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Edifício Irene Rolo

Edifício Irene Rolo

O ponto de interesse Edifício Irene Rolo encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago) no municipio de Tavira e no distrito de Faro.

Arquitectura residencial, renascentista, barroca, oitocentista. Edifício renascentista de três pisos com fachada principal urbana, equilibrada, com portal axial munido de frontão curvo, segundo registo aberto de 3 janelas de sacada com molduras setecentistas e registo superior destacado pelo alteamento do volume. Profundamente remodelado no Séc. 19, ( molduras vãos inferiores ) mantém ainda uma janela protorenascentista no 3º piso e janelas barrocas no 2º registo. Os pisos inferiores testemunham a generalização da tipologia residencial de finais do Séc. 16, que perdurará nos séculos seguintes, com o alargamento da frente urbana de que resultam largos vãos, normalmente de sacada, bem espaçados; a nível de coberturas consolida-se o telhado de tesouro. A janela renascentista testemunha a escola local de construção renascentista ligada à actividade de André Pilarte, a mais importante oficina activa em Tavira nos meados do Séc. 16, à qual se associam outros imóveis no Algarve, numa vasta região do Sotavento, desde a Matriz de Moncarapacho à Matriz de Alcoutim (v. PT050802010013) passando pela Igreja de Cacela Velha (V.PT050816010008), bem como a Matriz de Mértola (v. PT040209040002 ) e a Igreja de Salvador de Ayamonte, mas sobretudo em Tavira, como testemunham, as Igrejas de Santa Catarina de Fonte do Bispo e de Nossa Senhora da Conceição de Tavira (v. PT050814020014 ), a Igreja da Misericórdia (v. Pt05081406003), a Casa na R. do Poço do Bispo (v. PT050814060061), a Casa na R. Almirante Cândido dos Reis( v. PT050814 0071) e o Palácio da Galeria (v. PT050814050023).

Planta longitudinal composta por dois corpos rectangulares desenvolvendo-se transversalmente em relação à fachada, ambos irregulares; volumes articulados dispostos verticalmente, com coberturas diferenciadas, de secção de tesouro a quatro águas sobre o terceiro registo e uma água nas restantes partes. Fachada principal a três registos, apresentando uma organização tripartida em corpos; primeiro registo: corpo central com a porta de acesso ao interior, de arco recto e moldura rectangular em cantaria, ligeiramente desenvolvida na parte superior que enquadra a porta, terminando em frontão curvo com cornija que envolve o número de polícia deste acesso "62"; ainda neste corpo central, um respiradouro em forma de cruz com os braços horizontais definidos e os verticais apenas sugeridos, permitindo a iluminação para o interior; corpos laterais compostos por dois vãos de arco abatido com moldura em cantaria e cornija superior igualmente de secção abatida, semelhantes a outros que se encontram na cidade de Tavira, e que comunicam igualmente com o interior no extremo de cada corpo; segundo registo: mantém a organização tripartida, compondo-se de três portas de arco recto e moldura em cantaria com frontão igualmente recto em forma de cornija, protegidas por pequenas varandas individuais de grelha férrea, ligeiramente salientes do pano da fachada por um balcão; o terceiro registo corresponde apenas ao corpo central do edifício, interrompendo em altura a cornija que suporta o telhado nos corpos laterais que ocupa ainda parte deste corpo, e ostenta uma janela quadrangular de cantaria com ornatos renascentistas, ao nível do cornijamento dos telhados dos corpos laterais; a fachada termina em empena quadrangular com telhado apoiado em cornija. Fachada lateral O. abrindo para um antigo acesso público ao Castelo; compõe-se de três corpos, sendo o central retraído em relação ao prolongamento dos restantes; ao nível do primeiro piso, este corpo central abria para um pequeno pátio hoje irreconhecível; ao nível do segundo piso janelas de feição quadrangular no corpo S.. Fachada posterior confinante com a colina, delimitada por um pequeno murete ao nível do segundo piso que acompanha o escalonamento do edifício. INTERIOR: Espaços diferenciados mantendo a organização geral tripartida. Primeiro piso: acesso central para um pequeno átrio que estabelece a comunicação com as restantes dependências do edifício: a E. o espaço comercial que ainda se mantém, a O. um vão de escada de acesso ao piso superior e um outro espaço comercial, de área menor que o seu congénere E., a N. uma dependência quadrangular irregular que comunica, por sua vez, com os restantes espaços do corpo posterior do edifício, assim como com o pequeno pátio exterior a O.; todos os tectos são em madeira; segundo piso apresenta uma organização semelhante.

Materiais

Alvenaria de pedra irregular argamassada; madeira, telha mourisca e telha de canudo, caniço no revestimento dos telhados.

Observações