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Aldeia Histórica de Linhares

Aldeia Histórica de Linhares

O ponto de interesse Aldeia Histórica de Linhares encontra-se localizado na freguesia de Linhares no municipio de Celorico da Beira e no distrito de Guarda.

Núcleo urbano sede de freguesia. Povoação situada em encosta. Vila medieval de jurisdição régia e posterior jurisdição senhorial, mais tarde integrada na Casa do Infantado, com castelo e expansão quinhentista. Tecido urbano inscrito num perímetro triangular referenciado a três largos de raiz medieval, polarizados por igrejas. Estruturada por três eixos viários principais (Rua Direita, Rua da Igreja, Rua da Procissão), dois convergentes no Largo da Igreja e outro perpendicular aos anteriores. O Largo da Praça ou do Pelourinho forma-se pelo alargamento do eixo principal mais periférico. Estrutura parcelar homogénea nas frentes principais e incluindo amplos logradouros nas vias secundárias. O tecido construído é dominado pelo tipo construtivo beirão: casas de dois pisos com diferenciação funcional, planta rectangular concentrada e telhado de duas águas. O acesso à habitação é feito através de escadas exteriores de lanço único e patamar simples ou escada interior em madeira. Presença de numerosos vãos biselados ou com decoração manuelina. Povoação separada do Castelo por um terreiro e desprovida de cerca urbana. À partida, o castelo constituía um recinto exclusivamente militar, atendendo ao facto da igreja matriz medieval se situar extra-muros; contudo, é de admitir por hipótese que o primeiro recinto do castelo tenha de algum modo integrado uma zona urbana civil, o que apenas poderá ser esclarecido através de uma intervenção arqueológica. Conserva o acesso romano-medieval. Base topográfica irregular, impondo a presença de rochedos. Recurso a escadas e passadiços. Quarteirões periféricos unidos aos prédios rústicos. Lg. da Praça integrando preexistência medieval, o Forum utilizado nas reuniões municipais. Conserva casas judaicas, dois arcos supostamente pertencentes à judiaria e numerosas janelas manuelinas. Implantação periférica dos solares tardo-barrocos. O topónimo Linhares deriva do vocábulo latino Linares, tal como é citada nos forais, designação relacionada com a presença de campos de linho.

Estrutura urbana: a mancha construída encontra-se orientada a S. e organiza-se no sopé do Castelo, comunicando com este através do Lg. do Corro, apenas separado do Lg. da Igreja por um quarteirão. Apresenta uma malha concentrada e relativamente densa, inscrita num perímetro triangular cujos vértices têm como referência três espaços significativos: o Lg. da Igreja, o Lg. da Misericórdia e o Lg. de São Pedro. Estrutura-se a partir de três eixos principais: a R. Direita e a R. da Igreja, vias paralelas que partem do Lg. da Igreja e que se dirigem para a periferia, onde entroncam com a R. da Procissão. Esta última integra, mais ou menos a meio, o Lg. da Praça ou do Pelourinho, permitindo articular uma rede de acessos transversais desde a zona baixa ( Lg. da Misericórdia e calçada romano-medieval ) ao denominado Cimo da Vila ( Lg. de São Pedro ). Devido aos acentuados desníveis topográficos observa-se o frequente recurso às escadas, sobretudo nas vias mais estreitas. Contam-se ainda dois exemplos de uma outra solução urbana tradicional, os passadiços lançados sobre o espaço público. O tecido assim estruturado é composto por quarteirões de forma irregular e de dimensão considerável, à excepção dos espaços mais fortemente marcados por pequenas travessas. Nos limites da povoação verifica-se que os quarteirões perdem a sua definição formal, vinculando na mesma unidade prédios urbanos e rústicos. Integram, frequentemente, enormes rochedos graníticos, que por vezes avançam sobre o espaço livre, introduzindo diversas inflexões nos percursos ( exemplo: R. dos Penedos ). Tecido construído: o tipo dominante refere-se à casa de dois pisos com diferenciação funcional, apresentando planta rectangular concentrada e formando um volume compacto, coberto com telhado de duas águas. No piso térreo localiza-se a loja, fazendo-se o acesso ao andar através de uma escada exterior, de lanço único, sem guardas e com patamar simples, sendo raro o balcão alpendrado. Esta escada, embora geralmente paralela à fachada, rompe o contorno linear da via. O acesso ao piso superior regista uma variante: a escada interior em madeira. A habitação, situada no 2º piso, compreende a cozinha sem chaminé, que tende a coincidir com a zona de estar, e um número variável de alcovas. A fenestração reduz-se às aberturas essenciais, apesar da existência de um importante conjunto de janelas quinhentistas ornamentadas, de casas com signos judaicos e de numerosos vãos com os elementos estruturais biselados ou moldurados.

Materiais

Não aplicável

Observações

Toponímia: Lg. da Igreja, Lg. do Corro - Terreiro do Castelo, Lg. de São Pedro, Lg. da Praça - Pelourinho, Lg. da Misericórdia, R. Direita, R. da Igreja, R. Principal, R. do Castelo, R. da Procissão, R. dos Penedos, R. do Cimo ou do Outeiro, R. do Arco, R. do Passadiço, R. de São Pedro, R. da Cadeia, R. do Campo, Estrada dos Almocreves.