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Igreja de Santa Isabel

Igreja de Santa Isabel

O ponto de interesse Igreja de Santa Isabel encontra-se localizado na freguesia de Campo de Ourique no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Igreja paroquial, rococó, pombalina, neoclássica, apresenta uma planta longitudinal, de nave única e capela-mor abobodadas com muros laterais e de topo definidos por dois registos - piso térreo rasgado por arcaria de volta perfeita a inscrever retábulos em talha dourada que integram, pintura sobre tela e nível superior marcado pela abertura de janelas iluminantes. Retábulo-mor em talha dourada com colunas de fuste canelado, vazado ao centro por camarim a albergar trono. Igreja de grandes dimensões, tendo em conta a data da sua edificação, que, apesar de apresentar afinidades com outras igrejas paroquiais mais ou menos coevas (como as da reconstrução pombalina), designadamente a nível das opções planimétricas, constitui-se como objecto excepcional precisamente pelas dimensões que possui.

Planta longitudinal composta pela justaposição de dois rectângulos (nave e capela-mor), volumes articulados, sendo a cobertura efectuada por telhado a duas águas e em coruchéu bulboso. Alçado principal a sudeste, composto por três corpos, dos quais se demarca o corpo axial: ligeiramente avançado relativamente aos que o ladeiam e delimitado por cunhais, apresenta pano de muro tripartido pela presença de pilastras de cantaria. O módulo central é rasgado a eixo por portal de verga recta - com ombreiras em cantaria a simular aparelho de silharia fendida e verga definida por frontão triangular interrompido por cartela recortada em cantaria, decorada com putto e legenda em latim *1 - encimado por janelão iluminante de verga semicurva, delimitado por painel de cantaria, recortado na base. Os módulos laterais, idênticos, apresentam uma organização e tratamento dos vãos análoga mas mais simplificada, portais mais estreitos e baixos e remate definido por frontão triangular, encimados, respectivamente, por uma janela quadrada e outra, ao nível da janela iluminante, de peito e verga recta destacada. O corpo é superiormente rematado por frontão triangular (perfurado por óculo ao centro) precedido pela sugestão de uma arquitrave e com base a acompanhar, ao acentro, o perfil da janela iluminante. Os corpos laterais iguais, correspondem ambos a torres, de planta quadrada, que apresentam, ao nível do remate do corpo axial quatro ventanas sineiras, superiormente rematadas por coruchéu bulboso com fogaréus nos extremos. INTERIOR: com duas entidades espaciais, nave e capela-mor, ambas de cobertura diferenciada em abóbada de berço - exibe nave única com muros laterais e de topo compostos por dois registos separados por cornija continuada em cantaria, podendo reconhecer-se nível térreo, rasgado, de cada lado, por retábulos em talha dourada e marmoreada com pintura sobre tela, inscritos em arcos de volta perfeita *2 em cantaria, e nível superior animado por janelas iluminantes de verga recta. Do lado do Evangelho, presença de púlpito de planta curva articulado com guarda voz. Adossado à face interna da fachada, presença de coro-alto, com guarda em balaustrada de cantaria, suportado por tripla arcaria em abóbada de aresta suportada por pilastras de cantaria. Precede a capela-mor, arco triunfal alteado em cantaria, superiormente rematado por frontão interrompido por cartela decorativa e delimitado por dois altares colaterais. A capela-mor, profunda, exibe cobertura perfurada por janelas iluminantes e decorada com estuques em baixo-relevo. No muro de topo, observa-se retábulo em talha dourada, definido por duplas colunas de fuste canelado e capitéis coríntios, vazado ao centro por camarim a albergar trono (ostenta figuração escultórica em madeira, de Santa Isabel) e superiormente rematado por frontão curvo interrompido por resplendor ladeado por anjos tenentes.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos

Observações

*1 - Beatae Elisabeth Lusiteniae Reginae Feb. XXIV era DCCC LXXV). *2 - excepto o 1º arco do lado da Epístola, que integrava a antiga capela do Santíssimo. * 3 - a identificação das autorias deve-se a Norberto de Araújo.