Monumento comemorativo, construído na década de 60 do séc. 20, representando a imagem escultórica de São Teotónio, santo português patrono de Valença. A imagem é representada de pé, envergando vestes cruzias e tendo na cabeça uma mitra, considerado um erro iconográfico e contrariamente ao que acontece em outras representações do santo, onde a mitra está deposta, já que São Teotónio recusara o bispado.
Sobre plinto paralelepipédico, em granito, assenta estátua, em bronze, de São Teotónio *1, de pé, mas ligeiramente curvado para a frente, envergando as vestes de Cónego Regular de Santa Cruz, ou vestes crúzias, constituídas por túnica, sobrepeliz e murça, portando mitra na cabeça. Na mão esquerda tem báculo e, na direita, globo estrelado *2.
Materiais
Plinto em cantaria de granito; estátua e inscrição com letras em bronze.
Observações
*1 - São Teotónio, primeiro santo português é tido como inspirador e protetor da nacionalidade pelo apoio dado a D. Afonso Henriques, tornando-se amigo, confessor e conselheiro do jovem rei. Nasceu em 1082 na freguesia de Ganfei, Valença, e faleceu, em Coimbra, a 18 de Fevereiro de 1162. São Teotónio é também celebrado como o reformador da vida religiosa e conhecido como padroeiro dos cristãos escravizados, por ter amparado cerca de mil homens, mulheres e crianças moçárabes, capturados pelas forças de D. Afonso Henriques e trazidos para Coimbra depois de uma campanha militar. Foi canonizado em 1163 pelo papa Alexandre III. Os seus restos mortais estão depositados numa capela do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra. É considerado o santo padroeiro das cidades de Viseu e de Valença. *2 - Segundo SILVA (2017, pp. 82-92) As vestes crúzias justificam-se na medida em que a vida de São Teotónio decorreu, em grande parte, nessa regra, sendo, em 1131, co-fundador do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho; apesar de ostentar o báculo, insígnia episcopal (tal como o anel e a mitra), não existe certeza de que o Papa tenha conferido tal privilégio a Teotónio e, para além do mais terá recusado por duas vezes ser bispo, primeiramente de Viseu, cerca de 1112 e, mais tarde, cerca de 1152, de Coimbra. O globo de estrelas pretende representar um episódio que terá ocorrido na sua vida, mas que ele não terá presenciado, quando "um dia antes de ele ter deixado o século, foi visto um imenso globo de estrelas a descer do céu para o meio do claustro, tão refulgente com a luz sidérea e lançando de longe tais raios sobre o que o rodeava que causou admiração de todos" (NASCIMENTO, transcrito por SILVA). Segundo texto do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura "a iconografia atribui-lhe a mitra e o báculo, não pelo episcopado, que recusou apesar de insistentemente convidado para bispo de Viseu, mas pela missão de abade".