Arquitectura infraestrutural, islâmica. Poço-cisterna almóada, edificado junto às muralhas e torreões, testemunhando a reforma urbanística então ocorrida em Silves; o espólio proveniente do local (tardo-romano e visigótico-bizantino) testemunha a continuidade de ocupação durante a Alta Idade Média (GOMES, 2002). Apresenta remotas semelhanças com a cisterna romana de Tuna al Gabal, a Sul do Cairo, que apresenta igualmente uma escadaria espiralada com 14m de profundidade. Poço islâmico muito bem conservado equipado com cisterma, constituindo obra rara, mesmo em meios urbanos islâmicos, pela presença da escadaria espiralada de acesso ao interior; os outros poços de abastecimento de água, existentes em Silves, como as cisternas do Castelo (v. PT0508130700029) e a Cisterna da R. do Castelo (v. PT050813070060), apresentam características diferentes. O espólio encontrado constitui o mais homogéneo núcleo cerâmico baixo-medieval da cidade.
Poço de planta circular, construído em blocos de grés, dispostos em fiadas horizontais e ligados com terra *1; tem 2,45m de diâmetro e c. de 18m de profundidade; é envolvido por escadaria espiralada, coberta por abóbadas de tramos segmentados, que chega quase até ao fundo, comunicando com o interior do poço por 3 vãos abobadados; apresenta uma largura média de 1,20m X 2,20m c; 3 janelas, rasgadas a diferentes níveis, permitem o acesso à água de acordo com os níveis de enchimento do poço e um maior arejamento da água.
Materiais
Grés de Silves
Observações
*1 - o aparelho parece ter sido concebido para ser argamassado e coberto com solução de estuque e de cal, de que restam alguns vestígios.