Arquitectura religiosa, vernácula e maneirista. Capela alpendrada de planta longitudinal simples, interiormente com iluminação unilateral e com tecto de madeira. Fachadas em cantaria aparente, a principal terminada em empena e rasgada por portal de verga recta precedida por alpendre sobre pilares e mísulas. Fachadas laterais terminadas em cornija, a esquerda rasgada por fresta e a oposta cega, tal como a posterior, que termina em empena. No interior possui retábulo-mor com possível estrutura maneirista, mas pinturas do séc. 20, revivalistas e com mesa de altar rococó. Fonte maneirista tipo nicho, de planta rectangular e corpo em cantaria aparente, com face frontal terminada em cornija, e vão em arco de volta perfeita, interiormente com abóbada de berço e tanque rectangular.
CAPELA de planta longitudinal, composta por alpendre e nave, formando volume único, com cobertura homogénea em telhados de duas águas. Fachadas em cantaria de granito, aparente, as da nave terminadas em cornija, lateralmente sobreposta por beirada simples e posteriormente alteada por parede rebocada e pintada de branco, também rematada em beirada simples. Fachada principal virada a O., com o alpendre apoiado em dois pilares quadrangulares, o da esquerda tendo na face interna a inscrição A. 1727, e duas mísulas; aos pilares adossam-se muros, fechando parte das faces laterais, interiormente possuindo bancos de pedra, surgindo junto ou adossado, a cada um dos muros, marco miliário inscrito. No banco do lado esquerdo apoia-se púlpito de bacia rectangular, assente em base cilíndrica, e com guarda em ferro. Pavimento do alpendre em cimento e tecto em madeira. A nave termina em empena, está parcialmente rebocada e pintada de branco, com cunhais em cantaria e é rasgada por portal de verga recta e moldura simples. Fachada lateral esquerda rasgada por fresta e a oposta cega, tal como a fachada posterior, que termina em empena. INTERIOR com pavimento em lajes de cantaria, paredes rebocadas e pintadas de branco e tecto de madeira, em masseira, com travejamento, pintado de azul. Sobre supedâneo com acesso por dois degraus, surge o retábulo-mor, de planta recta e três eixos definidos por falsas pilastras, assentes em plintos paralelepipédicos pintados com flores; cada um dos eixos possui painel pintado com Santa, o central integrado em moldura curva encimada por apainelado; sotobanco com predela pintada com três Santas. Sobre o retábulo existe painel, formando baldaquino. A parede testeira, enquadrando o retábulo, possui apainelados pintados com ramos de flores, seccionado por falsa pilastra pintada com flores, sobre plintos paralelepipédicos com flores; no alinhamento da predela tem festões pintados. Inferiormente corre friso pintado com elementos fitomórficos. Mesa de altar paralelepipédica, com frontal pintado em marmoreados fingidos, bege e azul e dourado, marcando sanefa, decorado por elementos vegetalistas e cartela recortada e concheada. Na parede do lado da Epístola existe sanefa com lambrequim pintada a marmoreados fingidos. CRUZEIRO composto por soco de planta rectangular, plinto paralelepipédico de faces decoradas com almofadas rectangulares ou ovais, estas com inscrições muito delidas, e de topos com chanfro; possui orifício para encaixe do fuste da cruz, de braços quadrados, lisos. FONTE de planta rectangular, com corpo tipo nicho, em cantaria de granito aparente e juntas cimentadas. Face frontal terminada em cornija recta e rasgada ao centro por vão em arco de volta perfeita, assente nos pés-direitos, possuindo interiormente cobertura em abóbada de berço e, inferiormente, ocupando toda a sua largura, tanque rectangular; sensivelmente a meio existe mísula com bica, actualmente um cano metálico.
Materiais
Estrutura em cantaria de granito aparente ou reboada e pintada; pilares, púpito, fonte e pavimento da capela em cantaria de granito; vidros simples; portas de madeira; guarda do púlpito em ferro; pavimento cerâmico no anexo; cornija de betão no anexo; cobertura de telha.
Observações
A capela ergue-se próximo do antigo percurso da via romana das Minas. Um dos marcos miliários é dedicado a Marco Aurélio. Em 1886 Pinho Leal refere que em 1738 existiu na povoação de Vila de Frade, junto à igreja, não sabendo se ainda existia, um padrão redondo com a seguinte inscrição: IMP. CAES M AUR CA RINO.... P. F. AUG FR P.... PP., cuja tradução é: "Esta memória se dedicou ao Imperador Cesar, Marco Aurélio, Carino. Pio, Felix, Augusto, do poder tribunicio, pae da pátria".