Casa unifamiliar proto-barroca e barroca, de planta retnagular irregular e fachada principal de 3 pisos, dentro das características do pequeno palácio urbano madeirense dos sécs. 17 e 18, assente num piso térreo que guardou elementos das anteriores construções.
Planta irregular E. / O., não sequencial, resultante da ligação de 2 prédios, constituída por 4 quadriláteros, o 1º quase losango, os seguintes confinantes e um pátio a O.. Volumes articulados, com o prédio posterior de mais um piso, ao gosto das torres urbanas do Funchal e coberturas em telhados de 4 águas de telha portuguesa nos prédios e telheiro de "folha de Flandres" no pátio. Fachada principal virada a O., de 3 pisos, tendo no térreo 2 portas, uma de acesso aos andares, a N., com molduras de cantaria, impostas e lintel decorados com faixa boleada incisa, bases e filete intermédio relevado no lintel, a que se sobrepõe faixa esculpida com motivos vegetalistas; outra a S., mais larga e simples, ambas interligadas a varanda de sacada do 2º piso, abaixo da qual existem 2 gárgulas em cantaria, hoje sem função aparente. Os andares superiores apresentam pares de janelas com molduras de cantaria, lintel com filete intermédio relevado e balanço superior e varanda de sacada corrida com grade de hastes de ferro simples; portadas envidraçadas pintadas a branco e lambrequins de madeira com bambinela simples pintada a verde, com aplicações decorativas a formar losangos pintadas a branco, e já sem as antigas persianas; beiral triplo de telha de canudo com algeroz com tubos de descarga laterais em "folha de Flandres". Prédio posterior com par de janelas sobre o anterior, na fachada virada a O. e uma só janela na fachada virada a E., todas com portadas envidraçadas e molduras de cantaria. No interior, o piso térreo apresenta átrio de entrada no corpo com fachada à R. da Cadeia Velha, com escadas a N. de acesso aos andares e ligação por arco ao prédio posterior. O piso térreo deste, é dominado por largo arco em cantaria de Cabo Girão de suporte do andar superior, com arrancamento ao nível do solo e vários nichos e armários de parede com molduras de cantaria, num dos quais aparece a data de 1511, assim como 2 cisternas, uma no antigo logradouro e outra no lado oposto do pátio. Os andares foram remodelados para apoio ao restaurante / boite.
Materiais
Cantaria mole e rígida regional aparente, alvenaria de cantaria regional rebocada, madeira ( carvalho, til e outras ), ferro, vidro e telha de meio canudo.
Observações
As descrições e entrevistas dadas pelo antigo proprietário encontram-se eivadas de inúmeras fantasias, desconhecendo-se, inclusivamente, a autenticidade da data de 1511, colocada a descoberto e recuperada pelo mesmo proprietário. A ideia de haver uma "prisão" numa das cisternas, divulgada na comunicação social e apoiada na existência da "cadeia velha" municipal nesta área é fantasiosa, pois a citada cadeia é o prédio que lhe fica à frente. Igualmente nenhuma documentação apoia a existência neste edifício de uma "taverna real dos descobrimentos".