Vestígios de cais ou molhe fortificado, do qual restam 6 pegões dispostos em linha currva, metade dos quais reforçados por talhamares a montante; a não existência de vestígios na outra margem do rio nega a sua função como ponte, corroborada pelo facto do leito do rio ser aqui demasiado profundo para ter permitido o lançamento de pégões e pelo arredondamento do último pégão, não normal numa ponte (ALMEIDA, 1976); na verdade, para além de proteger a acostagem, a construção permitiria, em caso de necessidade, a passagem para a outra margem, por meio de barcaças (VEIGA, 1880); de couraça para defesa do porto e do acesso à água (TORRES, 1990). Tratar-se-ia de um aqueduto para abastecer a vila de água, tirada do rio por meio de nora; em Fez e na Síria existia uma deste tipo, esta lançando a água do rio Oronte sobre um aqueduto romano (ALMEIDA, 1976). Raro exemplo de cais ou molhe fortificado, construído durante o domínio árabe. Reaproveitamento de material romano nos 3 últimos pegões.
Seis pegões dispostos em linha curvilínea; planta quadrangular, excepto o 6º, junto ao leito do rio, ovalado, de maiores dimensões e disposto longitudinalmente ao rio; os 3 últimos têm talhamares a montante e são rasgados na parte inferior por túnel com abóbada de berço ( apenas anunciado no 4º ). Em todos eles é visível o arranque das arcadas que os uniam, existindo ainda agueiros rasgados na parte superior do 3º e 4º pegões.
Materiais
Alvenaria de xisto, cantaria de pedra
Observações
*1 - Incluído no Itinerário Pontes Históricas do Alentejo/IGESPAR.