espaço um muro de alvenaria rebocado de remate ondulado ao centro e com dois vãos nos extremos de arco pleno. Desta plataforma emerge uma árvore junto ao tanque.
Materiais
Espaldar, tanque, bancos em cantaria de granito; paredes de alvenaria de granito rebocadas; revestimento de pavimento em lajeado de granito ou terra batida.
Observações
Julga-se que esta Fonte será a referida como "Fonte dos Fogueteiros" por B. Xavier Coutinho e dada como inexistente no seu livro "Fontes e Chafarizes do Porto". Esta suposição tem em conta o facto da designação de algumas fontes estar relacionada com a toponímia dos locais de implantação. Dado que actualmente e também como se constata na Planta de Telles Ferreira de 1892, a R. que lhe permitia o acesso era a R. dos Fogueteiros e o desenho de implantação e enquadramento é o que se verifica na actualidade. Talvez pelo facto da área da quinta das Virtudes ter estado num abandono total quase durante meio século, esta fonte por falta de uso e consequentemente estar invadida por vegetação, não apareceu nas plantas posteriores da Cidade do Porto e como tal era dada como desaparecida. Em contactos recentes com os Serviços da Câmara não foi possível obter dados históricos sobre a mesma, sabendo-se apenas que durante as obras de recuperação muitas das pedras estavam dispersas pelos terrenos envolventes.