Pode assim dizer-se, que as curas tradicionais têm uma lógica própria. Não experimental, mas experimentada. Não assentando na razão científica, mas na analogia homeopática, holística e transcendental. Entendendo o cosmos como um repositório de energias que fluem e refluem em ignotos campos e dimensões.
Em que o poder mágico das palavras e dos gestos constitui muitas vezes o cerne da estratégia curativa, e as invocações de personagens divinas, servem como elementos concomitantes de reforço do poder manuseado.
Quanto ao “curandeiro”, as suas empíricas capacidades psíquicas, são vistas como inquestionáveis potencialidades metafisicas; com o oculto e o religioso, relacionadas.
Na perspetiva do homem do povo, não possuindo, este, o saber dos estudos, só pode possuir o saber resultante do seu “dom” sobrenatural. Dito de outra maneira, não possuindo o saber dos Homens, apenas pode possuir o saber de Deus.
Já o conhecimento do médico é temático, distante, não personalizado, não claramente visível e insuscetível de ser tido em conta na avaliação imediata que é feita pelo paciente.
Livro da autoria de Aurélio Lopes.
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